Comunicado de imprensa
30 ago 2024 

Rodadas de equity com participação corporativa caem 43% no último ano, aponta estudo 

Fintechs (18%) e startups de energia (14%) são os dois setores que mais receberam investimentos corporativos em 2023

São Paulo, agosto de 2024 - No último ano, o mercado registrou 508 de rodadas equity nas quais apenas 53 tiveram participação corporativa. Isso representa uma queda de 43% em relação ao ano anterior (2022). Além disso, o volume captado em rodadas com participação corporativa representou apenas 0,4 bilhão de dólar dos 2 bilhões de dólares captados em geral. Esses resultados fazem parte do relatório Corporate Investments in the Brazilian Ecosystem 2023, estudo liderado pela Sling Hub e Alya Ventures, com apoio da EY e ABCVC (Associação Brasileira de Corporate Venture Capital).

“O principal objetivo desse material é apresentar as corporações mais ativas em 2023, o perfil das startups investidas, trazendo um panorama dos financiamentos corporativos em startups nos últimos anos, e as perspectivas futuras de CVC no Brasil”, explica João Ventura, fundador e CEO da Sling Hub.

E o cenário pode ser visto de forma otimista, como comenta Pablo Sola, sócio de Private Equity da EY para América Latina. “Olhando de forma fria, pode parecer que tivemos um cenário negativo, mas isso significa que mantivemos, a longo prazo, um crescimento sustentável, que é o mais importante. Com isso, o mercado de CVC brasileiro continua demonstrando resiliência”.

Em 2023, as rodadas de investimento de equity em startups brasileiras que tiveram a participação de corporações somaram 400 milhões de dólares, representando 73% menos que os quase 1,5 bilhão de dólares aportados no ano anterior e apenas metade do montante destinado em 2019. “Vale ressaltar que este volume não representa o dinheiro investido por corporações, mas sim o valor das rodadas que incluíram pelo menos um ator corporativo - uma vez que o valor específico que cada investidor aportou na rodada não é divulgado”, reforça Ventura.

Além disso, o estudo também corrobora que as corporações estão explorando estratégias variadas de inovação aberta além dos veículos estruturados de CVC, como programas de aceleração, projetos de prova de conceito e iniciativas diretas de resolução de problemas dentro de diferentes divisões corporativas. “O foco está cada vez mais na aplicação prática, em vez de apenas no investimento financeiro, indicando uma abordagem mais madura para fomentar a inovação”, conta o fundador da Sling Hub.

Setores

Em 2022, 30% das startups brasileiras que receberam investimentos com participação de corporações eram fintechs e nenhum outro setor alcançou 10% do total. Já em 2023, o protagonismo das fintechs caiu para apenas 18% das startups investidas, enquanto que as energy techs despontaram representando 14% das rodadas com participação corporativa.  Em seguida, temos as agritechs, cleantechs e deep tech, todas com 8%. 

 

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“O setor de energia está passando por uma grande transformação, especialmente com a busca de mais fontes renováveis e sustentáveis e isto demanda inovação, não só as desenvolvidas internamente, mas também pelas startups e a participação das empresas incumbentes do setor nestas potencializa seu acesso a mercado, acelerando seu go-to-market, assim, refletindo no aumento do volume de investimentos na modalidade de Corporate Venture” afirma Cassio Spina, Lead Partner da Alya Ventures, gestora especializada em CVC.

Essa percepção também é vista pela EY. “A transição energética já vem sendo uma realidade que vai além do setor propriamente de energia tradicional. Todas as empresas estão em busca de uma melhora nesse ponto e também com uma responsabilidade muito maior nas questões de sustentabilidade e ESG, com isso, ganha muita força e muito espaço para que as startups de energy se desenvolvam criando soluções para diversos stakeholders”, conta Sola.

Com isso, a ascensão do setor de energia também foi refletida entre os investidores. Esta edição do estudo aponta que 28% dos atores corporativos que participaram de rodadas de startups brasileiras eram do setor financeiro e 14% do setor de energia. Como comparativo, na edição de 2022, 39% eram bancos e outros agentes financeiros e apenas 6% eram empresas do setor energético.

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O cenário de corporate venture capital (CVC) no Brasil é novo e está em constante evolução. Para Leo Monte, presidente da ABCVC, “o crescimento significativo no número de fundos de CVC ativos no país, bem como o volume de aportes, refletem o caminho pela busca da maturidade e aplicação de boas práticas. A visão de longo prazo também é fundamental, com foco não apenas em realizar bons investimentos, mas também em colaborar estrategicamente com startups para impulsionar a inovação e a geração de valor para todos os envolvidos”.

Sola completa que “com investimentos sendo realizados em diferentes estágios da jornada das startups, equipes cada vez mais maduras, profissionais de investimento altamente engajados, e uma conexão fortalecida entre as corporações líderes das iniciativas, o ecossistema brasileiro de investimentos corporativos está evoluindo de forma robusta e se pavimentando para retornos consistentes e sustentáveis no longo prazo”.

Ranking

Seguindo o estudo de 2022, neste ano também tivemos destaque para o setor financeiro entre as corporações que mais participaram de rodadas de investimentos em startups brasileiras. O BTG Pactual segue em primeiro lugar com 10 investimentos em startups brasileiras. Em segundo lugar ficou o Bradesco, com 5 aportes no ano. Já no terceiro lugar foram quatro companhias empatadas com 3 investimentos: Banco do Brasil, Dexco, EDP e Vivo.

Entre as principais investidas do BTG Pactual no último ano está a proptech e também unicórnio Loft, com rodada de 100 milhões de dólares. 

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Metodologia do estudo

A segunda edição do Corporate Investments in the Brazilian Ecosystem foi elaborada a partir dos mais de 8,5 milhões de dados da Sling Hub e informações compartilhadas pelas corporações, as empresas que tinham a partir de 1 mil funcionários ou que passaram por IPO.

Ao todo foram mais de 35,5 mil startups, 12,9 mil rodadas de investimento e 1,4 mil M&As analisados. O estudo considera como rodadas de investimento apenas rodadas equity, excluindo IPOs, rodadas pós-IPOs, Debt, Receivable Funds e Grants.

A Sling Hub considera rodada com participação corporativa quando pelo menos um dos investidores se encaixa na definição acima de corporação, independentemente do valor aportado.

Sobre a EY

A EY existe para construir um mundo de negócios melhor, ajudando a criar valor no longo prazo para seus clientes, pessoas e sociedade e gerando confiança nos mercados de capitais. Tendo dados e tecnologia como viabilizadores, equipes diversas da EY em mais de 150 países oferecem confiança por meio da garantia da qualidade e contribuem para o crescimento, transformação e operação de seus clientes. Com atuação em Assurance, Consulting, Strategy, Tax e Transactions, as equipes da EY fazem perguntas melhores a fim de encontrarem novas respostas para as questões complexas do mundo atual.

A EY tem também uma meta ambiciosa de impactar positivamente 1 bilhão de pessoas até 2030, através do seu programa de responsabilidade corporativa, EY Ripples, plataforma que permite que os colaboradores se envolvam em iniciativas comunitárias e sociais mais amplas. Para saber mais como a EY tem gerado valor no longo prazo para seus stakeholders, acesse o nosso relatório EY Value Realized, relatório integrado que apresenta nossos resultados nos pilares do ESG de acordo com as métricas do World Economic Forum -- International Business Council Stakeholders Capitalism Metrics.

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Sobre a Ayla Ventures

A Alya Ventures é uma Gestora CVM de fundos especializada em Corporate Venture Capital, sendo fruto da união da Altivia Ventures, advisory com mais de 10 anos de mercado e a i-Ventures, gestora com 13 anos de atuação. Com o know-how acumulado de mais de 30 anos do seus fundadores, entre eles, Cassio Spina, autor do livro “Corporate Venture Capital (CVC) - Como transformar e exponencializar sua empresa fazendo investimentos em negócios inovadores e startups” e Robertta Mota, PhD em Ecossistemas Inovadores, já apoiou diversas empresas como Bradesco, Cyrela, Positivo, entre outras no seu relacionamento e investimentos em startups.

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