Mais da metade (55%) da Geração Z utiliza as redes sociais para obter informações sobre IA, de acordo com o estudo “How can we upskill Gen Z as fast as we train AI?”, elaborado pela EY em parceria com a Microsoft. Com 35% das respostas, as notícias aparecem como segunda principal fonte de informação, seguidas das próprias ferramentas de IA, com 28%, e de família e amigos, com 22%. Na quinta posição, com 21%, fontes dedicadas à inteligência artificial, como blogs e canais especializados.
“Esses jovens usam cada vez mais a IA para ajudá-los no processo de busca, de construção, dos seus propósitos pessoais e profissionais. A Geração Z está muito voltada para aquilo que realmente deseja fazer na sua vida, independentemente das pressões do dia a dia”, diz Daniela Brites, sócia de consultoria em gestão de pessoas da EY Brasil. “Essa geração preza pela autenticidade nas interações, com visão positiva da tecnologia, que precisa estar conectada com inovação e transparência”, completa.
O que chama muito a atenção desses jovens é quem está falando nas redes sociais, ganhando projeção por lá, o que se dá por meio de likes e de comentários positivos. “A tecnologia também entra nesse contexto de escolha da marca dos produtos e serviços”, adiciona Daniela. Para Carlos Fan, sócio de consultoria para bens de consumo da EY Brasil, esse movimento está fazendo com que as marcas se juntem em collabs para entregar esse propósito buscado pela Geração Z. “O objetivo disso também é passar essa autenticidade tão valorizada por esse público”, complementa.
A amostra global do estudo é formada por 5.218 entrevistados – 10% deles provenientes do Brasil. Sobre a situação econômica, 59% disseram que têm a mesma de outras pessoas de sua idade residentes no país. Em relação à idade, a amostra vai dos 17 aos 27 anos. A Geração Z – nascida entre 1997 e 2007 – está agora em grande número entrando na universidade e na força de trabalho. A projeção é que, até 2030, chegue a 30% da força de trabalho, trazendo transformações na dinâmica corporativa.
O aprendizado por conta própria está bem claro na preferência da Geração Z, já que a dependência de um terceiro para aprender ficou nas últimas posições, com apenas 12% escolhendo colegas e empregadores como fontes; 14% apontando programas formais específicos de treinamentos; e outros 14% selecionando educadores. Na avaliação do estudo, é possível constatar que esses jovens preferem buscar sozinhos as informações sobre como usar IA – ao considerar as facilidades atuais como vídeos de alta qualidade nas redes sociais explicando como tirar o melhor proveito dessa tecnologia.
“É preciso, no entanto, que esses jovens, embora tecnológicos e autossuficientes, sejam adequadamente alfabetizados, conhecendo os riscos que envolvem a utilização da IA, especialmente se esse uso se dá no universo corporativo. Como a IA generativa traz uma enorme versatilidade, um leque grande de possibilidades, é necessário ter ainda mais cuidado com a governança, mas, em relação a isso, esses jovens, muitas vezes, ainda não têm consciência”, observa Andrei Graça, sócio-líder de IA e Dados da EY Brasil.
Satisfeitos com o aprendizado sobre IA
De todos os recursos de IA que a Geração Z descobre por conta própria, 68% dos entrevistados estão satisfeitos ou muito satisfeitos com eles. Já 52% apontam que dedicam tempo às vezes ou sempre para ler, assistir ou ouvir conteúdo sobre IA, com os 48% restantes fazendo raramente ou nunca.
Ainda nesse formato de aprender sozinha, a Geração Z demonstra que está interessada em cursos que deem suporte a essa experiência. Mais de três a cada dez (37%) gostariam de treinamento sobre como usar IA fornecido pelos provedores dessa tecnologia. Já 35% buscam recursos sobre o que é IA e como funciona.
Outros 34% estão atrás de cursos sobre como usar IA, seguidos, com 29%, sobre como a IA deve afetar a carreira, mesma porcentagem para treinamento oferecido pelo empregador ou professor sobre como usar IA. Por fim, com 28% das respostas, a busca é por um aprendizado interativo sobre IA com outras pessoas e, com 21%, por suporte do governo em iniciativas que ensinem mais sobre IA.
A inteligência artificial tem sido cada vez mais utilizada pelas empresas para inovar e tornar mais produtivo o dia a dia dos seus negócios. Há, no entanto, diversas dúvidas sobre como desenvolver e operacionalizar esses sistemas evitando os riscos que podem comprometer os resultados financeiros e a reputação das organizações. Nesse contexto, a EY lançou a série “IA aplicada aos negócios: Como utilizar essa tecnologia com segurança e governança para gerar inovação”, que, além desta reportagem, já publicou as seguintes:
IA generativa para fins tributários atende às obrigações fiscais e gera inteligência
Empresas adotam IA generativa na gestão do contencioso tributário
IA em 2024 requer fortalecimento da governança em assuntos como proteção de dados
Estudo da EY aponta cinco tendências globais para regulamentação de IA
Monitoramento por IA das emissões de metano já é realidade na indústria de gás e petróleo
Empresas precisam desde já adotar as melhores práticas de IA
Indústria de mineração encontra alternativas à abertura de minas por meio da IA
IA possibilita uso inteligente da rede de energia para aproveitar potencial das fontes renováveis
Educação é a base da governança em inteligência artificial
Engajamento dos C-Levels e diretores é característica em comum das empresas bem-sucedidas em IA
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