3 Minutos de leitura 21 dez 2020
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Corporate Venture: Desafios e Oportunidades no Brasil

3 Minutos de leitura 21 dez 2020

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As empresas devem continuamente investir na busca por inovações, assumindo uma posição empreendedora e, portanto, de protagonismo no desenvolvimento dos seus mercados. 

Oponto de partida é a constatação de que a inovação é uma necessidade estratégica para a manutenção da vantagem competitiva no longo prazo. O aumento da densidade digital, aliado à queda do custo das tecnologias, tornou possível novas soluções para problemas antigos, especialmente os que podem aumentar a produtividade das empresas. 

Por outro lado, e talvez mais importante, as grandes corporações devem estar atentas às tecnologias disruptivas – ou seja, aquelas que aparentemente não atendem as necessidades atuais da sua base de consumidores, mas que têm o potencial de se tornarem preferidas no futuro. Por essa razão, as empresas devem continuamente investir na busca por inovações, assumindo uma posição empreendedora e, portanto, de protagonismo no desenvolvimento dos seus mercados. 

O engajamento empresa-empreendedor é uma maneira pela qual corporações buscam se conectar com inovações. O termo guarda forte relação com a ideia de corporate venture. Na realidade, toda forma de engajamento empresa-empreendedor é uma expressão de corporate venture, embora o contrário não seja necessariamente verdadeiro. Entender essa distinção é relevante na medida em que os termos têm sido frequentemente usados como sinônimos, levando a uma visão restrita das alternativas de empreendedorismo para as empresas.

As empresas podem seguir dois caminhos que não se excluem. O primeiro envolve o esforço de criar iniciativas empreendedoras a partir de recursos da própria firma - pessoas, dinheiro, infraestrutura, etc. -, o que chamaremos de Corporate Venture Interno (CVI). O CVI baseia-se no empenho deliberado da empresa em desenvolver, autonomamente, um conjunto de ações inovadoras, seja por meio de um braço da sua operação (por exemplo, uma nova unidade de negócios) seja simplesmente por meio da criação de um contexto organizacional que incentive e permita que os colaboradores desenvolvam projetos inovadores. 

O CVI, entretanto, pode se revelar limitado pelas restrições da própria organização. Pode haver, por exemplo, algum nível de miopia organizacional às inovações disruptivas, afinal é da natureza dessas inovações causar certo desconforto, uma vez que colocam sob ameaça a base de sustentação atual da empresa (e dos gestores).

O segundo modelo é o Corporate Venture Externo (CVE) ou, como denominamos, engajamento empresa-empreendedor (E³). Por paralelismo, definimos E³ como o esforço de uma empresa em criar iniciativas empreendedoras utilizando não só recursos internos, mas também buscando estabelecer alguma forma de interação com empreendedores inovadores. Isso envolve uma busca deliberada por novas ideias e conhecimentos fora dos limites da firma. As grandes corporações beneficiam-se das parcerias, pois têm contato com as últimas tecnologias e modelos de negócios que não poderiam ser desenvolvidos internamente em tempo hábil. 

Os empreendedores, por sua vez, adquirem acesso facilitado ao mercado e a recursos, além de oportunidades de vendas e de acesso à cadeia de valor da grande empresa. Se o engajamento entre empreendedor e empresa for bem-sucedido, ambos reduzem suas vulnerabilidades e aumentam suas vantagens competitivas5. Não por acaso, 75 das empresas listadas na Fortune 100 possuem algum tipo de engajamento com empreendedores, por meio de relações ou investimentos, internos ou externos, em inovação e novos negócios. 

Destas, 41 possuem equipes dedicadas exclusivamente à busca de relacionamento, engajamento ou investimentos em startups e/ou scale-ups7. Mundialmente, o número de transações de corporate venture mais que triplicou desde 2009, com investimentos ultrapassando US$ 31 bilhões em 20178. Ainda assim, embora o E³ tenha o potencial de gerar benefícios, observa-se um enorme ruído em muitas das parcerias estabelecidas no Brasil. As empresas e os empreendedores, por vezes, estruturam arranjos frágeis e instáveis em função do desalinhamento entre as partes, inclusive quanto às expectativas em relação à parceria em si.

 O resultado mais comum é a falha sistemática das parcerias e o fim precoce das iniciativas de engajamento com os empreendedores. Diante desse panorama, a EY-Parthenon, a Endeavor e a Cátedra Insper-Endeavor conversaram com empresas, aceleradoras, investidores e empreendedores, procurando entender o que leva ao sucesso e ao fracasso do engajamento entre empresas e empreendedores e quais os principais fatores para o sucesso dessa relação.

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Resumo

A EY-Parthenon, a Endeavor e a Cátedra Insper-Endeavor pesquisaram empresas, aceleradoras, investidores e empreendedores para traçar um retrato do engajamento entre empresas e empreendedores, e os principais desafios desse relacionamento.

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