Restrição de orçamento é desafio para avanço tecnológico dos departamentos jurídicos

30 jun 2025

Mais de seis a cada dez apontaram esse cenário, de acordo com estudo da EY, sendo necessárias medidas de corte de gastos para financiar inovação

A maioria dos departamentos jurídicos das empresas (65%) enfrenta o desafio de encontrar espaço no orçamento para avançar tecnologicamente. Nesse contexto, medidas de corte de gastos são necessárias para financiar inovação futura, de acordo com o estudo “2025 Law General Counsel”, produzido pela EY em parceria com a Oxford Economics. Poucos departamentos têm, por exemplo, cientistas de dados, gestores de produtos ou analistas de negócios dedicados a fornecer o suporte avançado necessário para manter essas iniciativas de tecnologia suficientemente atualizadas.

No total, foram entrevistados mil líderes de departamentos jurídicos e CLOs (Chief Legal Officers) de organizações provenientes de sete indústrias, 21 setores e 21 países, incluindo o Brasil, com US$ 1 bilhão ou mais em faturamento anual. Mais de 60 perguntas foram feitas aos entrevistados sobre desafios, prioridades e perspectivas dos departamentos jurídicos em um cenário de necessidade de inovação em meio à disrupção e incerteza próprias dos dias de hoje. As entrevistas foram realizadas entre novembro do ano passado e março deste ano.

Os departamentos jurídicos precisam de dados e tecnologia para ajudá-los a identificar e reportar decisões judiciais, aumentar a eficiência do trabalho e adicionar valor aos serviços oferecidos às suas organizações. O acesso a dados atualizados e organizados pode fazer a diferença no momento de decidir por um acordo ou pela judicialização das demandas. Isso porque, ao pesquisar decisões anteriores da Justiça, o advogado passa a compreender a probabilidade de sucesso ou de fracasso do seu pedido. Mais de sete a cada dez (75%) departamentos jurídicos afirmam que sua prioridade maior em tecnologia é desenvolver ou refinar suas estratégias de dados. 

Na avaliação do estudo, para fazer melhor uso do orçamento limitado, os departamentos jurídicos devem focar primeiro em como estão definindo sua estratégia antes de selecionar a tecnologia que a suportará. Isso significa que nem sempre a tecnologia ou abordagem mais recente é a melhor escolha para toda situação, devendo ser analisadas as necessidades de negócio que serão resolvidas. Os entrevistados apontam que escolher a melhor tecnologia e demonstrar rapidamente sucesso são fatores que ajudam a gerar ROI positivo nos investimentos em soluções tecnológicas.

Olhar abrangente para o ROI

Ainda que 96% dos respondentes saibam que o ROI influencia seus investimentos em tecnologia, poucos departamentos jurídicos vão além de outras métricas que não sejam tempo poupado em tarefas rotineiras e redução de custos. Por isso, olhar atentamente para todos os aspectos do ROI fornece insights que podem ser usados para desenvolver e priorizar iniciativas de tecnologia de maior impacto. Entre esses fatores estão, no lado da eficiência, a melhora da colaboração e da comunicação entre os profissionais e o aumento do número de casos ou contratos geridos por cada advogado, além de tempo mais rápido para a resolução de cada caso e para responder às demandas dos clientes. Já no campo da gestão de risco, os seguintes aspectos se destacam: aperfeiçoamento da habilidade de identificar e mitigar riscos legais; melhoria da decisão baseada em insights gerados pelos dados; e diminuição dos índices de erro nos trabalhos realizados.

Por fim, os departamentos jurídicos estão cada vez mais considerando trabalhar com um CIO para identificar um parceiro de tecnologia ou para contratar um fornecedor que apoie a implementação de um projeto voltado para a priorização de todos os aspectos do ROI. Um parceiro de tecnologia, por ter experiência nesse processo, pode desenvolver um plano com etapas claras de uma forma que melhore os índices de sucesso de implementação e de reconhecimento de valor para o negócio.

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