Por Armando Lourenzo, Presidente do Conselho Consultivo do EY Institute
A sobrevivência é uma das maiores preocupações dos dirigentes de empresas familiares, especialmente das de pequeno porte, que, junto às de médio porte, representam a maioria das organizações familiares no Brasil. É importante lembrar que há também um número significativo de empresas familiares de grande porte com atuação relevante no país, todas suscetíveis a problemas operacionais ou estratégicos durante a sucessão de comando.
A vivência dos herdeiros e sucessores em uma empresa familiar se assemelha a uma montanha-russa, alternando momentos de plena ascensão e quedas acentuadas. Nesse contexto, a carreira na empresa da família pode ser uma experiência enriquecedora, cheia de aprendizados e realizações, mas também pode se tornar uma armadilha. Sucessores podem enfrentar dificuldades em assumir posições em outras empresas, especialmente se sua remuneração estiver acima da média do mercado de trabalho.
Sair da empresa familiar pode ser desafiador para os sucessores, que muitas vezes perdem empregabilidade ao longo do caminho e não desejam ou não podem reduzir sua remuneração mensal. Trabalhar em uma empresa na qual não se deseja permanecer e onde não se percebe um propósito maior pode ser altamente desmotivador para os sucessores.
Por isso, a questão da sucessão é crucial e ambígua. Durante esta fase, as empresas podem encerrar suas atividades ou caminhar em direção a um renascimento. Trabalhar com um propósito maior, tanto para si próprio quanto para a companhia, é fundamental para gerir a jornada de sucessão com sucesso.