País subiu três posições e ocupa o nono lugar no ranking do RECAI
Enquanto as atenções do planeta estão voltadas à Conferência das Partes sobre Mudança Climática das Nações Unidas para 2021 (COP26), que ocorre no Reino Unido, o Brasil tem pelo menos uma boa notícia relacionada às questões climáticas e à preservação do meio ambiente: o país melhorou sua posição e está entre as dez nações com maior potencial para atrair investimentos em programas e projetos de energia renovável.
A conclusão é da 58ª edição do Índice de Atratividade de Países em Energia Renovável (RECAI, na sigla em inglês), elaborado pela consultoria EY. Produzido desde 2003, o RECAI classifica periodicamente os 40 principais mercados do mundo em relação à atratividade de seus investimentos e oportunidades de implantação de energia renovável, como eólica e solar.
Na versão mais recente do estudo, divulgada em outubro, o Brasil saltou da 11ª para a 9ª posição entre os países com maior potencial para atrair investimentos em energia renovável. O líder no ranking são os Estados Unidos, seguidos de China (2º lugar), Índia (3º), França (4º), Reino Unido (5º), Alemanha (6º), Austrália (7º) e Japão (8º), Brasil (9º) e Espanha (10º). O Brasil está na frente de países como Dinamarca (15ª posição no ranking), Canadá (18º) e Israel (17º).
“A transição de baixo carbono está vindo densa e rápida. A energia renovável está prosperando à medida que as condições de mercado, decisões políticas, investimento e melhorias tecnológicas levam a energia limpa a novos patamares”, diz trecho do documento global da EY sobre o RECAI. A consultoria destaca que, em meio à pandemia de Covid-19 e à recessão mundial, o investimento em capacidade de energia renovável cresceu 2% no mundo todo, chegando a US$ 303,5 bilhões no ano passado.
Na edição do RECAI divulgada no primeiro semestre deste ano, a 57ª, o Brasil já tinha saltado quatro posições em relação à anterior. “O Brasil tem uma vantagem natural que é a possibilidade de diversificação de suas fontes energéticas. Temos sol em abundância, água, vento, petróleo e biomassa”, explica André Flávio, diretor-executivo do setor de energia da EY.
“É uma boa notícia, sem dúvida. Estamos na frente de países muito mais estruturados do que nós em relação ao setor elétrico”, diz André, sobre o fato do Brasil estar entre os dez melhores colocados no ranking. Segundo ele, alguns motivos podem contribuir para a escalada progressiva do país na classificação do estudo da EY, como os diversos programas públicos e privados em energia eólica e solar, além do projeto do governo federal em privatizar a Eletrobras, o que atrai o interesse de investidores estrangeiros. “O Brasil tem um imenso potencial de atração, pois temos um grande mercado consumidor, somos fortes na indústria e existe regulação consistente no setor de energia”, explica o consultor da EY.