EY refere-se à organização global e pode se referir a uma ou mais das firmas-membro da Ernst & Young Global Limited, cada uma das quais é uma entidade legal separada. A Ernst & Young Global Limited, uma empresa britânica limitada por garantia, não presta serviços a clientes.
A estrutura do Montante A do BEPS 2.0 foi originalmente projetada como alternativa aos ISDs unilaterais e outras medidas de tributação na fonte para tributar a economia digitalizada como parte de um acordo que realocaria os direitos de tributação sobre os lucros das empresas digitais com base na localização e no envolvimento dos usuários.
"Em 2021, mais de 140 países concordaram, em princípio, em abandonar os ISDs se o Pilar Um pudesse ser implementado", aponta Liam Smith, Diretor de Impostos Indiretos da Ernst & Young LLP. "Eles apertaram o botão de "pausa" e esse foi efetivamente o fim dos ISDs, desde que um acordo pudesse ser feito."
No entanto, a adoção de uma agenda de reformas mais ampla revelou-se um verdadeiro desafio. O Pilar Um tinha por objetivo constituir as bases para o Pilar Dois, mas o imposto mínimo global avançou primeiro, sem garantir a aprovação legislativa dos EUA. Esse impasse deixou a estrutura original incompleta, com o Pilar Um ainda não resolvido.
Em junho, o governo dos EUA chegou a um acordo com outros membros do G7 para excluir os grupos controlados pelos EUA da Regra de Inclusão de Renda e da Regra de Lucros tributados a menor do Pilar Dois, permitindo efetivamente que o sistema dos EUA para tributar a renda globalmente de baixa tributação coexistisse com o Pilar Dois. Esse acordo agora será considerado pela Estrutura Inclusiva de forma mais ampla e as atenções estarão voltadas para a obtenção de um acordo mais abrangente para implementar essa transigência. Manal Corwin, diretor do Centro de Política e Administração Tributária da OCDE, declarou ao subcomitê do Parlamento Europeu sobre questões tributárias em maio que as discussões sobre o Pilar Um "terão que esperar" até que as preocupações dos EUA sobre o Pilar Dois sejam solucionadas. "É importante estabilizar e criar segurança no local", observou Corwin.
Em março, o Ecommerce Europe, um grupo comercial, alertou a OCDE sobre os novos riscos de que os ISDs proliferassem novamente e solicitou nova pausa até a resolução das questões pertinentes ao Pilar Um.
"Permitir o decurso de prazo da moratória dos ISDs sem medidas coordenadas e de acompanhamento pode levar à reintrodução de regimes tributários unilaterais, como os ISDs, em nível nacional, gerando dupla tributação, distorções econômicas, bem como riscos de medidas comerciais e tributárias retaliatórias, resultando em incerteza para as empresas que operam em âmbito internacional", escreveu Luca Cassetti, secretário-geral do grupo.
Muitos ISDs foram originalmente concebidos como medidas temporárias, previstas para serem extintas quando um acordo global fosse alcançado. "Eles foram concebidos para preencher uma lacuna até a chegada do Pilar Um", ressalta Michel Zeegers, sócio com atuação em questões de impostos indiretos na EY Belastingadviseurs B.V., na Holanda. "Mas com a paralisação do Pilar 1, os países seguiram em frente de qualquer maneira e é por isso que já verificamos a implementação de ISDs."