Maio de 2025 - O uso da Inteligência Artificial é cada vez mais iminente na Geração Z, que representará 30% da força de trabalho global até 2030. O genZ Report, estudo global feito pela EY, uma das principais consultorias e auditorias do mundo, indica que, para esse público, a redução do aprendizado e da criatividade humana é um dos maiores riscos (43%) causados pela IA, seguidos por aumento do desemprego devido a substituição de empregos (43%) e geração de informações e conteúdos falsos (39%).
Já os três principais benefícios da Inteligência Artificial são economia de tempo em tarefas repetitivas (58%), análise de grandes quantidades de dados com eficácia (53%) e redução de erros humanos em processos importantes (41%). “Esses aspectos apontados pela Geração Z estão alinhados com as necessidades das empresas, o que é um ponto bastante interessante pensando que esses entrevistados formam a força de trabalho do futuro e serão os novos líderes”, aponta Daniela Brites, sócia de consultoria em Gestão de Pessoas na EY. “Vale considerar também, que de acordo com a pesquisa, os jovens expressam tanto otimismo quanto preocupações em relação à IA, reconhecendo seus benefícios, mas também levantando questões sobre ética e confiabilidade das informações geradas”, complementa.
Além disso, o estudo também indica que 58% dos entrevistados devem aumentar o uso dessa tecnologia na vida profissional e 51% nas tarefas pessoais. Em contrapartida, ainda há um desencontro de expectativas entre usufruir desta tecnologia e o estímulo ao uso. 42% disseram que acham que os professores os desencorajariam a usar IA generativa para concluir certas tarefas, enquanto apenas 15% disseram que os empregadores desestimulariam isso.
Daniela Brites destaca que as principais tendências e desafios observados na adoção da Inteligência Artificial pelas gerações, especialmente a Geração Z, refletem uma dualidade entre a busca por inovação e a preocupação com a criatividade humana. “É fundamental que as lideranças nas organizações desempenhem um papel ativo em incentivar o uso adequado da IA, promovendo um ambiente no qual a tecnologia seja vista como uma aliada, capaz de aumentar a eficiência e a precisão, sem comprometer o aprendizado e a criatividade. Ao apoiar a formação e o desenvolvimento das habilidades necessárias para utilizar essas ferramentas de forma ética e responsável, as lideranças podem garantir que a Geração Z se torne não apenas consumidora, mas também criadora de soluções inovadoras que moldarão o futuro do trabalho", explica.
Tipos de usuários
De acordo com a frequência no uso da Inteligência Artificial, o estudo dividiu os entrevistados em três grandes grupos: os superusuários, os usuários variados e os retardatários. “Foram escolhidas oito atividades, sendo quatro relacionadas à vida pessoal e quatro relacionadas à vida profissional. E com base nessas respostas, foi-se entendendo o perfil de cada grupo”, explica Brites.
Apenas 15% dos entrevistados se encaixaram no grupo de superusuários, os quais usam IA em todas as oito atividades, seja diária, semanal ou mensalmente. A maioria (61%) são usuários variados, que usam IA em algumas e com uma frequência que depende da ação escolhida. Por fim, 24% são retardatários, ou seja, usam IA nas tarefas menos de uma vez por mês ou nunca. Segundo Daniela, “é importante ressaltar que este grupo pode incluir aqueles que acabaram de começar a usar IA, não utilizaram IA das oito maneiras comuns listadas ou nunca usaram IA”.