Com base em divulgações anuais, o EY SFI utiliza dados coletados por agregadores de dados terceirizados, para comparar mais de 1.100 instituições de serviços financeiros, em mais de 200 parâmetros ESG. Esses parâmetros são compilados nos três pilares, ambiental (E), social (S) e de governança (G). Para saber mais sobre o estudo global publicado e a metodologia do SFI, acesse : EY Sustainable Finance Index 2022
Nos últimos anos, o tema ESG tem entrado na pauta das principais agendas corporativas no mundo e ganhado cada vez mais destaque na indústria bancária, que tem um papel fundamental na transição para uma economia mais sustentável pela possibilidade de direcionar crédito para iniciativas que considerem as questões ESG, incentivando as empresas não financeiras a incorporarem o desenvolvimento de práticas ESG, de vez, em suas agendas de negócios.
No Brasil, o papel das instituições financeiras na agenda ESG ganha mais evidência com o reforço dado pelo Banco Central do Brasil, pela SUSEP e pela CVM com as publicações recentes de normas que direcionam esses temas. Por exemplo, o Banco Central do Brasil publicou uma série de novas exigências de práticas ESG para os bancos, em linha com as recomendações da Task-Force on Climate related Financial Disclouseres (TCFD) e do Comitê de Basiléia que foram discutidos no artigo Última chamada para adequação às normas ESG emitidas pelo Banco Central .
Dentre as 700 instituições financeiras analisadas no SFI em 2022, três instituições financeiras (IFs) presentes são brasileiras. Essas IFs representam 43% da carteira de crédito e 48% das captações bancárias no país em setembro de 2022. Nesse novo artigo, buscamos comparar os avanços e as lacunas da agenda ESG no Brasil (baseada nessas três IFs) com a agenda global.
As IFs aumentaram seus esforços em direção à maior sustentabilidade dos seus negócios, melhorando suas divulgações ESG. A taxa média de divulgação aumentou para 82% na média global. As IFs europeias se destacam com uma taxa de divulgação de 84% em oposição à taxa de divulgação de 58% das IFs norte-americanas. Já as IFs brasileiras analisadas têm uma taxa média de divulgação de 87%, bastante alta para os padrões globais.
Podemos observar que as três IFs brasileiras têm indicadores consistentes acima da pontuação média dos líderes (leaders) globais em ESG (figura 1. Os retardatários (laggards) têm avançado a uma velocidade maior, com 37% de crescimento do SFI em dois anos, em comparação aos líderes e aos seguidores (followers), com 5% de crescimento do SFI em dois anos. As três IFs brasileiras, mesmo pontuando acima da média dos líderes, permaneceram quase paradas nesses dois anos, com 1% de crescimento do SFI. Portanto, apesar da boa pontuação geral, ainda há espaço de evolução para as práticas ESG no Brasil.