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O que os fundos de Private Equity devem fazer para desinvestir com sucesso?

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O EY Private Equity Exit Readiness Study 2025 explora as principais atividades de desinvestimento seus impactos no valuation dos ativos, velocidade de execução e muito mais. 


Três perguntas a serem feitas:

  • Como os fundos de private equity podem enfrentar os desafios mais críticos de preparação para os desinvestimentos? 
  • Como as empresas do portfólio podem apresentar seus dados, principais indicadores de desempenho (KPIs) e métricas de relatórios para fornecer um suporte sólido para a história de seu patrimônio?
  • Como os talentos podem ser abordados antes de um desinvestimento para avaliar se a equipe de gerenciamento e os CFOs têm a experiência certa para enfrentar os questionamentos do comprador? 

Os fundos de private equity em todo o mundo acumularam mais de 30.000 ativos, totalizando US$ 4,1 trilhões investidos, aguardando para serem monetizados, incluindo 35% de ativos que foram mantidos por mais de seis anos1. Diante da significativa volatilidade geopolítica que influencia o cenário macroeconômico quase diariamente, os fundos estão operando em um mercado excepcionalmente incerto, fazendo com que muitos diminuam ou pausem as atividades de transações e negociações. Mas, em meio à incerteza, há medidas definitivas que os fundos podem realizar para otimizar o processo de desinvestimentos quando a oportunidade chegar.

O EY Private Equity Exit Readiness Study 2025 revelou que 78% dos fundos relataram manter ativos além de seu horizonte de investimento típico de cinco ou mais anos e 46% saíram de cinco ou menos ativos desde 2018, com um forte imperativo de devolver a liquidez aos investidores (rotas de desinvestimento definidas como negociação, secundária, IPOs, carve-outs [separação de parte dos negócios ou ativos da empresa para criar uma nova entidade ou vender essa parte a outra empresa] ou fundos de continuação). 

A maioria dos fundos está otimista com a expectativa de que o mercado se estabilizará em breve. Quando perguntados sobre quando planejavam sair de um determinado ativo, a maioria dos entrevistados informou que seria dentro de um ano (33%) ou de um a dois anos (55%). As atividades de preparação para o desinvestimento desempenham um papel fundamental na otimização dos retornos. 

dos profissionais de private equity relataram que os preparativos para o desinvestimento levam a melhorias na avaliação dos ativos.

Os investidores estratégicos de private equity e de IPO reforçaram os padrões de diligência depois de anos desinvestimento lento e de um ambiente de taxas altas. Mais do que nunca, os fundos compreendem a importância dos preparativos para e estão dedicando tempo e recursos para preparar os ativos para a venda, com 88% dos fundos informando que realizam atividades específicas de preparação durante o período de retenção de um ativo. Eles começam a pensar no plano de desinvestimento cedo, com quase metade iniciando a preparação ou avaliações de preparação 12 a 24 meses antes da venda.

Desafios críticos de desinvestimento

Os fundos enfrentam os principais desafios de desinvestimento, especialmente com a preparação dos dados. 65% relatam problemas com a captura completa de iniciativas de criação de valor no EBITDA de desinvestimento e 41% dos entrevistados relatam falta de acesso à granularidade dos dados para apoiar o histórico do patrimônio líquido. A função financeira, particularmente, está sob pressão. As considerações sobre o aspecto de talentos, especialmente para a função financeira, também desempenham papel relevante no sucesso do desinvestimento.


A preparação por parte da Administração e CFOs com experiência em desinvestimento são essenciais para um processo eficiente.

Contar com a liderança certa, com experiência prévia, pode ser fundamental para o sucesso do processo de venda. Isso é particularmente verdadeiro para a função financeira, com 63% dos entrevistados citando a falta de experiência prévia do CFO com a venda de uma empresa como um dos principais desafios. 

grafico estudo private equity

Quando os fundos de private equity não atingem suas metas de avaliação,
dizem que gostariam de ter se concentrado mais em preparar melhor a Administração para um desinvestimento.

Também há desafios com a equipe da função financeira. Após anos de escassez de talentos e iniciativas de corte de custos, muitas organizações enfrentam desafios amplos. Quarenta e seis por cento dos entrevistados citaram a insuficiência de recursos como um obstáculo para um processo tranquilo. 

Quatro maneiras pelas quais os fundos de private equity podem atenuar os desafios relativos a talentos: 

  1. Realização dos primeiros ensaios da Administração para testar o histórico do patrimônio líquido e avaliar em que pontos a liderança pode precisar ser fortalecida.

  2. Quantificação das capacidades operacionais que levaram à criação de valor no período de retenção atual, criando um "manual do próximo proprietário" para ajudar adequadamente nas premissas de subscrição do próximo investidor.

  3. Aumento do grau de repercussão por parte da Administração com uma boa preparação para possíveis questionamentos por parte dos licitantes. Isso é especialmente importante porque o lado comprador de private equity se concentra na bancada dos membros da Administração e na retenção de talentos ao avaliar ativos de alta qualidade.

  4. Desenvolvimento de recursos de planejamento e análise financeira em torno de previsões, agregação e análise de KPI e planejamento estratégico. A ampliação dos recursos de planejamento e análise financeira no curto prazo em torno de um desinvestimento de ativos de private equity também pode afetar positivamente o ROI (retorno sobre investimento).

O caminho para otimizar a avaliação de desinvestimento é pavimentado com dados precisos e perspicazes.

Hoje em dia, as empresas de portfólio dispõem de muito mais dados, o que aumenta a complexidade da incorporação das decisões necessárias para administrar os negócios. É fácil se perder ao tentar apresentar esses dados para fins de uma transação. Em mercados mais dinâmicos, devido aos níveis gerais de atividade, os dados eram importantes, mas podiam ser gerenciados em torno do negócio. Agora, os compradores esperam por um nível mais aprofundado de análise e insights sobre uma empresa. Uma maneira segura de causar impacto no resultado da transação consiste em fornecer o nível necessário de granularidade de dados para que os investidores avaliem o próximo ciclo de retornos. 

dos entrevistados mencionam a falta de dados robustos e de KPIs que suportem tendências históricas e de previsão como o maior desafio para a prontidão de desinvestimento por parte da função financeira.

Os desafios típicos no tocante a dados incluem:

  • A capacidade e recursos que os dados oferecem, muitas vezes definidos pelo investimento subestimado na integração de dados para a empresa como um todo.
  • Sistemas e controles, a razão mais citada pela qual o nível correto de granularidade dos dados não pode ser fornecido, por ser muitas vezes definido por uma chuva de aplicativos de TI na pilha de elementos de tecnologia financeira. 

Quando os clientes realizam atividades de preparação de dados, como limpeza e integração desses dados, eles podem promover avaliações de desinvestimento por meio de:

  • Aproveitamento de dados para criar um histórico sobre o patrimônio líquido, apoiado por KPIs e dados granulares.
  • O acompanhamento detalhado das iniciativas de criação de valor (inclusive seu impacto no EBITDA), contando com a identificação de ganhos rápidos que podem ser alcançados nos 12 meses anteriores ao desinvestimento.
  • Redução do trabalho exigido no processo de negociação, com menos margem para surpresas durante a fase de diligência e questionamentos dos licitantes.

Resumo 

Os fundos de private equity que buscam sair dos ativos detidos precisam estar prontos a qualquer momento para capitalizar as oportunidades de transação. A reavaliação das estratégias de preparação para o desinvestimento, especialmente no que se refere à preparação de dados e talentos, constituirá elemento fundamental para a obtenção de retornos direcionados aos investidores. Os fundos que fizeram uso da "perspectiva de comprador" com relação aos ativos bem antes de um desinvestimento, que dispõem dos dados para sustentar o histórico sobre o patrimônio líquido e uma equipe de Administração e finanças bem preparada, invariavelmente, terminarão bem esse processo.

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