Artigo: Sustentabilidade nas empresas passa pela adoção do capital natural

03 abr 2025

Nature Hub, iniciativa da EY, cria soluções efetivas e viáveis economicamente para o desenvolvimento sustentável e para a mitigação dos impactos ambientais

Historicamente, a natureza foi muitas vezes vista como um obstáculo ao progresso humano, o que resultou em práticas como a destruição de florestas e o desvio de rios para abrir espaço para a urbanização e infraestrutura. No entanto, o cenário tem mudado, e a natureza está assumindo um papel central na transformação global, especialmente no contexto das metas de sustentabilidade. Os estudos disponíveis sobre transição energética indicam que cerca de 40% das soluções necessárias para alcançar a neutralidade de carbono até 2050 ainda não existem efetivamente e podem ser buscadas a partir de tecnologias disponíveis na natureza.

O conceito de capital natural, que envolve integrar os recursos naturais nas estratégias corporativas, oferece uma oportunidade única para as empresas alinharem seus objetivos de sustentabilidade com o desenvolvimento econômico. Um exemplo de como esse movimento está sendo impulsionado é o Nature Hub, lançado pela EY em 2023, que mapeia soluções viáveis e economicamente acessíveis, como a restauração florestal e a agricultura regenerativa. Essas soluções oferecem benefícios tangíveis e, frequentemente, a custos mais baixos do que as alternativas tecnológicas tradicionais, contribuindo para a descarbonização e para o aumento da competitividade econômica.

Além disso, iniciativas locais como as desenvolvidas por comunidades na Amazônia, que utilizam tecnologias de baixo impacto para gerar energia e renda sustentável, exemplificam o grande potencial de escalabilidade dessas soluções baseadas na natureza. O Nature Hub não só promove práticas de conservação, mas também integra o desenvolvimento econômico por meio do estímulo ao que antes era visto como um custo: o capital natural.

Com foco na integração entre clima, biodiversidade e sociedade, o Nature Hub aborda desafios como os riscos na cadeia de suprimentos, as regulamentações ambientais e o combate ao desmatamento. Ele também utiliza instrumentos financeiros inovadores para viabilizar o desenvolvimento sustentável, criando valor por meio de biomas e biodiversidade. O hub se destaca ao conectar clientes, mercados de capitais e ciência, proporcionando uma visão abrangente e colaborativa sobre os impactos das ações corporativas e incluindo o conhecimento de comunidades tradicionais.

Clima e biodiversidade

Na COP16 de Biodiversidade que aconteceu em Cali, na Colômbia, em outubro do ano passado, o EY Nature Hub promoveu um painel no Sixth Science Policy Forum for Biodiversity, junto ao Secretariado da Convenção de Biodiversidade e a outros parceiros como o Smithsonian Institution, International Union of Biological Sciences e Alexander von Humboldt Institute. O painel “Avançando além da divulgação para acelerar ações e investimentos em prol da natureza” apontou os benefícios estratégicos e financeiros de integrar a biodiversidade nas operações empresariais. O SciencePolicy Forum destacou, em suas conclusões, a necessidade crítica de integrar a ciência na incorporação da biodiversidade em diversos setores, por meio de plataformas inovadoras, como o EY Nature Hub. Essas colaborações promovem transparência, compartilhamento de conhecimento e acesso a dados, ferramentas e recursos relacionados à biodiversidade, possibilitando decisões baseadas na ciência, monitoramento aprimorado e soluções escaláveis alinhadas ao Marco Global de Biodiversidade Kunming-Montreal.

O EY Nature Hub explora de forma inovadora a interseção entre clima e biodiversidade, destacando seus riscos interconectados e a necessidade de estratégias ambientais integradas. Em todos os setores, a colaboração interdisciplinar, o engajamento das partes interessadas e abordagens centradas na natureza são considerados essenciais para acelerar ações e investimentos em soluções para biodiversidade e clima, enfrentando desafios como emissões, incentivos sistêmicos e a aplicação prática da gestão de riscos relacionados à biodiversidade.

Localizado em São Paulo e com um espaço físico em Belém, no Pará, estado que sediará a COP30 neste ano, o Nature Hub está estrategicamente posicionado para impulsionar soluções sustentáveis em toda a América Latina, conectando as práticas locais às demandas globais e mostrando o papel da natureza na economia sustentável do futuro. O impacto desse tipo de iniciativa vai além da mitigação de riscos ambientais, oferecendo uma oportunidade real para as empresas alinharem suas estratégias à crescente demanda por práticas sustentáveis e, ao mesmo tempo, obterem retorno financeiro por meio de soluções inovadoras e ecológicas.

*Leia outros artigos no e-book “Um olhar para o futuro: Práticas ESG redefinem estratégias em um cenário de economia verde”.

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