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A nova era dos CISOs: segurança cibernética e liderança estratégica nas empresas

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Em resumo

  • O papel do CISO evoluiu, agora com foco em liderar a integração da cibersegurança à estratégia empresarial.
  • A segurança cibernética não é apenas uma medida defensiva, mas uma ferramenta para impulsionar o crescimento e a inovação.
  • A IA e o ML são aliados poderosos na detecção e resposta rápida a ameaças, mudando a dinâmica da defesa cibernética.

À medida que a tecnologia se torna cada vez mais integrada aos negócios, a segurança cibernética se tornou um dos pilares centrais na gestão de riscos corporativos. A convergência entre os sistemas de Tecnologia da Informação (TI) e Tecnologia Operacional (TO) aumentou significativamente a superfície de ataque, forçando as organizações a tratar a cibersegurança como uma prioridade estratégica.

Hoje, os Chief Information Security Officers (CISOs) não são mais apenas responsáveis por defender os sistemas contra ataques. Sua função se expandiu para um papel estratégico, onde devem unir sua expertise em segurança digital com habilidades de liderança e visão de negócios. Eles são vistos como facilitadores, ajudando a integrar a cibersegurança à estratégia organizacional como um todo, ao invés de simplesmente impedir inovações.

De acordo com Demetrio Carrión, Cybersecurity Leader da EY América Latina, o CISO precisa ser visto como um habilitador, capaz de alinhar segurança às decisões de negócios essenciais, ao invés de barrar soluções que impulsionem o crescimento da empresa.

Segurança cibernética proativa: o papel do CISO

O CISO moderno deve adotar uma postura proativa, antecipando riscos antes que se tornem problemas. Isso significa trabalhar de perto com outros departamentos para garantir que as práticas de segurança sejam incorporadas em todos os aspectos operacionais da organização, desde a concepção de novos produtos até a gestão da cadeia de suprimentos. Márcia Bolesina, sócia de cibersegurança da EY, destaca que a segurança cibernética não é apenas essencial para proteger dados, mas também para manter a confiança dos clientes, que exigem que suas informações estejam seguras.

Integração de tecnologias emergentes à segurança cibernética

Com o crescente uso de Inteligência Artificial (IA), IA Generativa (GenAI), Aprendizado de Máquina (ML) e automação, os CISOs têm a oportunidade de integrar essas tecnologias ao sistema de segurança cibernética da organização. A integração desses recursos pode melhorar significativamente a capacidade de detectar, responder e se recuperar de ataques cibernéticos, criando uma vantagem competitiva para as empresas.

No entanto, os CISOs devem ser capazes de traduzir conceitos complexos de cibersegurança em termos de negócios claros para que as lideranças compreendam a importância de priorizar a segurança como parte das decisões estratégicas.

Desafios de comunicação e colaboração

A comunicação entre o CISO e os outros membros da alta gestão é um dos maiores desafios enfrentados por esses profissionais. Como muitos líderes empresariais não têm uma compreensão profunda dos aspectos técnicos da cibersegurança, o CISO deve ser capaz de traduzir essas questões em termos de risco empresarial.

Por exemplo, em vez de discutir vulnerabilidades técnicas, ele pode focar nas implicações comerciais, como interrupções operacionais, danos à reputação e penalidades regulatórias.

Melhores práticas para implementar IA e ML na cibersegurança

O uso de IA e ML na cibersegurança tem mostrado reduzir significativamente o tempo de detecção e resposta a incidentes. Algumas práticas recomendadas para integrar essas tecnologias incluem:

  • Construção de pipelines de dados robustos para garantir que os dados usados pela IA sejam limpos e precisos.
  • Automação da detecção e resposta a ameaças para reduzir a necessidade de intervenção manual e aumentar a eficiência.
  • Monitoramento contínuo de sistemas de IA para garantir que não haja falhas ou manipulações.

Checklist para CISOs na era digital

Os CISOs devem adotar algumas práticas-chave para otimizar a segurança cibernética nas organizações:

  1. Expandir a automação de tarefas cibernéticas e garantir a explicabilidade e os limites adequados.
  2. Considerar todos os aspectos da organização ao integrar IA para segurança, incluindo ambientes físicos e digitais.
  3. Manter-se atualizado sobre novas aplicações de IA para detectar e recuperar de ameaças cibernéticas.

Resumo

O papel do CISO evoluiu de um guardião da segurança para um líder estratégico nas organizações, sendo essencial para o sucesso das empresas no ambiente digital atual. Ao adotar tecnologias emergentes como IA e ML, e ao integrar a segurança cibernética à estratégia de negócios, os CISOs podem transformar a segurança de um obstáculo em um facilitador de inovação e crescimento. Para isso, é fundamental que os CISOs saibam comunicar a importância da segurança cibernética em termos que conectem os riscos às prioridades empresariais, ajudando a construir uma cultura de segurança dentro de todas as áreas da organização.