Estudo de caso

Como uma empresa de serviços financeiros construiu resiliência em meio a mudanças geopolíticas

As equipes da EY-Parthenon prestaram consultoria estratégica a uma empresa de serviços financeiros que necessitava conhecer os prováveis resultados da instabilidade política regional.

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Quanto melhor a pergunta

Como se pode aprender a esperar o inesperado?

Uma empresa de serviços financeiros da Ásia-Pacífico precisava compreender as implicações comerciais de vários cenários resultantes das tensões entre os Estados Unidos e a China.

Nos últimos anos, assistimos a uma série quase sem precedentes de eventos sísmicos com consequências globais. Organizações em todo o mundo tiveram que lidar com as consequências sociopolíticas e econômicas de tudo, desde o Brexit até a pandemia da COVID-19 e a guerra na Ucrânia, e inevitavelmente houve muitas surpresas e perturbações, à medida que muitas organizações lutavam para se adaptar.

No atual ambiente geopolítico volátil, a capacidade de antecipar e mitigar riscos é mais essencial do que nunca. Independentemente do setor em que atuam, as empresas podem enfrentar riscos em diversas áreas, incluindo receita, investimento, cadeia de suprimentos, operações, finanças, impostos e reputação. No entanto, mesmo as maiores organizações têm tempo e recursos limitados para dedicar à gestão de riscos, e algumas estão recorrendo a consultores especializados para obter assistência.

Essa era a situação em que se encontrava uma empresa de serviços financeiros sediada na região Ásia-Pacífico. A empresa necessitava de assistência para compreender como as tensões geopolíticas entre os EUA e a China poderiam se intensificar em diferentes cenários e como cada um deles afetaria seus negócios. Em especial, eles queriam avaliar as implicações dos vários cenários para os fluxos de capital, a liquidez e a volatilidade da moeda no curto e médio prazo.

Assim, no início de 2022, a empresa solicitou a assistência da EY-Parthenon Geostrategic Business Group (GBG) para desenvolver esses cenários. O GBG – parte da EY-Parthenon Strategy and Transactions – auxilia na tradução de insights geopolíticos em operações e estratégias comerciais. Sua equipe é composta por profissionais de todo o mundo, com formação acadêmica e experiência profissional em estratégia, risco político, políticas governamentais e setor público.

Nesse caso, o papel deles era auxiliar o cliente a compreender os cenários mais prováveis e transformar eventos inesperados em eventos esperados, que a empresa pudesse planejar.
 

Grupo de pessoas praticando kitesurf visto da praia
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Melhor a resposta

Desenvolvimento de cenários e avaliação de impacto

Uma combinação de pesquisa qualitativa e experiência aprofundada permitiu às equipes da EY-Parthenon fornecer insights para auxiliar o cliente a planejar o futuro.

A equipe da GBG designada para o projeto realizou algumas pesquisas iniciais para identificar diferentes maneiras pelas quais as relações geopolíticas entre os EUA e a China poderiam evoluir. Em seguida, realizaram entrevistas com profissionais experientes no assunto, tanto dentro quanto fora da organização EY-Parthenon, além de pesquisas adicionais, analisando casos históricos que poderiam informar como os mercados financeiros reagiriam a uma situação específica e como isso afetaria a liquidez e o financiamento do cliente.
 

“O desenvolvimento de cenários é principalmente uma metodologia qualitativa, não quantitativa”, explica Courtney Rickert McCaffrey, líder global de GBG Insights da EY-Parthenon. “No entanto, gostamos de dizer que cada um de nós possui um algoritmo sofisticado em nossas mentes, adquirido ao longo de várias décadas de trabalho coletivo neste campo.”
 

Ela também observa que, nesse projeto, a equipe entrou em contato com colegas da organização global da EY em áreas como mercados financeiros, risco financeiro e continuidade de negócios, que puderam recomendar ações que o cliente poderia adotar para mitigar alguns dos riscos potenciais.
 

Um desafio com este tipo de consultoria é que o panorama geopolítico está em constante evolução. Foi durante a fase inicial da pesquisa que a guerra na Ucrânia se intensificou rapidamente, um evento que acrescentou uma nova urgência ao trabalho. Embora o conflito não estivesse diretamente relacionado às tensões entre os EUA e a China, que eram o foco da pesquisa, havia certos paralelos entre as duas situações que precisavam ser levados em consideração.
 

Analisando os riscos

O resultado desta pesquisa intensiva, concluída em apenas algumas semanas, foi o desenvolvimento de cinco cenários potenciais, três dos quais o cliente solicitou às equipes da  EY-Parthenon que explorassem em detalhes. Para cada um desses três cenários potenciais principais, eles definiram o que poderia acontecer, os principais fatores e indicadores do cenário, as prováveis respostas internacionais, o impacto financeiro e de capital e a probabilidade de o cenário se concretizar.
 

O próximo passo para a equipe da EY-Parthenon foi realizar dois workshops com a equipe de liderança sênior da empresa de serviços financeiros. O objetivo era explicar os cenários que haviam desenvolvido a partir da perspectiva geopolítica, explorar em conjunto as implicações gerais para o mercado financeiro global e testar essas conclusões.
 

“As equipes da EY-Parthenon trabalharam com eles para discutir o que isso significaria para seus negócios”, explica Douglas Bell, líder global de Trade Policy da EY. “Que riscos eles podem enfrentar? Em seguida, as equipes da EY-Parthenon auxiliaram-nos a refletir detalhadamente sobre a questão: considerando esses riscos, o que poderiam fazer hoje para se posicionarem de maneira diferente? Como poderiam alterar a forma como conduzem os seus negócios em determinados aspetos, de modo a serem mais resilientes caso um desses choques ocorresse?
 

Menina correndo com pipa ao pôr do sol
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Melhor se torna o mundo de negócios

A importância de desenvolver resiliência

Preparar-se para as prováveis consequências dos eventos geopolíticos torna as empresas e suas redes mais resilientes.

Embora o trabalho da equipe da GBG tenha analisado esses cenários em um momento específico, identificar os principais fatores e indicadores relacionados a um cenário torna a pesquisa relevante por um período mais longo, fornecendo à empresa de serviços financeiros uma ferramenta que pode ser utilizada para acompanhar os desenvolvimentos em andamento. Esses sinais podem ser indicadores econômicos específicos ou ações políticas ou militares, por exemplo, que atuam como um sinal de que um determinado cenário está se concretizando e permitem que a empresa ative planos de mitigação, conforme necessário.
 

A empresa de serviços financeiros assessorada pela GBG conseguiu utilizar os indicadores identificados para monitorar as tensões geopolíticas entre os Estados Unidos e a China. Isso os auxiliou a determinar se e quando determinados limites foram ultrapassados, o que significava que eles deveriam ajustar sua estrutura financeira ou carteira de capital.
 

É evidente que não há garantias de que qualquer um dos cenários desenvolvidos pela equipe da GBG para um cliente se concretize exatamente da maneira prevista, mas Rickert McCaffrey destaca que há benefícios mais amplos para as organizações que se envolvem com eles.
 

“Mesmo que o cenário específico que você explorar não ocorra, é importante se preparar para esses tipos de eventos e refletir sobre como sua estratégia mudaria ou como você teria que alterar as coisas em resposta”, afirma ela. “Apenas desenvolver esse tipo de ‘memória muscular’ torna sua empresa mais eficiente em responder a qualquer impacto potencial.”
 

A equipe da GBG tem auxiliado empresas como esta organização de serviços financeiros na governança e nos processos relacionados à gestão de riscos políticos, auxiliando-as a estabelecer comitês ou equipes internas que possam gerenciar os riscos geopolíticos de forma mais eficaz e contínua.
 

“Ajudar as empresas a se prepararem para esses tipos de choques potenciais as torna mais resilientes caso eles ocorram”, conclui Rickert McCaffrey, “e se a empresa for mais resiliente, isso beneficia seu ecossistema de clientes e fornecedores”. Em última análise, é melhor para a economia em geral que as empresas estejam preparadas antecipadamente para eventos de risco político.


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