CEOs concordam que capacitação da força de trabalho vai definir liderança em IA

14 abr 2025

As empresas que emergirão como líderes nessa tecnologia em seus setores precisam desde já preparar adequadamente seus colaboradores, indica estudo da EY

A maioria dos CEOs (84%) atuantes no Brasil considera que, conforme acelera a adoção da inteligência artificial pelo mercado, a capacitação da força de trabalho vai definir as empresas que emergirão como líderes dos seus setores nesta tecnologia. A porcentagem faz parte do estudo CEO Outlook, produzido pela EY-Parthenon, que considerou uma amostra formada por 50 CEOs entrevistados entre novembro e dezembro do ano passado. Esses executivos atuam em indústrias diversas como serviços financeiros; consumo e saúde; energia; infraestrutura; e tecnologia, mídia e telecomunicações. Mais de seis a cada dez respondentes (62%) definem como “muito importante” ou “crítico” olhar para as lacunas das suas empresas em relação aos talentos e capacidades frente às tecnologias emergentes, com o objetivo de repensar esses processos.

"Ainda há questionamento sobre a efetiva utilização dessas ferramentas de IA pelos negócios, mas ninguém quer se arriscar a não fazer tal investimento. O que vemos é muita incerteza sobre a viabilidade da IA, mas plena certeza sobre a necessidade de participar desse jogo", explica Leandro Berbert, sócio de Estratégia e Transações da EY Brasil. Essa dúvida sobre a consolidação da IA está contemplada no estudo. Quando perguntados sobre a afirmação de que "a confiança pública continua frágil na IA por causa da insuficiência de supervisão e da falta de proteção em relação a quem faz mau uso da tecnologia", 68% dos entrevistados concordam com ela.

Ainda que as empresas estejam atentas às tecnologias emergentes, a nova edição do CEO Outlook destaca que os respondentes estão pessimistas sobre o investimento nelas nos próximos 12 meses. A porcentagem de pessimismo saiu de 22% em setembro de 2024 para 34% agora, assim como a percepção de muito otimismo caiu para 18% agora – ante 28% na última edição. 

A IA, como outras tecnologias do passado, exige que as empresas façam altos investimentos. Uma possibilidade para reduzir esses aportes é fazer uma joint venture ou aliança estratégica com empresa menor especializada em IA. O levantamento traz que 78% das empresas estão buscando nos próximos 12 meses esse tipo de transação – não necessariamente para IA.

Integração efetiva

“O maior desafio para as empresas maiores é integrar as menores no seu ambiente que costuma ser mais burocrático por fazer parte muitas vezes de uma estrutura global. É preciso assegurar que a empresa menor, geralmente inovadora, mantenha suas características de testar rápido suas soluções, ainda que passe a fazer parte de um modelo operacional maior e naturalmente mais engessado”, analisa Berbert. Ainda segundo o executivo, esse movimento está crescendo, mas precisa ser feito de forma cuidadosa para não destruir o valor de ambas as empresas envolvidas na aliança.

Nos Estados Unidos, 86% dos CIOs (Chief Information Officers) planejam comprar uma plataforma de software de IA generativa ou fechar parceria com esses negócios, de acordo com estudo da EY em parceria com a Oxford Economics. No entendimento deles, esse investimento gera mais valor para suas organizações do que construir internamente os sistemas de inteligência artificial. É preciso considerar, ainda, que há uma corrida pela efetiva aplicação da IA no dia a dia dos negócios, sem descuidar das melhores práticas de governança, motivo pelo qual a busca por um parceiro mais avançado nesse processo pode representar uma vantagem competitiva.

A inteligência artificial tem sido cada vez mais utilizada pelas empresas para inovar e tornar mais produtivo o dia a dia dos seus negócios. Há, no entanto, diversas dúvidas sobre como desenvolver e operacionalizar esses sistemas evitando os riscos que podem comprometer os resultados financeiros e a reputação das organizações. Nesse contexto, a EY lançou a série “IA aplicada aos negócios: Como utilizar essa tecnologia com segurança e governança para gerar inovação”, que, além desta reportagem, já publicou as seguintes:

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