4 Minutos de leitura 19 dez 2019
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Três formas pelas quais as empresas podem aproveitar a tecnologia para construir uma empresa mais humana

Por Nicola Morini Bianzino

EY Global Chief Technology Officer

Putting technology at the heart of the global EY organization across service lines and markets. Neural networks pioneer. Innovator. AI and machine learning thought leader. Former elite athlete.

4 Minutos de leitura 19 dez 2019
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Para construir e sustentar valor a longo prazo, as empresas devem usar tecnologia que capacite as pessoas a fazer o seu melhor trabalho.

Da linha de montagem até o microchip, a inovação sempre foi um agente de disrupção para os negócios e a sociedade. E hoje, tecnologias emergentes como a inteligência artificial (AI) estão sendo desenvolvidas e implantadas mais rapidamente do que nunca — só em 2018, a comunidade empresarial global gastou cerca de US$ 1,3 trilhão na transformação digital.

Mas e o impacto da tecnologia das pessoas? Não importa a sua sofisticação ou potencial inovador, a tecnologia por si só nunca é uma solução completa – é uma ferramenta, concebida e implementada por humanos. Para que as organizações se mantenham verdadeiramente competitivas e colham todo o potencial que a tecnologia pode oferecer, os líderes empresariais devem afastar-se das ambições de inovação a curto prazo e colocar maior ênfase na forma como a tecnologia cria valor a longo prazo e capacita as pessoas a fazer o seu melhor trabalho. Na EY, chamamos isso de construir uma empresa humana, e outras organizações podem conseguir isto de três maneiras:

1. Tornar o trabalho mais significativo

Não faltam pessoas prevendo que o surgimento de novas tecnologias como a AI e a automação vão substituir os empregos. Mas a realidade é que a tecnologia não vai trazer o fim do trabalho. Implantado de forma ponderada, mudará a natureza do trabalho, com potencial para reduzir a monotonia e aumentar o cumprimento.

Na EY, estamos encontrando formas de libertar nossas pessoas das tarefas repetitivas, para que possam se concentrar- em um trabalho mais estimulante e criar valor a longo prazo. As equipes de auditoria da EY têm historicamente analisado milhares de contratos, um processo tedioso que pode ser vulnerável a erros humanos. Hoje, usamos uma aplicação de AI chamada EY Document Intelligence (DI), que pega grandes quantidades de dados contratuais e extrai informações chave para que os auditores possam analisar. Isto reduziu em até 80% o tempo gasto na análise de contratos, permitindo às equipes de auditoria dedicar mais energia à construção de relações com os clientes e oferecer aconselhamento estratégico.

O time EY têm ajudado os clientes a alcançar resultados semelhantes. Uma organização que arquiva manualmente declarações de imposto de valor acrescentado para mais de 250 entidades empresariais utiliza hoje um processo automatizado, dando aos seus funcionários mais tempo para tirar conclusões dos dados, ao mesmo tempo que aumenta a moral e estabiliza o volume de negócios.

2. Tornar o trabalho mais colaborativo

A colaboração sempre foi condicionada pela geografia. Mesmo com os avanços da tecnologia digital, a colaboração pode ser difícil ou isolada, especialmente quando envolve muitos parceiros, fornecedores e membros da equipe em diferentes partes do mundo. Isso representa um grande desafio porque, para muitas empresas globais, a colaboração nunca foi tão importante.

Isto é certamente verdade para EY: Temos mais de 284.000 pessoas em 150 países, 20 alianças empresariais e uma "reserva" de novos talentos com quase 36.000 contratados. Na verdade, uma melhor colaboração dentro do nosso próprio ecossistema, e com os nossos clientes e alianças, é a razão pela qual fizemos investimentos significativos para trazer o nosso pacote completo de auditoria digital e funções fiscais para uma plataforma nativa na nuvem. Agora, quase 80% dos serviços da nossa organização estão na nuvem.

Isso nos permite captar sem problemas o feedback das interações de negócio e introduzir novas capacidades tecnológicas à medida que estas ficam disponíveis. Os benefícios são duplos: podemos gerar mais valor para os clientes através da hiper-inovação, e ao mesmo tempo, deixar todos os nossos insights num local centralizado, aumentando assim a consistência e a qualidade do nosso trabalho.

Em outras palavras, estamos nos esforçando para ajudar a garantir que a tecnologia digital faça mais do que simplesmente aumentar a eficiência. Queremos que ela contribua para ambientes mais abertos e colaborativos que ajudem a facilitar conexões mais fortes entre nossas pessoas e nossos clientes.

3. Tornar o trabalho mais inclusivo

As organizações inteligentes entendem que a diversidade não é apenas uma "coisa boa para se ter". Equipes diversificadas são mais produtivas, mais inovadoras e tem melhor desempenho. Elas também ajudam a garantir que as principais perspectivas estejam representadas nas estratégias, serviços e produtos que contribuem para o sucesso a longo prazo.

Apesar disso, ainda há uma falta de diversidade nos campos tecnológicos, e isso resulta em tecnologias de AI que perpetuam preconceitos de gênero, idade, raça e outros. Embora este desafio deva ser enfrentado, a AI também pode ser parte da solução para organizações que esperam promover a diversidade nas práticas de recrutamento e contratação.

Um dos maiores pontos fortes da AI é que ela pode detectar padrões que os humanos muitas vezes não conseguem, e como os humanos têm preconceitos inerentes, a AI pode ser uma ferramenta útil para trazer certos padrões para a linha de frente. De fato, a EY está a testando tecnologias de AI e chatbots para ajudar a reduzir o enviesamento nas buscas de currículos. Além de construir uma força de trabalho mais inclusiva, isso também é altamente benéfico para as nossas equipes de recrutamento, pois seu tempo é liberado para dedicar mais recursos a contratação e reuniões com os candidatos, movendo os candidatos através dos processos mais rapidamente e tomando decisões de contratação mais rápidas.

A inovação tecnológica não mostra sinais de desaceleração. As empresas continuarão enfrentando uma pressão crescente para alavancar novas tecnologias — não só para se manterem competitivas, mas também para oferecer valor aos empregados, consumidores e sociedade. Dito isto, um hiper foco apenas na tecnologia não garantirá o sucesso a longo prazo. As organizações devem centrar a sua ambição tecnológica e estratégias em torno de suas pessoas, para forçar os limites da inovação, criar valor a longo prazo e construir uma empresa verdadeiramente humana.

Quando você vai passar de ambição para ação a longo prazo? Junte-se a EY para discutir questões econômicas e sociais enquanto aguardamos a Reunião Anual do Fórum Econômico Mundial 2020 - de 21 a 24 de Janeiro. Junte-se à conversa via  ey.com/wef –e usando #WEF20 e #BetterWorkingWorld

Resumo

A tecnologia está mudando a natureza do trabalho. Mas implementá-la apenas por uma questão de eficiência não vai criar um crescimento sustentável a longo prazo. Em vez disso, as empresas precisam determinar como a tecnologia pode capacitar melhor suas pessoas. Eles precisam de construir aquilo a que chamamos um empreendimento humano.

Sobre este artigo

Por Nicola Morini Bianzino

EY Global Chief Technology Officer

Putting technology at the heart of the global EY organization across service lines and markets. Neural networks pioneer. Innovator. AI and machine learning thought leader. Former elite athlete.

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