Impulsionada pelo Marco Legal, solar torna-se 2ª matriz energética do país

4 Minutos de leitura 23 ago 2023
Por Agência EY

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4 Minutos de leitura 23 ago 2023

Legislação, que entrou em vigor no ano passado, impulsionou, por meio da isenção do pagamento de tarifa pelo uso da rede de distribuição de energia, a instalação de sistemas fotovoltaicos pelos consumidores

A capacidade de produção de energia solar no primeiro semestre superou o resultado de todo ano passado. Nos primeiros seis meses, a potência instalada já se mostra 26% superior em comparação com a de 2022 inteiro. Esses números contribuíram para que a energia solar se tornasse a segunda matriz do país em potência gerada, com 14,7% do total, atrás da energia hidrelétrica, com 50,8%, de acordo com a ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica). Desde 2012, segundo a Absolar (Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica), essa fonte de energia trouxe para o Brasil pouco mais de R$ 155 bilhões em novos investimentos, com geração de 960 mil empregos, além de mais de R$ 45 bilhões em arrecadação para os cofres públicos. Entre janeiro e julho deste ano, o setor de energia solar fotovoltaica fez mais de R$ 33 bilhões em novos investimentos no país, ainda segundo a Absolar.

A chamada geração distribuída, impulsionada por legislação em vigor desde janeiro do ano passado, é um dos motivos para o crescimento da energia solar. Nesse modelo, o consumidor gera sua própria energia por meio do sistema solar fotovoltaico instalado no seu imóvel. Esse tipo de geração já está presente em 5.530 municípios (dos 5.568 existentes), o equivalente, portanto, a 99% do território nacional. O Marco Legal da Micro e Minigeração de Energia previu a isenção tarifária pelo uso da rede de distribuição (a chamada taxa “Fio B”) até 2045 para os consumidores que já tinham painel solar em operação ou que solicitaram a instalação em sua residência até 6 de janeiro deste ano.

Essa previsão impulsionou a adoção da energia solar, que proporciona elevado custo-benefício, já que, uma vez instalado o sistema, ele permite economia considerável na conta de energia. Ainda que os novos projetos de placas solares estejam sujeitos ao pagamento da taxa “Fio B”, há uma escala de cobrança prevista na legislação que começa com percentual de 15% neste ano até atingir a integralidade em 2029.

Desde a publicação da lei, em 7 de janeiro de 2022, já foram feitas pelas distribuidoras mais de 780 mil conexões de micro e minigeração distribuída, o que totalizou 7,6 GW de potência instalada, de acordo com a ANEEL. O aumento é de 60% no número de conexões e de 54% na potência instalada em relação aos 13 meses anteriores à publicação do Marco Legal. Além disso, 47% das conexões e 44% da potência instalada, considerando o histórico desde 2009, vieram após a publicação da lei.

Financiamento solar em alta

O financiamento solar foi outro fator que estimulou a aquisição dos sistemas fotovoltaicos, pois representou uma forma de diluir esse custo ao longo do tempo, que é compensado pela redução da conta de luz. O volume de financiamento para a geração de energia solar superou a marca de R$ 35 bilhões no ano passado – alta de 79% em relação a 2021.

Esse valor considera o volume financiado tanto em usinas de grande porte quanto em pequenos sistemas fotovoltaicos de geração própria, como os instalados nos telhados das residências. Os dados são de levantamento da consultoria Clean Energy Latin America (Cela), com instituições financeiras públicas e privadas, cooperativas de crédito e fintechs que fomentam a geração de eletricidade por meio da tecnologia fotovoltaica.

Mercado de R$ 2,2 trilhões

A demanda extra por energia elétrica no Brasil causada pela eletrificação dos veículos e pela produção de hidrogênio verde deve estimular o mercado nacional de energia solar em cerca de R$ 2,2 trilhões até 2050, de acordo com estudo do Portal Solar.

“As fontes renováveis de energia estão todas relacionadas, e o Brasil tem potencial para liderar essa revolução energética no mundo. As oportunidades incluem biomassa, hidrogênio verde e eólicas offshore, considerando a necessidade de triplicar até 2030, em escala global, o investimento anual em energia limpa, a fim de que o mundo se torne net zero até 2050, de acordo com estimativa da Agência Internacional de Energia”, diz Ricardo Assumpção, CSO (Chief Sustainability Officer) da EY e líder de ESG e Sustentabilidade.

Expectativa para o verão

O próximo verão brasileiro deve ser o de maior utilização de energia renovável da história. A previsão do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) é que as usinas termelétricas, consideradas poluidoras porque usam combustíveis fósseis, fiquem no patamar mínimo de operação. Entre janeiro e junho, as matrizes hidrelétrica, eólica e solar responderam por 91% da energia elétrica distribuída. As fontes solar e eólica representam 93,5% dos projetos que vão entrar em operação até 2029.

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