4 Minutos de leitura 7 out 2020
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Cinco perguntas que os CFOs podem fazer para gerar valor com a auditoria baseada em dados

Por EY Brasil

Ernst & Young Global Ltda.

4 Minutos de leitura 7 out 2020
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Enquanto os CFOs lidam com o impacto financeiro da pandemia de COVID-19 nas empresas, há cinco perguntas que eles precisam fazer às suas equipes de auditoria.

Por Tom Kornya Senior Assurance Leader and Audit Partner

Muitos CFOs estão reduzindo gastos caixa e cancelando investimentos planejados para lidar com o impacto financeiro da pandemia de COVID-19 em suas empresas. No entanto, mesmo em um ambiente de grande incerteza, o fator principal que eles não podem deixar de pensar é o que vem a seguir.

As funções de um CFO se expandiram, de modo que, além de gerenciar custos, controles e conformidade, espera-se que o CFO consiga engajar toda a empresa para minimizar riscos e identificar novas oportunidades de crescimento e criação de valor de longo prazo.

Felizmente, os profissionais de finanças podem contar com uma fonte de inteligência de negócios, talvez imprevista, na auditoria independente, a qual foi transformada pelas novas tecnologias.  A seguir, cinco perguntas que todos os CFOs podem considerar fazer às suas equipes de auditoria, agora mais do que nunca.

1. Como a auditoria independente pode nos ajudar a identificar riscos, exposições e perspectivas?

Conforme nossas equipes de auditoria se reúnem com clientes para revisar os resultados do segundo e terceiro trimestres de 2020, o valor de fornecer insights com base em dados nunca foi tão evidente. No ano passado, praticamente 100% das auditorias da Ernst & Young (EY) em grandes empresas públicas, bem como muitas de nossas auditorias em empresas privadass, utilizaram nosso conjunto de análise de dados, os Analisadores EY Helix. A auditoria baseada em dados possibilita nossos auditores a, em vez de amostragem e teste, analisar todos os registros contábeis.

Isso permite uma grande capacidade de identificar riscos financeiros, o que é extremamente importante. Além disso, a auditoria baseada em dados também permite aos times de auditoria uma visão de maior qualidade dos processos e resultados financeiros, gerando importantes insights como um subproduto natural da auditoria. Quando os auditores são capazes de se aprofundar em uma única linha e utilizar os principais indicadores de desempenho (KPIs) para vários aspectos das operações, bem como variações, relacionamentos, padrões e anomalias, eles podem oferecer ao CFO uma perspectiva nova e objetiva.

Em um ambiente de rotina habitual de negócios, suas observações podem ajudar o CFO a otimizar as operações da empresa. Por exemplo, trabalhando com uma empresa de moda, a equipe de auditoria percebeu que muitas peças individuais dentro de uma coleção não geravam uma grande receita, e isso levou o cliente a revisar e considerar a racionalização do seu portfólio de produtos. Em outra auditoria, ao analisar o fluxo de capital de giro de um cliente, a equipe foi capaz de identificar quais regiões controlavam o recebimento de caixa com mais eficiência. Assim, a administração pôde compartilhar práticas importantes com as demais unidades.

No contexto atual, longe da rotina habitual dos negócios, uma auditoria pode ser uma fonte crucial de insights para os CFOs, a serem considerados ao revisar as previsões e planejar uma recuperação financeira. CFOs curiosos e intuitivos reconhecem a visão mais panorâmica e os insights importantes que os auditores proporcionam.

2. Conforme enfrentamos a crise atual e emergimos dela no próximo ano, como posso ter certeza de que meus investimentos em tecnologia geram os maiores retornos possíveis?

Conforme muitos setores lutam para reconstruir seus negócios após as paralisações, cabe aos CFOs melhorar a eficiência, sempre que possível, e isso inclui maximizar o retorno sobre os investimentos da empresa em tecnologia.
Com o conhecimento adquirido em nossas alianças em tecnologia e a partir de como outras organizações têm resolvido problemas semelhantes, a EY pode ajudar os CFOs a utilizar a tecnologia de forma estratégica para automatizar seus processos e desenvolver uma estratégia digital para suas empresas.

Por exemplo, com o crescimento das empresas por meio de fusões e aquisições, um dos principais desafios é agregar dados de vários sistemas de planejamento de recursos empresariais (ERP) para construir um panorama completo da empresa. Na EY, criamos um novo grupo centralizado denominado 10x Accelerator para gerar experiência em captura de dados às nossas equipes e garantir a auditoria com uma "fonte única de verdade".  A capacidade da equipe 10x de estabelecer um processo reproduzível para a captura de dados pode servir como uma prática principal com a qual os CFOs podem aprender ao explorar o poder dos dados em todo o sistema.

Os CFOs costumam me perguntar sobre outra nova tecnologia que promete otimizar, de forma excepcional, os processos financeiros: o blockchain. À medida que novos negócios surgiram em torno das criptomoedas na última década, enfrentamos o desafio de auditar as transações de blockchain.

Inicialmente, desenvolvemos o Blockchain Analyzer, parte de nosso pacote analítico para esta esfera de criptomoeda, permitindo que as equipes de auditoria analisem 100% das transações de um cliente nas principais cadeias de criptomoedas para conciliar essas transações com os sistemas financeiros internos da empresa, realizar avaliações de risco e sinalizar transações duvidosas.

Além disso, nosso uso de inteligência artificial (IA) na auditoria digital ajuda a informar nossos clientes sobre as possibilidades de automação inteligente para seus próprios processos. Por exemplo, um cliente foi fortemente afetado pela nova norma contábil de arrendamentos ASC 842 (IFRS 16). Para calcular o valor de seus arrendamentos, o cliente utilizava um pacote de software comercial com erros lógicos conhecidos e executava outras etapas manualmente, além de contratar outra empresa para limpar e agregar seus dados e realizar cálculos durante a transição para o novo padrão.

No entanto, durante a auditoria independente, uma equipe multidisciplinar da EY automatizou a reexecução dos cálculos de locação. Usando ferramentas de IA capazes de interpretar dados com muito texto em um grande número de contratos de locação, foram identificados erros humanos, o que permitiu ao cliente identificar pontos fracos em seu processo atual. 

3. Como posso preparar minha equipe para expandir responsabilidades e novas tecnologias?

Os CFOs costumam me dizer que é difícil fazer com que suas equipes aceitem as mudanças e desenvolvam novas habilidades. Hoje, mais do que nunca, eles precisam que seu pessoal, em todos os níveis organizacionais, reconheça os riscos, tome decisões melhores e gere novas ideias para crescer em um cenário prejudicado pela COVID-19.

Na EY, descobrimos que os dados são um grande democratizador de insights. Uma de nossas auditoras em início de carreira, por exemplo, se ofereceu para preparar as etapas de trabalho para a aplicação de análises das vendas, contas a receber e bens, instalações e equipamentos de um cliente.

Os relatórios gerados pelo Analisador Helix ajudaram-na a perceber aspectos dos negócios do cliente que ela não teria visto em um ambiente de teste tradicional. Ela foi convidada a apresentar alguns desses insights ao departamento de crédito do cliente, e seu trabalho levou a uma discussão sobre limites de crédito e outras questões importantes.

Essa funcionária em início de carreira não apenas forneceu informações úteis, mas também serviu de modelo de mentalidade aberta e curiosidade que o CFO desejava inspirar em sua equipe financeira. Isso é importante porque, à medida que os investidores esperam cada vez mais relatórios prospectivos sobre uma série de medidas, os CFOs precisam criar uma cultura de equipe baseada na transparência, objetividade e pensamento crítico.

Ao mesmo tempo, muitos CFOs buscam fornecer aos investidores informações confiáveis sobre a cultura corporativa, que é a chave para a criação de valor de longo prazo, usando os dados da empresa para identificar os KPIs de uma cultura organizacional saudável e os controles que permitem que essas medidas sejam confiáveis.

4. E quanto a todas as questões não financeiras sobre as quais os investidores desejam saber?

Um dos desafios dos CFOs é lidar com os investidores que querem cada vez mais informações confiáveis fora das demonstrações financeiras auditadas; informações sobre cultura, mas também sobre força de trabalho, inovação, impacto ambiental e social, governança e outros fatores. A pandemia de COVID-19, por exemplo, colocou um novo foco no planejamento de continuidade de negócios, resiliência da cadeia de suprimentos e benefícios para funcionários, como seguro saúde e licença médica.

Esses fatores não financeiros muitas vezes representam a maior parte do valor de uma empresa ou seus maiores riscos em longo prazo, mas nem sempre são medidos e comunicados de forma eficaz.

Sobre as mudanças climáticas, por exemplo, a Financial Stability Board’s Task Force on Climate-related Disclosures concluiu que, apesar do aumento de relatórios nos últimos anos, as informações divulgadas aos investidores ainda são insuficientes.

E o EY Global Climate Risk Disclosure Barometer descobriu que, muitas vezes, falta qualidade nessas informações, cujas divulgações mais comuns referem-se às próprias emissões de uma empresa e, em seguida, aos riscos de transição que ela enfrenta à medida as emissões são reduzidas no mundo todo. Os riscos físicos das mudanças climáticas – claramente relevantes em uma época de incêndios florestais, aumento do nível do mar, enchentes e eventos climáticos extremos de todos os tipos – são geralmente esquecidos, tanto em modelos de avaliação quanto em relatórios estratégicos e de gestão de risco prospectivos.

Se as empresas pretendem tranquilizar os investidores quanto à sua resiliência aos riscos climáticos, são necessários relatórios melhores. Na EY, acreditamos que os CFOs devem ser capazes de transmitir às partes interessadas os sucessos nesta e em muitas outras áreas, e que é hora de iniciar uma conversa mais ampla sobre novas medidas de performance e criação de valor em longo prazo.

Juntamente com 31 empresas e gestores de ativos que representam US$ 30 trilhões de ativos sob gestão e quase 2 milhões de funcionários, a EY ajudou a lançar o Embankment Project for Inclusive Capitalism, que está identificando os ativos alternativos mais importantes que afetam o valor das empresas, bem como potenciais métricas padrão para estas e que poderiam ser utilizadas em todo o mundo para informar investidores e outras partes interessadas.

5. Como a auditoria independente pode gerar valor no próximo ano e depois?

Hoje, os CFOs com quem converso estão equilibrando as prioridades de curto prazo com a necessidade de criar valor em longo prazo. Conforme cada setor – e cada empresa dentro dele – define um cronograma para recuperação e retomada do crescimento, os CFOs não são apenas responsáveis pela estratégia e pelos resultados; eles também são responsáveis por administrar a integridade da empresa.

Obviamente, a auditoria independente revela riscos e lacunas que podem ajudar os CFOs a desenvolver sistemas mais eficazes e ganhar a confiança do mercado. Isso não mudou. Porém, cada vez mais, o próprio processo de auditoria fornece um exemplo valioso para os CFOs, mostrando como a transformação pode ser aproveitada e implementada e como a tecnologia pode agilizar processos e agregar qualidade ao trabalho.

Na EY, nossas equipes de auditoria têm as ferramentas mais avançadas à disposição hoje e uma ampla visão de como a transparência e a confiança serão garantidas amanhã. Enquanto os CFOs trabalham para gerar valor de longo prazo em um mundo remodelado pela pandemia de COVID-19, a auditoria independente pode ser um ponto de partida para uma avaliação objetiva do risco, maior transparência e decisões baseadas em dados..

Resumo

Enquanto os CFOs lidam com o impacto financeiro da pandemia de COVID-19 nas empresas, há cinco perguntas que eles precisam fazer às suas equipes de auditoria.

Sobre este artigo

Por EY Brasil

Ernst & Young Global Ltda.

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