Empresas precisam definir governança de dados nos seus projetos de metaverso

Em podcast sobre ESG no metaverso, líderes da EY abordam desafios da pauta de sustentabilidade no desenvolvimento dessa tecnologia, incluindo consumo de energia

No primeiro episódio da nova temporada do podcast EY Futuro, Ricardo Assumpção, sócio da EY e líder de ESG e sustentabilidade para a América Latina Sul, conversa com Denis Balaguer, líder de inovação da EY Brasil, sobre os desafios ligados à pauta de sustentabilidade no desenvolvimento do metaverso. “Essas tecnologias dependem de tráfego imenso de dados. O uso do blockchain para comprar e vender produtos equivale ao consumo de energia elétrica de 100 transações por cartão de crédito. Isso precisa ser considerado pelas empresas de tecnologia, e algumas já estão atentas a esse cenário”, observa Assumpção.

Para Balaguer, ao olhar para todas as facetas de aplicação do metaverso, essas tecnologias demandam de fato bastante energia elétrica, mas é preciso considerar que vão substituir equipamentos que estão ficando obsoletos e perdendo, portanto, eficiência. “Ou seja, o metaverso não se somará à tecnologia existente, mas substituirá pelo menos parte dela”, diz. Há, ainda, na visão dele, um segundo aspecto sobre o quanto o uso intensivo do metaverso vai permitir que as empresas tenham operações mais eficientes, impactando o consumo de energia em suas atividades. “Sou proveniente da indústria aeronáutica. Lembro que 20 anos atrás, quando construímos o centro de realidade virtual na empresa em que eu atuava, essa estrutura foi importante para trabalhar o projeto do avião e torná-lo mais eficiente, inclusive do ponto de vista aerodinâmico, o que reduziu o consumo de querosene de aviação [um combustível fóssil]”, completa.

Assumpção destaca, ainda, a relevância da governança em relação aos dados que trafegam no metaverso, perguntando a Balaguer como as empresas devem se preparar para gerir esse enorme volume de informações.

“A governança discute qual é o papel da minha organização no metaverso, o que quero com ele, incluindo a definição da estratégia ou do posicionamento de negócio. Esse alinhamento passa pelas instâncias formais de governança por envolver investimento, questões de marca, de risco reputacional, além de mudança de comportamento da organização. Há no mercado um descompasso na jornada de governança de dados, com muitas empresas ainda no início desse trabalho. A regulação favorece o processo de trazer conformidade para o mercado de forma mais homogênea”, finaliza o líder de inovação da EY Brasil.

Ouça aqui o episódio “ESG no Metaverso”.