Por mais de uma década, o EY Center for Board Matters analisa as divulgações dos Comitês de Auditoria feitas pelas empresas da Fortune 100 (publicação que lista as 100 maiores empresas abertas e fechadas dos Estados Unidos), para avaliar sua evolução. O tipo e o escopo das informações aumentaram significativamente desde 2012, embora o ritmo da mudança tenha diminuído nos últimos anos.
Os relatórios financeiros fazem parte do cerne dos mercados de capitais dos EUA, fornecendo informações críticas aos investidores para que possam tomar decisões informadas sobre onde colocar seu dinheiro. Os Comitês de Auditoria desempenham um papel fundamental no apoio ao desenvolvimento de relatórios financeiros de alta qualidade, incluindo a supervisão da seleção, desempenho e remuneração de auditores externos.
Apesar da importância da função do Comitê de Auditoria na supervisão da Auditoria, as divulgações relacionadas geralmente são limitadas. Embora um relatório sobre o Comitê de Auditoria deva ser incluído na divulgação estadunidense, os regulamentos e as regras de listagem na bolsa de valores exigem poucas divulgações específicas sobre a Auditoria e o auditor. Várias empresas fornecem divulgações voluntárias sobre como os Comitês de Auditoria exercem suas responsabilidades de supervisão de Auditoria, fornecendo informações importantes a investidores sobre a confiabilidade e a qualidade dos relatórios financeiros. As divulgações voluntárias mudaram ao longo do tempo devido ao interesse de investidores, aos desenvolvimentos do mercado, da regulamentação e outros fatores.
O que vimos em 2023
Embora a mudança ano a ano quanto à porcentagem de empresas que fornecem essas divulgações voluntárias seja gradual, houve um aumento dramático das divulgações, na maioria das categorias, desde que começamos a examinar essas divulgações em 2012. Por exemplo:
Expansão do papel do Comitê de Auditoria
Em consonância com as tendências das divulgações voluntárias do Comitê de Auditoria, continuamos a ver as empresas reforçarem suas descrições da supervisão do Comitê de Auditoria e as funções e responsabilidades do Comitê – especialmente em relação à segurança cibernética e às questões ambientais, sociais e de governança (ESG). Isso responde ao crescente interesse de investidores em como os Conselhos estão executando sua supervisão sobre esses e outros riscos não financeiros (por exemplo, como os Conselhos estão atribuindo responsabilidades de supervisão no nível do Comitê e como membros de Conselhos estão desenvolvendo competências relacionadas).
O Comitê de Auditoria surgiu como o principal comitê de supervisão da segurança cibernética. Setenta e cinco por cento das empresas analisadas revelaram que o Comitê de Auditoria supervisiona os assuntos de segurança cibernética. Esse percentual pode estar prestes a mudar ainda mais no futuro próximo. De acordo com as regras finalizadas pela Securities and Exchange Commission (SEC) sobre segurança cibernética, as empresas precisarão divulgar se todo o Conselho, membros específicos ou um comitê do Conselho é responsável pela supervisão da segurança cibernética.
Além dos riscos cibernéticos, mais Comitês de Auditoria estão supervisionando outros riscos não financeiros ou controles e procedimentos de divulgação não financeiros. Notavelmente, “ESG”, “meio ambiente”, “sustentabilidade” e “clima” são termos que agora aparecem nas descrições das responsabilidades de supervisão do Comitê de Auditoria para 29% das empresas analisadas, acima dos 11% em 2021.
Áreas de foco dos Comitês
As empresas líderes estão acrescentando mais especificidade ao destacar quaisquer alterações nas atividades de supervisão e nas principais áreas de foco do Comitê de Auditoria do ano anterior.
Número crescente de especialistas financeiros
Continuamos a ver um aumento nos Comitês de Auditoria com três ou mais especialistas financeiros (agora 68%, acima dos 65% em 2021 e 51% em 2012). Isso pode ser um indicativo da crescente complexidade dos riscos com os quais os Comitês de Auditoria estão lidando, exigindo mais especialização financeira.
Independência e desempenho do auditor
O número de empresas que divulgaram os fatores utilizados na avaliação do Comitê de Auditoria sobre as qualificações e a qualidade do trabalho do auditor externo aumentou para 71%, em comparação com 68% em 2021. Apenas 15% das empresas analisadas fizeram essa divulgação em 2012. Além disso, quase 92% das empresas divulgaram que o Comitê de Auditoria considera honorários e serviços que não são de Auditoria ao avaliar a independência do auditor, contra apenas 23% em 2012.
Questões críticas de Auditoria
Monitoramos especificamente se alguma das divulgações do Comitê de Auditoria deste ano fazia referência a questões críticas de auditoria. Observamos que 28% das empresas fizeram referências à discussão do Comitê de Auditoria com os auditores externos sobre questões críticas de Auditoria, acima dos 20% em 2021.
Apoio à ratificação do auditor
Em termos de resultados de votação para propostas de ratificação do auditor, os níveis de apoio continuam significativos. Em 2023, o apoio médio foi de 98% para as empresas do S&P 1500, o que está alinhado com os últimos anos. Menos de 1% das propostas de ratificação do auditor votadas em 2023 receberam menos de 90%.
Um olhar sobre os Comitês de Auditoria ao longo do tempo