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Abordagem Moderna de PDTO (Plano Diretor de Tecnologia Operacional) no Contexto da Integração IT-OT-ET e Indústria 4.0

A transformação digital na indústria é essencial para manter a competitividade e maximizar o retorno para acionistas, colaboradores e sociedade. A credibilidade no plano de transformação é fundamental, e isso pode ser alcançado por meio do desenvolvimento de pilares que maximizem as chances de sucesso e sustentem o valor ao longo do tempo.


Capítulo 1 - Pilares da transformação digital da indústria 

  1. Foco na estratégia e entrega de valor: Utilização de um método e ferramenta de plano diretor de tecnologia operacional (PDTO) para desdobrar a estratégia, orquestrar a execução e retroalimentar o plano com insights e otimizações. Isso inclui a tese de transformação, alavancas de valor e buckets de orçamento alinhados à estratégia da empresa. A ferramenta deve auxiliar na definição consciente dos projetos que devem ser priorizados, considerando as prioridades do negócio e os gargalos dinâmicos.

  2. Governança de programas e projetos: Estabelecimento de uma matriz de responsabilidades, regras de interfaces, critérios de segurança cibernética, indicadores de performance e alinhamento com o PDTO. O foco é garantir a escalabilidade e sustentabilidade das iniciativas. A governança deve definir minimamente a matriz de responsabilidades, regras de interfaces, critérios de segurança cibernética, indicadores de performance e alinhamento com o PDTO.

  3. Aprimoramento da fundação e gestão dos dados: Convergência de IT, OT, ET, bem como a organização e contextualização dos dados (DataOps) são cruciais para garantir a qualidade e integridade dos dados, facilitando a tomada de decisões informadas. A busca incessante pelo aprimoramento da fundação e gestão dos dados deve focar na convergência de IT, OT, ET, concomitantemente com a organização e contextualização dos dados desses diferentes ambientes.

Capítulo 2 - Cenário atual e implicações

A indústria enfrenta pressões tecnológicas, mercadológicas e sociológicas que demandam mudanças e inovações. A transformação digital é disruptiva para estratégias tradicionais e modelos de negócio.

1 | Perspectiva tecnológica:

  • Revolução da inteligência artificial: a inteligência artificial está revolucionando a indústria com o desenvolvimento de software industrial, copilotos para operadores, mantenedores e planejadores, e aplicações em qualidade, manutenção, segurança, planejamento e produção.
  • Computação e conectividade: cloud, edge e fog computing estão transformando a arquitetura de OT, Quantum computing trazem novas perspectivas para resolução de problemas complexos, 5G, 6G, Redes LTE privadas, satélites, fibras óticas viabilizam a conectividade em plantas industriais, e DataOps resolve o problema da captura, integração e contextualização de dados industriais. A computação em nuvem, de borda e em névoa, está transformando a arquitetura de OT, enquanto a computação quântica traz novas perspectivas para a resolução de problemas complexos.
  • Operações digitais: as operações digitais incluem veículos e equipamentos autônomos, operação remota, teleoperada e centros de operações integradas, além das possibilidades trazidas pela Indústria 4.0, metaverso e gêmeos digitais.
  • Riscos de cibersegurança: os riscos de cibersegurança incluem vulnerabilidades causadas pela exposição do ambiente de OT, ameaças por invasores e malwares, e a falta de uma cultura de cibersegurança.

2 | Perspectiva mercadológica:

  • Dinâmica do mercado: a dinâmica de mercado exige integração rápida da cadeia de valor e de suprimentos, alta customização e prazos curtos, além de atender às demandas de descarbonização, transição energética e agenda ESG.

3 | Perspectiva sociológica:

  • Sustentabilidade: a sustentabilidade envolve a eletrificação de equipamentos, uso de energias renováveis e a tendência de Green OT para operações mais sustentáveis.
  • Nova força de trabalho: a nova força de trabalho é composta por nativos digitais com novas necessidades de carreira, mão de obra escassa e a possibilidade de trabalho remoto e híbrido.

Capítulo 3 - Desafios e oportunidades da integração IT+OT+ET

A integração IT (tecnologia da informação) + OT (tecnologia da operação) + ET (tecnologia da engenharia) traz riscos e oportunidades para o mundo industrial. Enquanto viabiliza o acesso aos dados, harmoniza processos e governança, além da sinergia de escala e colaboração, traz também riscos de cibersegurança, mais burocracia e conflitos entre culturas diferentes. De forma geral, para cada oportunidade, existem pelo menos dois novos desafios que precisam ser superados para o sucesso na integração IT-OT-ET. Além disso, o processo de integração é uma jornada plurianual e que deve respeitar etapas a serem cumpridas para reduzir o atrito e permitir à empresa construir as competências necessárias para esse novo modelo operacional.

Capítulo 4 - Exemplos de como a integração IT+OT+ET pode ajudar a alcançar objetivos estratégicos na indústria

  1. Transformação digital da indústria: a integração IT+OT+ET permite uma tomada de decisão otimizada, maior integração e disponibilidade de dados operacionais em toda a cadeia de valor, e monitoramento em tempo real.

  2. Eficiência operacional: a eficiência operacional é alcançada por meio da otimização de processos, redução de custos, políticas e padrões harmonizados, e um design organizacional integrado.

  3. Inovação: a inovação é habilitada pela capacitação estratégica para o desenvolvimento de novos produtos e serviços, personalização e iniciativas futuras de negócios.

  4. Vantagem competitiva: a vantagem competitiva é obtida por meio da economia de escala, extensão da infraestrutura e serviços baseados em nuvem, e ampliação da carreira de tecnologia operacional e de informação.

  5. Segurança: a segurança é garantida por um programa integrado de segurança cibernética em OT, IT e ET, e práticas de gestão de forças e segurança de códigos de software industrial.

Capítulo 5 - Jornada de integração IT-OT-ET

A jornada de integração segue quatro etapas claras: Arquitetura da Integração, Negação/Frustração, Experimentação/Normatização e Desempenho, cada uma com seus desafios e estratégias para superação.

  1. Forming (Arquitetura da Integração): definição do novo modelo operacional, formação de equipes IT-OT-ET, diagnóstico do ambiente industrial. Nesta etapa inicial, um novo modelo operacional é definido e as equipes IT-OT-ET são formadas. Os objetivos e os desafios da integração são colocados em pauta e as lideranças desempenham um papel essencial para definição de visão e metas.

  2. Storming (Negação/Frustração): esta etapa é marcada pelo surgimento de questionamentos e conflitos entre as áreas ou diretorias da empresa e as equipes. É comum a falta de clareza de escopo, de papéis e responsabilidades, de processos e de padrões.

  3. Norming (Experimentação/Normatização): esta etapa caracteriza-se pelo desenvolvimento e implantação de procedimentos padrão, pela declaração de limite de escopo e pela implementação de práticas de segurança consistentes.

  4. Performing (Desempenho): na integração IT-OT-ET, esta etapa se traduz na implementação bem-sucedida de soluções e de processos e no atingimento de alto nível de desempenho pelas equipes.
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Capítulo 6 - Desafios e oportunidades da Indústria 4.0

A quarta revolução industrial traz benefícios como aumento da eficiência, adaptação e flexibilidade, inovação em produtos e serviços, sustentabilidade e tomada de decisão baseada em dados. No entanto, enfrenta a “desconexão digital”, que consiste na lacuna entre o potencial da transformação digital da indústria e o histórico do mercado de implementações malsucedidas. Mais de dois terços dos programas de transformação digital na indústria podem falhar no atingimento de suas expectativas.

Esta desconexão existe, não por falta de engajamento das empresas, mas por uma série de questões práticas que continuam a desafiar a indústria.

  1. Mentalidade e cultura de transformação digital e I4.0: a falta de capacitação e entendimento sobre as alavancas digitais pode resultar em comportamentos como uma aversão à mudança ou à implementação de algo não totalmente compreendido.

  2. Governança e valor do programa de transformação: modelo de negócios e business case mal definidos, desconexão do modelo operacional com as responsabilidades atuais. Há um grau de ceticismo da liderança quanto à robustez de business cases para Indústria 4.0 e uma falta de clareza sobre como será o novo modelo de negócios.

  3. Estratégia de implantação: falta de clareza sobre o roadmap de implementação, percepção de custos elevados ou implantações subutilizadas. Há consenso entre os stakeholders sobre a importância das novas tecnologias, mas pouca discussão sobre como evoluir de forma prática e eficaz do estado atual para a situação futura.

  4. Infraestrutura tecnológica atual: sistemas pouco maduros para apoiar a visão de futuro, sistemas e processos não otimizados. Talvez uma das maiores dificuldades da visão de futuro digital seja a qualidade dos dados disponíveis para tomada de decisão.

Capítulo 7 - Problemática em torno dos planos diretores da indústria

Os planos diretores tradicionais enfrentam dificuldades em traduzir a estratégia em metas claras, orquestrar a execução e obter insights de alta qualidade. A abordagem de PDTO Hub da EY visa maximizar o valor agregado ao longo do tempo. A falta de uma abordagem dinâmica e a falta de uso de tecnologias emergentes na abordagem tradicional de planos diretores gera erosão de valor ao longo do tempo.

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“E se o PDTO fosse não apenas a sua direção, mas também seu banco e te ajudasse a autofinanciar a transformação digital da sua indústria?”

Capítulo 8 - EY PDTO Hub: uma abordagem moderna orientada ao valor

A ferramenta PDTO Hub da EY conecta todos esses pontos, fortalecendo a estratégia de transformação, priorizando iniciativas, orquestrando a execução e capturando valor ao longo da jornada de transformação digital.

Ela permite a mensuração quantitativa dos ganhos de cada projeto e estabelece uma governança que possibilita a escalabilidade dos resultados. A ferramenta ajuda a retroalimentar a linha orçamentária reservada para tecnologias industriais, gerando um “banco de valor” e tornando a jornada “self-funded”.

O PDTO Hub da EY é um instrumento estratégico que alavanca a transformação digital da indústria, sustentado por três pilares:

1 | Estratégia:

  • Alinhamento com objetivos estratégicos, priorização dinâmica e escalabilidade. A estratégia do PDTO Hub deve estar intrinsecamente alinhada aos objetivos estratégicos da organização. É imperativo definir um portfólio de iniciativas de transformação que não apenas responda às demandas atuais, mas também antecipe as necessidades futuras do mercado.
  • Captura de valor, priorização dinâmica, escalabilidade. A plataforma do PDTO Hub oferece funcionalidades de gestão dos benefícios em várias escalas de execução, que podem ser utilizadas tanto em nível de programa quanto de projeto.
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2 | Execução:

  • Entrega coordenada, execução centralizada e colaboração transparente. A execução eficaz do PDTO Hub é um componente crítico para a entrega de valor. Uma orquestração cuidadosa é necessária para integrar os diversos projetos e iniciativas, garantindo que operem em harmonia e contribuam para os objetivos comuns.
  • Monitoramento dos resultados, e entrega consistente. A plataforma permite o monitoramento dos resultados de modo eficaz ao gerenciar a entrega de maneira consistente com modelos unificados, como cronogramas, gerenciamento de riscos, orçamentos e status.
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3 | Insights:

  • Visibilidade e previsibilidade, consistência de dados e facilidade de uso. A capacidade de gerar insights a partir dos dados coletados durante a execução do PDTO Hub é um diferencial competitivo. A análise de dados deve ser utilizada para impulsionar a agilidade nas decisões e apoiar a priorização de ações que maximizem os benefícios.
  • A plataforma proporciona visibilidade e previsibilidade na realização de benefícios em diferentes setores e funções, utilizando modelos de dados padronizados.
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Conclusão:

Embora não exista um número específico, é amplamente reconhecido no campo da gestão de projetos e tecnologia que muitos planos estratégicos, incluindo os PDTOs, enfrentam desafios na sua execução completa. Isso destaca a importância de uma abordagem flexível e adaptativa na gestão de projetos de tecnologia, bem como a necessidade de revisões periódicas do plano para ajustá-lo às mudanças nas condições de negócios e tecnológicas.

A abordagem moderna de PDTO Hub da EY é um caminho para planejar, orquestrar a execução e entregar valor sustentável na transformação digital da indústria, considerando os desafios da integração IT-OT-ET e da Indústria 4.0. A equipe multidisciplinar de Digital Operations da EY tem ajudado com sucesso seus clientes na elaboração e execução de PDTOs, otimizando a aplicação de capital e retorno de investimento.


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