Mais da metade diz que o impacto será significativo ou muito significativo, com quase três a cada dez alocando capital para iniciativas de sustentabilidade no mesmo nível de outras prioridades de negócio, revela estudo global da EY com 1,2 mil CEOs
A maioria dos CEOs (83%) considera que os riscos ESG e de sustentabilidade vão impactar o desempenho dos seus negócios nos próximos 12 meses de forma moderada, significativa ou muito significativa. A porcentagem de resposta “significativa” foi de 34%; seguida de “moderada”, com 27%; e de “muito significativa”, com 22%. A constatação faz parte de pesquisa realizada pela EY com 1,2 mil CEOs em todo o mundo sobre como eles usam a inteligência artificial, incluindo seus planos para alavancar essa tecnologia. Além disso, trouxe informações de como pretendem incorporar a sustentabilidade na agenda de crescimento das suas organizações.
Muitas empresas veem, aliás, o potencial da IA para acelerar seu progresso em sustentabilidade em um momento no qual reguladores e investidores exigem cada vez mais transparência na agenda ESG. Para isso, a alocação de capital em iniciativas de sustentabilidade é uma movimentação desejável.
Quase quatro a cada dez CEOs (38%) priorizam questões de sustentabilidade ao tomar decisões de alocação de capital. Já praticamente três a cada dez (28%) alocam capital para iniciativas de sustentabilidade no mesmo nível de outras prioridades de negócio. Nas Américas, essa porcentagem é de 22%, ocupando a última posição entre as regiões mensuradas, já que Ásia-Pacífico lidera, com 34%, seguida da Europa, com 29%.
Divulgação confiável das ações de sustentabilidade
Os investidores estão cada vez mais interessados em negócios que colocam a sustentabilidade como prioridade. Por isso, para atender a essa demanda, os CEOs precisam buscar formas eficazes e que sejam comparáveis de fazer suas divulgações das iniciativas inseridas na agenda ESG, correspondendo dessa forma aos anseios dos investidores, especialmente aqueles mais exigentes que já estão em conformidade com as melhores práticas de mercado como as recém-lançadas normas do ISSB (International Sustainability Standards Board).
A IFRS S1 e S2 promovem a integração ou conectividade entre os relatórios financeiro e de sustentabilidade. Isso significa que os objetivos de sustentabilidade traçados pela empresa que tenham impacto financeiro precisam ser considerados ou justificados no reporte financeiro. A consequência imediata é o combate ao greenwashing, prática que consiste na divulgação falsa ou imprecisa por parte das organizações de iniciativas de sustentabilidade.
As divulgações corporativas envolvendo sustentabilidade estão entre os insights mais relevantes usados pelos investidores para compreender o impacto dessas ações no desempenho, nos riscos e nas perspectivas de crescimento de longo prazo de uma empresa. Quase todos os investidores – o equivalente a 99% – utilizam as divulgações das empresas sobre ESG como parte de suas decisões de investimento, de acordo com o estudo EY Global Reporting and Institutional Investor Survey. Mais de sete a cada dez adotam abordagem ESG rigorosa e estruturada.
Ainda segundo esse levantamento, a maioria dos investidores considera que as empresas devem fazer investimentos endereçando questões ESG relevantes para seus negócios, mesmo que isso reduza os lucros no curto prazo. Foram entrevistados mais de mil CFOs (Chief Financial Officers) e outros líderes seniores de finanças de todo o mundo, além de 320 investidores institucionais.