desafios esg

Orientações sobre os atuais desafios da divulgação de informações ESG nos relatórios financeiros

Tópicos relacionados

Webcast esclareceu pontos-chave e principais alterações regulatórias.

Por Mariana Lebreiro, Sócia de Financial Accounting Advisory Services (FAAS), e Renati Suzuki,  Gerente Senior de FAAS e especialista em ESG

Ocrescimento do interesse dos stakeholders sobre ESG (ambientais, sociais e de governança) e seus efeitos financeiros vem acelerando movimentos globais pela maior qualidade e assertividade na divulgação de informações de sustentabilidade nos relatórios financeiros e é importante que as empresas não esperem por normas específicas para agirem.

Também é fundamental que os profissionais de contabilidade e finanças, que geralmente estão à margem das discussões sobre ESG, participem e mergulhem nas práticas conduzidas por suas empresas, já que definitivamente a questão passará a impactar cada dia mais seu dia a dia profissional.

Essas foram duas das principais recomendações feitas durante o último webcast Desafios da Divulgação de Informações ESG nos Relatórios Financeiros, realizado pela EY no dia 15 de fevereiro, que abordou incertezas comuns, entre elas quais as tendências e o que, como e qual é o momento de divulgar, tendo em vista a repercussão de uma informação no curto, médio ou longo prazo.

Especialmente no Brasil, quatro movimentos já trazem grandes e urgentes impactos:

  • CVM no 14: as empresas públicas que optam voluntariamente pela divulgação do Relato Integrado devem, obrigatoriamente, seguir a OCPC 09, com auditagem (desde 1º de janeiro de 2021).
  • CVM no 87: substitui a CVM 480, alterando totalmente o formato do FRE e inclui mais detalhes sobre informações ESG no formato “pratique ou explique” (desde janeiro de 2023).
  • SEC e ISSB: tratam da padronização das divulgações de sustentabilidade Ambas com foco em mudanças climáticas.

As entidades devem estar atentas aos movimentos do mercado e suas divulgações devem estar consistentes e alinhas. Alguns pontos de atenção discutidos no webcast foram:

  • Apesar de o mundo caminhar para ser net zero em 2050, o que tem previsão de um custo estimado em US$ 125 trilhões, pouco se evidenciam ainda reportes sobre desembolso em passivos, o que já deveria estar no radar das organizações. Também a contabilização de créditos de carbono suscita grandes dúvidas a respeito de como devem ser reportados.
  • Empresas já estão sendo processadas por greenwashing, novas normas e orientações são previstas e o amadurecimento do cruzamento das informações ESG com as financeiras ampliará ainda mais o monitoramento sobre o tema.
  • Empresas vêm dando muita atenção às questões ambientais, as de governança foram esfriadas e as sociais ainda caminham a passos lentos. É preciso buscar o equilíbrio.
  • Mesmo no âmbito ambiental, há muitos gaps entre prática e reporte, também pela dificuldade de se identificar o que é relevante, como e quando reportar.
  • Envolvidos no processo de reporte financeiro deverão buscar outras métricas e precisarão de outras pessoas e áreas. Nesse sentido, também as empresas deverão aprimorar seus controles internos sobre informações que vêm de diversas fontes, para garantir sua veracidade.
  • É preciso sensibilizar os diversos níveis hierárquicos e promover o diálogo contínuo ao longo do ano, especialmente entre equipes de governança, RI, contabilidade, controles internos, sustentabilidade, conselhos e comitês, para que o relatório seja feito tempestivamente, com participação ampla de todos os agentes.

Saiba tudo sobre essas questões e mais! O  replay do webcast, que contou com a participação de Mariana Lebreiro, sócia de FAAS da EY, Renati Suzuki, gerente sênior de FAAS da EY e Edilson Paulo, presidente do AnpCont e membro do CBPS, já está no ar.

Resumo

O webcast Desafios da Divulgação de Informações ESG nos Relatórios Financeiros esclarece pontos-chave e principais alterações regulatórias sobre o tema. 

Sobre este artigo