Artigo: ESG, muito além de uma bela embalagem para um produto

28 out 2022
Por Agência EY

A Agência EY é um espaço de notícias e conteúdo jornalístico

28 out 2022

Por Raul Memória, gerente sênior de Ética e Conformidade na EY Brasil; e Fabiana Garcia, gerente de Compliance e Ética & Conformidade na EY Brasil

Aadoção das práticas ESG (traduzido do inglês ambiental, social e governança) tem sido uma realidade cada vez mais comum nas empresas. Levar ao público as ações de sustentabilidade aplicadas no ambiente corporativo já é considerado tão importante quanto a qualidade dos produtos ou serviços oferecidos ao mercado, desde as grandes corporações até as pequenas e microempresas.  

Temas como compliance, governança e ética vêm sendo cada vez mais discutidos e adotados nas companhias. Torna-se necessário, porém, destacar alguns aspectos relevantes e derrubar alguns tabus. Um deles é de que as políticas de sustentabilidade são exclusivas dos grandes conglomerados empresariais. Qualquer empresa, independentemente do seu porte, pode e deve adotar boas práticas relacionadas à sustentabilidade nos seus negócios. O importante é sempre começar e dar continuidade às ações, nem que seja por meio de atitudes muito simples do cotidiano, como a reciclagem do material de escritório ou incentivo ao uso racional da água por parte dos colaboradores. Ajudar comunidades carentes no entorno das sedes e abrir as portas para a população vizinha também são boas atitudes e acessíveis a todos. 

Procurar fornecedores que praticam a sustentabilidade e o treinamento de equipes são dicas preciosas para os empresários que desejam introduzir o tema ESG nos seus ambientes e linhas de produção. Aliás, vale ressaltar um ponto interessante: qualquer política de sustentabilidade depende do engajamento das pessoas e do comprometimento das chefias. Boas práticas que não contam com o apoio e incentivo dos líderes e CEOs estão condenadas a não darem certo ou simplesmente desaparecerem por falta de apoio das lideranças. 

Todas essas atividades podem ser desenvolvidas por meio da criação de comitês internos, que independem do número de temas abordados ou integrantes. Até porque isso varia conforme o tamanho, as características e setores das empresas. Deve-se iniciar os primeiros passos e atuar de maneira efetiva, incentivando seus funcionários e eliminando preconceitos em relação aos temas abordados. Os comitês de ética, por exemplo, devem manter canal aberto e permanente com os funcionários, não apenas oferecendo a chance de denunciar práticas irregulares e abusivas, mas incentivando o diálogo empresa-colaborador. O funcionário precisa estar seguro de que a sua denúncia ou mesmo suas ponderações não irão gerar retaliações. Para isso, uma boa comunicação interna é essencial.  

As novas tecnologias, como 5G e Metaverso, podem ajudar muito na atuação destes comitês. Um ambiente virtual moderno pode ter muito mais efeitos positivos do que um e-mail corporativo. Porém, vale ressaltar que os problemas e dilemas são sempre os mesmos, independentemente da evolução tecnológica nas últimas décadas. A importância da conversa e do debate é algo que jamais será mudado. 

Por fim, muito além de sua criação, as ações ESG precisam ser colocadas em prática e de maneira permanente. Não se pode ter comitês de ética e ESG apenas como uma maneira de demonstrar interesse e criar uma imagem positiva junto ao mercado. É preciso falar e aplicar as boas práticas todos os dias. Afinal, ESG não pode ser apenas uma embalagem bonita para uma empresa que deseja vender o seu produto. O ESG deve ser parte integrante do próprio produto. 

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