“Aplicação da IA traz hiperprodutividade digital”, diz César Gon, da CI&T

5 Minutos de leitura 3 jul 2023
Por Agência EY

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5 Minutos de leitura 3 jul 2023

“Aplicação da IA traz hiperprodutividade digital”, diz César Gon, da CI&T

César Gon, da CI&T, homenageado na categoria Master do EOY 2019.

O empreendedor do ano de 2019 afirma que a aplicação da inteligência artificial em todo o fluxo de produção de plataformas e soluções é necessária para aumentar a eficiência da transformação digital

Homenageado na categoria Master do programa EOY – Empreendedor do Ano 2019, promovido pela EY, o CEO da CI&T, César Gon, está ligado à tecnologia desde jovem. Aos 11 anos, aprendeu sozinho a programar computadores e, aos 13, vendeu o código de um jogo de xadrez para uma revista de tecnologia. Em maio de 1995, quando ainda trabalhava na empresa júnior da faculdade de computação da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), com apenas 23 anos, fundou a CI&T. Sob sua liderança como CEO, a CI&T alcançou 25 anos consecutivos de crescimento orgânico e expansão global, por meio de uma série de fusões e aquisições para ampliar o alcance das suas soluções e a presença nos mercados nacional e internacional.

Gon é o terceiro entrevistado da série da Agência EY com representantes homenageados da categoria Master das edições anteriores do EOY.

1) Como foi ser homenageado no Empreendedor do Ano em 2019?

CÉSAR: Foi um marco na minha trajetória de quase três décadas à frente da CI&T. Como empreendedor, estou sempre olhando para o futuro, liderando minha equipe, envolvendo clientes e influenciando o mercado. A homenagem proporcionou uma rara oportunidade de fazer uma pausa para refletir. Foi um lembrete valioso de que, mesmo no ritmo acelerado do empreendedorismo, é importante parar e reconhecer nossas conquistas. Apesar de ser uma homenagem individual, pude compartilhar essa alegria com meus cofundadores, com a incrível equipe da CI&T e com nossos valiosos clientes. Isso tornou o reconhecimento ainda mais significativo.

Acredito que nossa jornada de crescimento e internacionalização chamou a atenção dos jurados. Transformar uma empresa que nasceu no Brasil em player global de tecnologia é um feito que nos enche de orgulho. O EOY 2019 foi uma honra que destacou a resiliência e a coragem de muitas pessoas que apostaram suas carreiras na CI&T.

2) Quais foram as mudanças ocorridas na CI&T de 2019 para cá?

CÉSAR: Nossa, foram apenas quatro anos, mas intensos! Nesse período, tivemos que enfrentar a pandemia, realizar a oferta pública inicial (IPO) da CI&T na NYSE (Bolsa de Valores de Nova York) e enfrentar a crise global pós-pandemia.

Ao longo desse período, de 2019 a 2022, nosso crescimento médio anual composto (CAGR) foi de 48%. Saltamos de uma receita de R$ 677 milhões em 2019 para R$ 2,2 bilhões em 2022. Isso foi possível graças a uma combinação de crescimento orgânico de cerca de 30% a 35% ao ano e uma série de aquisições que realizamos após nossa oferta pública inicial na NYSE em novembro de 2021.

Além disso, a CI&T aumentou sua diversificação, expandindo sua atuação para novas regiões. Atualmente, nosso maior mercado são os Estados Unidos, e mais de 60% da nossa receita provém de economias maduras como EUA, Reino Unido e Austrália. Hoje, contamos com mais de seis mil colaboradores ao redor do mundo, operando em nove países: EUA, Brasil, Canadá e Colômbia nas Américas; Reino Unido e Portugal na Europa; e China, Japão e Austrália na região APAC (Ásia-Pacífico).

3) Como você avalia o cenário de transformação digital no Brasil e no mundo? As empresas estão sendo bem-sucedidas ou ainda há um longo caminho pela frente? Quais são as principais dificuldades observadas?

CÉSAR: Ao longo da última década, as empresas abraçaram a transformação digital, com o objetivo de se tornarem mais rápidas, inovadoras e centradas no cliente. Ano após ano, todas as empresas que conheço têm incrementado seus orçamentos de TI e digitais em busca do Santo Graal da era digital. No entanto, depois de tantos anos nessa "corrida do ouro", emergiu um problema significativo de eficiência denominado por mim como “dilema da eficiência digital”. Esse desafio de eficiência é quase um resultado esperado da complexidade inerente a uma transformação digital sustentável.

Com base na minha experiência no campo, ao longo de muitos anos trabalhando com dezenas de empresas grandes e complexas ao redor do mundo, uma transformação sustentável em uma organização tradicional requer três grandes reformulações: adoção de um novo fluxo ágil de tecnologia; implementação de um novo sistema de gestão; e renovação do modelo de liderança. Essas três reformulações geram resultados sólidos e concretos, porém, simultaneamente, introduzem um enorme desafio de eficiência digital, seja em grandes organizações do Brasil, seja em qualquer outro lugar do mundo. Por isso, desde o início do último ano, a CI&T direcionou sua atenção para enfrentar esse desafio, concentrando-se em ajudar nossos clientes a melhorar a produtividade, velocidade e qualidade em suas operações digitais.

4) Como a inteligência artificial pode elevar a produtividade das empresas?

CÉSAR: Vejo duas oportunidades imediatas relacionadas à produtividade. A primeira, que eu chamo de hiperprodutividade digital, envolve a aplicação da IA em todo o fluxo de produção de plataformas e soluções digitais. Essa é uma solução extremamente bem-vinda e necessária para o “dilema da eficiência” mencionado anteriormente.

A segunda oportunidade é a incorporação de aplicações de IA nos processos de negócios dos clientes, visando melhorar a eficiência. Isso inclui oportunidades como automação de processos, análise preditiva, personalização da experiência dos colaboradores e dos clientes, otimização da cadeia de suprimentos, detecção de fraudes e implementação de assistentes virtuais e chatbots.

5) O Brasil está entre os países com maior número de empreendedores. Considerando sua trajetória profissional e os desafios enfrentados, quais são suas orientações para essas pessoas?

CÉSAR: Sempre digo que empreender é uma combinação de resiliência, coragem e sorte. Ao longo da minha vida, com base nas cicatrizes oriundas do campo de batalha do empreendedorismo, resumo meus conselhos em apenas três pontos:

- Empreender precisa ser sobre inovar, que é a capacidade de criar soluções eficazes para resolver problemas complexos, aproveitando a interseção entre mudanças de valores sociais e avanços tecnológicos;

- Empreender é liderar. Mas não é uma liderança simples, é liderar na ambiguidade. E, para isso, é fundamental o que chamo de empatia empreendedora a fim de equilibrar os interesses dos stakeholders e inspirar as pessoas a trabalhar em direção a uma visão compartilhada;

- Finalmente, empreender precisa ser sobre ser feliz. Então talvez o principal conselho seja seguir seus propósitos, valores e princípios, confiar nas pessoas e construir relacionamentos baseados em confiança e respeito. E também não ter medo de criar vínculos e amizades ao longo da jornada.

Edição 2023 do EOY

Idealizado e promovido pela EY desde 1998 no Brasil, o programa Empreendedor do Ano reconhece líderes empresariais de setores e mercados distintos que, com sua visão de futuro, têm algo em comum: a vontade de transformar a realidade do país, deixando seu legado e contribuindo para a construção de um mundo de negócios melhor. As inscrições para a 26ª edição já estão abertas e podem ser feitas aqui.

Esta entrevista faz parte da série da Agência EY com representantes homenageados da categoria Master do programa EOY – Empreendedor do Ano. Leia abaixo as entrevistas já publicadas.

“A educação tem o poder de criar oportunidades”, diz Chaim Zaher, do Grupo SEB

“IA permitirá entender necessidades individuais dos alunos”, diz Rodrigo Galindo, da Cogna Educação

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