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Nova Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC) do Brasil traz desafios e oportunidades para o setor privado
Por Dra. Thelma Krug, Presidente do Global Climate Observing System (GCOS) e Ione Anderson, Associate Partner, EY Sustainability.
O setor privado tem um papel estratégico e urgente no enfrentamento da crise climática. À medida que a janela de oportunidade para limitar o aquecimento global a 1,5°C se estreita, os dados mais recentes reforçam a necessidade de ação coordenada entre governos, empresas e sociedade. O Relatório Lacuna de Emissões (Emissions Gap Report 2024) é categórico ao afirmar: os esforços atuais ainda são insuficientes para atingir esse objetivo.
Nesse contexto, a nova Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC) do Brasil surge como um importante compromisso nacional para fechar essa lacuna. As implicações da nova meta brasileira para 2035 são profundas, especialmente para o setor privado.
Os próximos cinco anos configuram uma janela crítica de preparação, que exigirá adaptação rápida a um cenário político em transformação, alinhamento aos planos climáticos nacionais e à complexa geopolítica global. Ao mesmo tempo, esse novo cenário representa uma oportunidade de protagonismo, com espaço para liderar e inovar em direção a uma economia de baixo carbono.
Segundo o Banco Central do Brasil (2021), não há uma solução única para a crise climática. O futuro viável da humanidade dependerá de uma miríade de ações e da atuação de diversos atores — entre eles, necessária e fundamentalmente o setor privado, que tem capacidade, recursos e agilidade para promover mudanças em grande escala.
Uma coisa é certa: quem se antecipar terá vantagem competitiva nas próximas décadas, quando o mundo buscar atingir o marco do carbono zero líquido (net zero). Mas essa vantagem só será consolidada se houver um esforço coletivo. Em um momento histórico, no qual a COP30 será pautada não pela construção de um novo acordo, mas pela implementação efetiva dos compromissos climáticos, o setor privado brasileiro tem a chance de assumir um papel transformador: fazer da ação climática um caminho irreversível.
Este documento explora as expectativas e implicações da nova NDC do Brasil, com uma análise ancorada em três relatórios fundamentais: o Emissions Gap Report 2024, o Biennial Transparency Report e o Global Stocktake (GST Report) da Convenção do Clima. O conjunto desses estudos oferece dados valiosos para uma reflexão construtiva, com o objetivo de informar, engajar e identificar oportunidades concretas para o setor privado no Brasil e na América Latina.
Resumo
Documento explora as expectativas e implicações da nova NDC do Brasil para o setor privado, identificando desafios e oportunidades concretas para o atingimento das metas ambientais de 2025 e 2030 do país.