Adoção de ESG no setor de infraestrutura pode gerar R$ 34 bilhões ao ano, segundo análise da EY-Parthenon

25 nov. 2025

A adoção de ESG no setor de infraestrutura tem grande potencial para a economia e a sustentabilidade ambiental do país

São Paulo, novembro de 2025 – A implementação de iniciativas ESG na infraestrutura não deve ser considerada apenas como geradora de impactos externos, mas também como um vetor de dinamização financeira do setor. Segundo dados da PAIC/IBGE, essas iniciativas podem resultar em um incremento de 5,6% na atividade econômica, valor que corresponde a dois terços de todo o crescimento anual do setor. As informações integram o estudo Impact Edge, da EY Parthenon, lançado na EY House durante a COP30, em Belém. O levantamento aponta ainda que a economia nacional poderia registrar ganhos de R$ 34 bilhões por ano, o equivalente a 0,3% do PIB ou ao PIB da cidade de Belém em 2022.

Somente em 2023, o setor de infraestrutura gerou um PIB de R$ 158,2 bilhões, equivalente a 1,45% do total produzido no país. A análise realizada pela EY Parthenon com metodologia própria evidencia que a adoção consistente de práticas ESG (ambientais, sociais e de governança) pode transformar o setor, a economia e a sociedade brasileira.

A análise mostra que a implementação dessas iniciativas não deve ser vista apenas como geradora de impactos externos, mas também como capaz de movimentar financeiramente o setor. Em termos de emprego, estima-se a criação de mais de 293 mil vagas, número similar à população de Foz do Iguaçu, enquanto a arrecadação de impostos poderia aumentar 2,6% ao ano, montante suficiente para sustentar o Bolsa Família por cinco meses.

“O setor de infraestrutura brasileiro enfrenta pressões crescentes, desde a urgência de proteger cidades contra eventos climáticos extremos até a necessidade de reduzir emissões no transporte e universalizar o saneamento básico. Mas ele também tem a capacidade de ser um motor de crescimento sustentável no país, gerando valor econômico. Com projetos bem estruturados, governança sólida e métricas de impacto robustas, a infraestrutura deixa de ser um gargalo e passa a ser uma alavanca de competitividade, inclusão social e atração de investimentos”, diz Luiz Claudio Campos, Sócio-líder de Governo & Infraestrutura da EY-Parthenon para América Latina.

Benefícios e desafios ambientais

Além dos impactos econômicos, a implementação efetiva das iniciativas ESG traria benefícios ambientais, sociais e de governança. No âmbito ambiental, seriam evitadas 266,26 milhões de toneladas de CO₂ equivalente, reduzido o consumo de água em 36 milhões de litros, economizados 2,8 TWh de energia e prevenidas 7,2 milhões de toneladas de resíduos. No plano social, as ações poderiam gerar 15.378 vagas afirmativas em posições de liderança. Já na saúde pública, estima-se que seriam evitadas 6.247 internações por ano, resultando em uma economia de R$ 21,91 milhões para o Sistema Único de Saúde, recursos que poderiam ser direcionados para educação, infraestrutura, segurança e outros fins, ampliando o retorno das iniciativas.

Hoje o setor de energia brasileiro já é uma das maiores promessas de crescimento econômico sustentável no país. Com uma das matrizes energéticas mais limpas do mundo, 49,1% da oferta total de energia proveniente de fontes renováveis e quase 90% da eletricidade gerada por hidrelétricas, eólicas, solares e biomassa, segundo o Relatório Síntese do BEN 2024 da EPE. No entanto, o caminho rumo a um sistema mais resiliente e descarbonizado ainda impõe desafios estruturais e regulatórios.

“A forte dependência das hidrelétricas, embora positiva em termos de emissões, torna o sistema vulnerável à variabilidade climática, especialmente em períodos de seca prolongada. A crescente participação de fontes intermitentes, como solar e eólica, exige modernização da infraestrutura para garantir estabilidade e segurança energética. A diversificação da matriz, o aumento da capacidade de armazenamento e a expansão da rede de transmissão são apontados como pilares para uma transição energética equilibrada”, comenta Campos.

Apesar dos avanços, o crescimento acelerado da geração renovável tem pressionado o sistema de transmissão e evidenciado gargalos. Em diversas ocasiões, a rede opera próxima ao limite, especialmente entre os polos de geração no Nordeste e os centros consumidores do Sudeste. A ausência de soluções de armazenamento em larga escala e a limitação das interconexões comprometem a eficiência da matriz e geram perdas significativas.

Para enfrentar esse cenário, o país tem intensificado investimentos em modernização da rede, ampliação da transmissão e projetos-piloto de armazenamento. No entanto, a falta de dados padronizados e indicadores amplamente adotados sobre transmissão e armazenamento dificulta a mensuração dos impactos econômicos e ambientais das iniciativas ESG. A fragmentação de responsabilidades, a heterogeneidade dos projetos e as mudanças regulatórias em curso também representam obstáculos à consolidação de uma estratégia nacional robusta.

“A incorporação de práticas ESG no setor ainda enfrenta barreiras importantes. O cumprimento de metas de descarbonização, a adaptação climática de ativos críticos e a integração de critérios socioambientais no planejamento de obras públicas são desafios que impactam diretamente a competitividade da infraestrutura nacional. A ausência de metodologias padronizadas eleva riscos operacionais e reputacionais, podendo encarecer seguros, atrasar licenças e restringir o acesso a capital”, finaliza o sócio.

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