Demanda global por energia dobrará nos próximos 25 anos, aponta estudo da EY

24 set. 2025

Empresas vão responder por 75% desse crescimento por causa, entre outros motivos, das novas tecnologias que exigem alto consumo energético

Nos próximos 25 anos, a demanda global por energia elétrica vai dobrar, com 75% desse crescimento impulsionado pelas empresas, de acordo com o estudo "How can soaring energy demand drive lasting prosperity?", produzido pela EY. Oito em cada dez representantes de empresas entrevistados esperam que o consumo de eletricidade aumente nos próximos três anos – e mais da metade em muitos dos setores consultados diz que vai aumentar mais de 10%. O principal motivo para isso está na adoção de novos equipamentos pelas empresas, com 44% das respostas, além de tecnologias internas como data centers, com 39%, e uso da inteligência artificial, com 38%.

No total, foram entrevistados quase 2,5 mil líderes de energia de empresas médias e grandes provenientes de oito países (Austrália, Alemanha, Malásia, Canadá, Irlanda, Suécia, Reino Unido e EUA)  dos seguintes setores: construção civil; governo, educação e saúde; TI; manufatura; recursos naturais e mineração; varejo e transporte; e serviços diversos, como financeiros, imobiliários e voltados para entretenimento.

“Ainda que o Brasil não esteja contemplado nesse estudo, é possível observar uma preocupação em comum, especialmente das empresas de tecnologia e de telecomunicações: a da explosão da demanda por energia que será causada pelos data centers”, diz José Ronaldo Rocha, sócio da EY e líder de consultoria para Tecnologia, Mídia & Entretenimento e Telecomunicações (TMT). “O aumento da disponibilidade dessa infraestrutura de data centers será necessário para dar conta do avanço da IA. A própria computação em nuvem, que cresceu bastante nos últimos anos, traz pressão por novos data centers, assim como as demandas da Indústria 4.0. Essas tecnologias, alinhadas à jornada rumo ao 6G, que é uma das tendências globais no setor de telecom, têm o potencial de transformar setores inteiros ao possibilitar comunicações sensoriais, interfaces cérebro-máquina e conectividade contínua em tempo real".

Custo da energia

O estudo da EY indica que há uma preocupação compartilhada pelos entrevistados de fazer com que o gasto com energia continue sob controle. À medida que cresce a demanda energética, maiores ficam as necessidades de investimento na infraestrutura, que deverá ser repassado – ao menos em parte – aos consumidores pessoas físicas e jurídicas. Mais de sete em cada dez empresas (71%) têm estratégias para otimizar esse custo, com ações claras e investimentos para esse propósito, estando ávidas por especialistas em energia que possam ajudá-las nesse processo. 

Porcentagem semelhante (74%) considera que os fornecedores tradicionais de energia não são mais suficientes nesse contexto de buscar novas soluções que possam suportar o aumento da demanda por energia. Na visão de 64% dos respondentes, a instabilidade e o crescimento dos custos de energia já estão impactando a competitividade e a rentabilidade dos seus negócios.

Em um cenário como esse, conforme constatou a pesquisa da EY, as empresas de tecnologia que trabalharem próximas dos fornecedores de energia poderão posicionar de forma estratégica seus data centers, explorando oportunidades de otimizar esse investimento. “A demanda por processamento de dados está entre as principais tendências de mercado. É algo contínuo, crescente e escalável”, diz Leonardo Donato, líder de Mercados da EY Brasil. “Para as empresas de telecomunicações, a IA generativa vai impactar o futuro do tráfego móvel de dados por causa, entre outros fatores, do aumento do consumo de vídeo. Há, ainda, a combinação pelas telcos de IA e edge computing com IoT para entregar novos serviços B2B que suportem a digitização de outras indústrias”, complementa Rocha.

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