EY refere-se à organização global e pode se referir a uma ou mais das firmas-membro da Ernst & Young Global Limited, cada uma das quais é uma entidade legal separada. A Ernst & Young Global Limited, uma empresa britânica limitada por garantia, não presta serviços a clientes.
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As instituições financeiras estão trabalhando para desenvolver abordagens de financiamento de transição que lhes permitam apoiar as jornadas de transição de clientes novos e existentes. No entanto, as instituições financeiras enfrentam seus próprios obstáculos internos, inclusive:
- Operacionalizar a transição: precificar a transição para estruturas de tomada de decisão e incentivo exige que as instituições financeiras utilizem várias alavancas (incluindo alocação de capital, preços de transferência de fundos, orçamentos de emissões e apetites de risco ajustados) para desenvolver uma visão da lucratividade econômica ajustada ao clima. No entanto, este é um processo complexo, dada a exposição a vários setores com diferentes caminhos de transição. Serão necessárias mudanças nas estruturas internas de incentivo, exigindo a adesão do alto escalão e dos responsáveis pelas unidades de negócios.
- Interagir com os clientes: as instituições financeiras precisam aumentar o grau de engajamento com seus clientes para avaliar seus planos de transição e fornecer suporte personalizado quando apropriado. Isso não só exigirá investimentos e esforços significativos; as empresas também podem precisar tomar algumas decisões difíceis sobre clientes que não conseguem ou não querem fazer a transição, apesar do apoio.
- Avaliar a credibilidade: revisar o alinhamento de seus portfólios com os caminhos de 1,5° C será um elemento-chave da jornada de zero líquido dos FIs. Esse é um exercício desafiador, especialmente ao avaliar o alinhamento de empresas ou de ativos que exigem uma eliminação progressiva (phase-out) gerenciada. Isso é dificultado pelo fato de muitas empresas ainda não terem divulgado seus planos de transição com transparência e detalhes suficientes.
- Considerar métricas adequadas: as métricas atuais que se concentram na redução das emissões financiadas para alcançar a descarbonização do portfólio podem não incentivar as instituições financeiras a financiar a transição de entidades ou atividades de alta emissão. No entanto, é estimulante o fato de que o alinhamento do portfólio seja considerado o principal indicador na orientação mais recente da iniciativa Science-Based Targets (SBTi) acerca da Norma 3 - Carbono Zero para Instituições Financeiras (FINZ), atualmente em desenvolvimento.
As instituições financeiras também enfrentam muitos desafios externos para atuar plenamente na transição de capital e investimento. Isso, por sua vez, em muitos casos, tem o efeito de aumentar o custo do financiamento de transição e reduzir os retornos sobre o investimento. Os principais desafios externos compreendem:
- Inércia política: os formuladores de políticas em todo o mundo não estão gerando o impulso necessário para liberar o financiamento da transição nos níveis necessários para tornar possível a trajetória de no máximo 1,5˚C. Isso está exemplificado por metas nacionais de emissões que seguem ritmos irregulares, investimento insuficiente na aceleração do desenvolvimento de tecnologia em certos setores e a falta de mecanismos para gerar um preço global para o carbono.
- Limitações da estrutura: regras e padrões inconsistentes contribuem para a precificação incorreta dos riscos climáticos e dificultam intermediar a oferta e a procura por financiamento de transição. Além disso, poucas estruturas atuais fornecem vínculos claros entre planos de transição e taxonomias, mecanismos para evitar o bloqueio de carbono, alinhamento com outras metas de sustentabilidade ou tratamento proporcional para pequenas e médias empresas (PMEs) e empresas que operam em mercados em desenvolvimento.4
- Fluxo contínuo (pipeline) de investimento possível: tecnologias e políticas imaturas — e seu impacto nos horizontes e retornos de investimento — afetam o apetite pelo risco das instituições financeiras e a disponibilidade de oportunidades de investimento. Por exemplo, as necessidades de financiamento de longo prazo e os retornos incertos associados a muitas tecnologias de baixo carbono em estágio inicial podem limitar o financiamento para áreas com necessidade mais aguda de capital.
- Distorções regionais: a mobilização financeira em regiões em desenvolvimento geralmente é dificultada pelos custos excessivos de capital — mesmo para tecnologias verdes, como eólica ou solar, que são mais facilmente financiadas em mercados maduros. Os riscos políticos contribuem, juntamente com a falta de recursos financeiros locais, reduzindo o apetite dos investidores e criando o perigo de dependência contínua de combustíveis fósseis.