Na NRF deste ano, o CEO do Goldman Sachs, David Solomon, apresentou sua visão econômica para 2025, que, apesar dos desafios de momento, é positiva. Para o Brasil, esse cenário de dificuldades é recorrente, e sabemos como navegar com criatividade. Também contamos com o amadurecimento e a estruturação das organizações e pessoas, especialmente no varejo, que vem evoluindo e se transformando. Essa transformação é provocada quase sempre pelo consumidor, que, cada vez mais diverso, exigente e preparado, força as organizações a pensarem diferente.
A indústria de consumo, que abastece boa parte dos varejos pelo mundo, se aproxima como nunca em parcerias com planos de valor em conjunto com o varejo, buscando melhorar o serviço, os benefícios e a percepção do consumidor e gerando vantagens aos três envolvidos. Sendo assim, consumidor, varejo e indústria ganham.
Na edição 2025 da NRF, alguns termos para esse consumidor foram explorados como “Kidult”, que são adultos que consomem produtos, mídia e serviços voltados a públicos jovens e crianças, como colecionadores de brinquedos. A marca “American Girl”, focada em bonecas e adquirida pela Mattel, teve a presença da CEO, Jamie Cygielman, contando sobre essa estratégia com foco bem específico e como essas ações ajudam a criar um consumidor em massa para o futuro da companhia.
Outro termo interessante foi o consumidor que busca o “Slow Retail”, pegando carona no “Slow Food”. Trata-se da busca por uma experiência mais interativa e prazerosa com o local onde o consumidor está, colocando a loja física no centro dessa experiência e, claro, suportada por todo o aparato “Phygital”.
Todos esses tipos ou momentos do consumidor, e digo “momentos”, pois eles podem ser mais de um tipo ao mesmo tempo ou em diferentes fases de sua vida, exigem a permanente e cada vez mais ágil capacidade de as empresas se adaptarem, evoluírem e se organizarem.
Conectando com o início desse artigo, em meio às incertezas e volatilidade econômica, pergunto: “o que nos torna tão bons nisso?”. Creio que é a soma de vários fatores, especialmente um que não apresenta dúvidas: a cultura. Nossa cultura nos permite ser quem somos e nos preparar para o que somos preparados!
Quando penso no que as organizações devem fazer para que estejam preparadas a tudo que está por vir, como a revolução em IA, a principal ação que vejo é promover a cultura de transformação da organização em todos os aspectos, de pessoas a estruturas, processos e tecnologia. O grande diferencial e lições que ouvimos dos líderes participantes da NRF 2025 é sobre a necessidade de estar preparado para qualquer mudança. E a cultura é a chave para isso!
*Este artigo foi publicado inicialmente no Meio e Mensagem.