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Como os CFOs estão navegando pelo atual ambiente econômico

Em uma mesa-redonda da EY, os líderes expressaram que são cautelosos em relação a uma possível recessão, observando a excepcional resiliência das finanças dos consumidores e das empresas.

    Em resumo

    • Cerca de metade dos CFOs do evento afirmou estar mantendo os negócios como de costume por enquanto, embora diferentes setores estejam sendo impactados com maior intensidade.
    • Esses líderes também estão olhando para o crescimento futuro em vez de estratégias mais defensivas e de curto prazo, ao passo que realizam o planejamento de cenários e a atualização de cartilhas.

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      Os CFOs estão altamente focados em navegar por um ambiente econômico diferente de qualquer outro que vivenciamos. Uma iminente recessão, pressões inflacionistas contínuas, taxas de juros crescentes, movimentos significativos nas taxas de câmbio e volatilidade do mercado são fatores que trazem muita incerteza — mas os consumidores resilientes, um mercado de trabalho forte e a vontade das empresas de preservar investimentos estratégicos são todos os elementos que fornecem sinais positivos para 2023.

      Essas foram algumas das principais áreas discutidas por cerca de 30 CFOs de empresas da Fortune 500 na Mesa-Redonda de CFOs da EY de outubro, presidida por Julie Boland, EY US Chair and Managing Partner e EY Americas Managing Partner e Juan Uro. A mesa-redonda também incluiu a perspectiva de Carmine Di Sibio, EY Global Chairman and CEO, e Gregory Daco, EY-Parthenon Chief Economist. O diálogo trouxe conclusões-chave sobre esse ambiente incerto:

      • Os CFOs estavam cautelosos e incertos, mas não necessariamente pessimistas, em relação ao panorama atual – “manter o rumo” parece ser o padrão.
      • O forte mercado de trabalho está sustentando a capacidade dos consumidores de gastar e a dinâmica econômica que vimos, e os níveis de CAPEX também estão sendo em grande parte mantidos.
      • O planejamento de contingência é chave, e esse ambiente único levou os líderes a reavaliarem suas cartilhas de recessão, esclarecer imperativos estratégicos e confirmar ou redefinir prioridades.
      • Olhando para 2023, os CFOs estão focados em impulsionar o crescimento e avançar nas transformações digitais – um claro sinal de que eles continuarão investindo nos fundamentos de longo prazo de suas organizações em vez de acionar os freios com uma mentalidade de curto prazo.

      Preparação para o desconhecido mantendo-se no rumo

      Dia após dia, os CFOs são confrontados com outro ponto de dados sobre a economia em geral, todas as peças de um quebra-cabeça que parecem não se encaixar. “A maioria das pessoas acredita que estamos entrando ou já estamos em uma recessão”, disse Di Sibio. "Os líderes executivos estão modelando a duração de uma desaceleração e como ela é dominada."

      As pesquisas durante a mesa-redonda refletem uma quantidade mensurada de incerteza, mas não pessimismo — na verdade, muitas empresas não estavam fazendo mudanças drásticas. Cerca de metade dos CFOs do evento afirmaram estar mantendo o status quo em suas operações por ora, enquanto 20% estavam fazendo contingências e apenas 28% já estavam adotando medidas com base em uma desaceleração prevista. No entanto, 60% relataram não estar reduzindo o CAPEX e 32% estavam adiando ou cancelando apenas os investimentos de baixa prioridade. E apenas 12% disseram que haviam iniciado demissões, enquanto 44% estavam avançando com contratações sem restrições.

      "Não há uma sensação de pânico entre os setores", disse Daco. “Há um acompanhamento da situação. A elaboração de cenários é útil e algumas medidas estratégicas e táticas estão sendo implementadas.”

      A resiliência sustenta a economia atual

      Os consumidores e as corporações ainda não estão cedendo à alta inflação e às altas taxas de juros. Um CFO em serviços financeiros observou: “Os níveis de depósito continuam altos, embora os consumidores ainda estejam gastando. Eles não são excessivamente alavancados. Isso pode ser incentivado por aumentos de remuneração por mérito e pelos fortes mercados de trabalho.”

      Em produtos de consumo, outro CFO afirmou que os níveis de gastos estavam sendo mantidos. "Normalmente, depois que o Fed age com tanta força, mesmo com um aumento de 50 pontos-base na taxa, o consumidor muitas vezes se fecha", disse ele. "Os nossos parceiros de canal estão sendo racionais na gestão dos balanços. Mas o consumidor permaneceu forte.”

      Até certo ponto, essa resiliência é mais silenciosa no âmbito business-to-business. “Do lado industrial, vemos desacelerações significativas em áreas onde não há demanda porque o estoque é muito alto”, disse um CFO que atua no negócio de embalagens. "Eles estão preocupados com os preços."

      Mas as despesas de capital e as transformações dos negócios também estão em grande parte avançando. "Este é um bom momento para ratificar nossas estratégias de investimento para crescermos mais fortes", disse um CFO. “Não conseguimos implementar todo o capital que gostaríamos, como na cadeia de fornecimento.” Outro que trabalha na fabricação de equipamentos acrescentou: “Não estamos vendo recuos no capital. O mundo está desmoronando ao nosso redor, ao que parece, mas estamos superando as expectativas do planejamento.” Fatores como esses estão entre os motivos pelos quais Daco está seguro e por que ele acredita que uma recessão nos EUA provavelmente será leve.

      Potencial recessão em pleno emprego

      Embora o impacto esteja longe de ser uniforme entre os setores, o crescimento geral do emprego é duas vezes mais alto do que antes da pandemia, as taxas de pedidos de demissão ainda são elevadas e as demissões estão perto dos valores mínimos recordes — todos esses, fatores proeminentes que mantêm as finanças dos consumidores saudáveis. "Estou surpreso com a maneira como nossos clientes continuam acrescentando colaboradores durante esse período", disse um CFO de uma empresa que gerencia folhas de pagamento de outras. “Os níveis de emprego estão crescendo, mas em um ritmo mais lento. Muitos de nós estamos pensando: quando veremos o congelamento de contratações e as demissões atravessarem esse cenário?”

      Em meio a tanta incerteza, as empresas estão conseguindo um equilíbrio nas contratações. O crescimento dos salários ainda estava em tendência em cerca de 5%, o que Daco observou ser "desconfortavelmente alto", mas acrescentou que não ficaria surpreso se isso caísse meio por cento até o fim do ano. Algumas empresas vêm adicionando benefícios e ampliando as contribuições para os planos 401(k) - tipo de plano de aposentadoria patrocinado pelo empregador, adotado nos Estados Unidos e outros países - a fim de manter seus colaboradores, caso não consigam competir com uma remuneração que supere a inflação. “Pequenas empresas com menor capacidade de suportar a rotatividade estão realizando cortes de margem ou buscando outras compensações”, disse um CFO em serviços financeiros.

      Outras estavam buscando reduzir o número do efetivo por meio de atrito. “É claro que, na pandemia, quando tivemos uma grande renovação, trouxemos muitas pessoas a bordo, e temos que reduzir isso um pouco”, disse um CFO de tecnologia. Outro afirmou estar confiando mais em trabalhadores contingentes e consultores para evitar tomar decisões de longo prazo sobre pessoas.

      2023: revisite suas cartilhas e confirme ou redefina as prioridades

      Agora é o momento de pegar suas cartilhas de recessão anteriores e revisá-las, talvez juntamente com o planejamento de cenários com base em declínios variáveis nas finanças do consumidor. Um CFO em serviços financeiros disse: “Pedimos aos gerentes que reescrevessem seus projetos estratégicos e os confrontassem ou, em certos casos, apenas os parassem. Não vamos desperdiçar essa crise — forçaremos o problema na priorização.”

      Outro participante adotou uma abordagem semelhante a partir de uma direção oposta: "Estamos isolando os projetos que nunca cortaremos e, então, tentando obter os compromissos de que estamos avançando com investimentos de 5 a 10 anos." Um CFO de life sciences disse que sua empresa estava observando linhas de produtos que antes eram semiatraentes e pensando em onde sair dos negócios e realocar recursos em áreas de maior crescimento. Outros discutiram reforçar a governança para resistir ao movimento “liga-desliga” (on-off switch) em tempos tão voláteis. E quando se trata de métricas relacionadas a resultados, um líder de produtos de consumo disse que sua empresa estava se movendo em direção a faixas percentuais chamadas de "plataformas de apoio", em vez de metas difíceis.

      À luz da resiliência da economia, juntamente com o isolamento de investimentos e outras estratégias proativas, os CFOs ainda estão priorizando o crescimento acima de tudo, embora a transformação digital e a redução de custos também estejam no topo da agenda. Para 1 em cada 5 CFOs, a força de trabalho e a retenção de talentos continuam sendo um foco, destacando a força contínua do mercado de trabalho em geral. 

      Conclusão

      Embora o futuro permaneça nebuloso, essa economia, ao contrário de qualquer outra que vivenciamos, apresenta oportunidades em meio à complexidade, e os CFOs estão posicionando cuidadosamente as suas empresas para o que vem pela frente.


      Resumo

      Em uma mesa-redonda da EY, os líderes expressaram que são cautelosos em relação a uma possível recessão, observando a excepcional resiliência das finanças dos consumidores e das empresas. Cerca de metade dos CFOs do evento afirmou estar mantendo os negócios como de costume por enquanto, embora diferentes setores estejam sendo impactados com maior intensidade. Esses líderes também estão olhando para o crescimento futuro em vez de estratégias mais defensivas e de curto prazo, ao passo que realizam o planejamento de cenários e a atualização de cartilhas.

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