47% dos executivos de mineração e metais esperam por aumento de impostos e royalties

29 abr 2025

Estudo da EY revela ainda que 38% dos entrevistados têm a expectativa de que o governo brasileiro faça políticas para estimular o investimento estrangeiro

Quase metade dos executivos do setor de mineração e metais (47%) entrevistados por estudo da EY espera por aumento de impostos e royalties. Já 41% acreditam que haverá beneficiamento obrigatório de minério e 38% que serão feitas políticas para atrair investimento estrangeiro. Essas foram as respostas escolhidas quando perguntados sobre as ações do governo brasileiro esperadas para os próximos 12 meses. 

Os resultados fazem parte do estudo global “10 principais riscos e oportunidades para empresas de mineração e metais em 2025”, produzido pela EY, que entrevistou executivos do setor de mineração e metais atuantes em organizações com mais de US$ 1 bilhão de receita. A amostra é formada por 35% de presidentes, vice-presidentes ou diretoria; 17% de conselheiros ou profissionais do nível C-Level; e 48% de líderes de departamentos, unidades de negócios ou grupo de commodities.

“Os investimentos estrangeiros são relevantes para o desenvolvimento da mineração nacional, motivo pelo qual há expectativa de políticas fomentadoras nesse sentido”, diz Afonso Sartorio, líder de Energia e Recursos Naturais da EY. “Outra característica dessa indústria é a forte regulação, que, embora seja relevante, tende a encarecer os projetos e torná-los morosos ou abaixo da velocidade esperada pelo mercado, especialmente em relação aos licenciamentos ambientais para abertura de minas”, completa. 

Parcerias estratégicas

Como forma de ganhar agilidade na realização dos investimentos, as empresas de mineração têm buscado joint ventures ou alianças estratégicas, com 59% dos executivos entrevistados apontando esse caminho. Já 41% afirmam que estão considerando fusões e aquisições. “Com o mercado se adaptando para atender às novas necessidades, como a demanda por minerais críticos, crescem movimentos como a compra de ativos em operação para tentar minimizar os custos sem perder produtividade e qualidade na entrega”, afirma Sartorio.

O fechamento das minas também envolve investimentos para que seja deixado um legado positivo para a população local. Ao abrir as minas, conforme observa o estudo da EY, as empresas de mineração já devem planejar as ações que serão feitas no seu encerramento, como a destinação adequada para os rejeitos e a capacitação dos colaboradores que não serão aproveitados para que eles possam se recolocar no mercado de trabalho. O fechamento de minas costuma ser um processo complexo que afeta diversas partes interessadas. Se mal planejado, pode criar um legado negativo para a comunidade que é extremamente difícil e custoso para ser remediado.

“O aperfeiçoamento do impacto positivo na comunidade e na confiança dos povos originários continua sendo uma das prioridades da agenda das mineradoras e dos investidores nesse setor, já que existe um espaço significativo de melhora. Em todo o mundo, as comunidades e os governos esperam que as mineradoras façam mais para suportar as comunidades e deixar um legado positivo para o futuro”, observa Sartorio.

O estudo mensurou a confiança dos entrevistados em relação a três aspectos ligados ao processo de fechamento das minas: ambiental, social (impacto na comunidade) e financeiro. Sobre o primeiro, o que envolve reabilitação ambiental e novo propósito para a área das minas, 43% dizem estar muito ou extremamente confiantes a respeito do sucesso dessas iniciativas. Em relação ao segundo, o que inclui resiliência e independência das comunidades envolvidas com as minas, 46% afirmam ter a mesma percepção. Já sobre o terceiro aspecto, o financeiro, como as provisões para o encerramento das minas, 53% dizem estar muito ou extremamente confiantes.

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