No entanto, as metas estabelecidas até agora não são suficientes. É imperativo, aliás, que essas metas se transformem em ações concretas e imediatas. Embora muitas empresas tenham alcançado avanços iniciais em sustentabilidade, um grande número ainda enfrenta dificuldades para alinhar suas ambições aos resultados esperados. Elas não conseguem incorporar a sustentabilidade ao núcleo de suas práticas empresariais. Conforme destacou o EY Sustainability Study, a escala das transformações necessárias tem sobrecarregado os líderes, dificultando o avanço.
Os conselhos de administração têm um papel essencial para fechar o gap entre metas e entregas de sustentabilidade. Esse papel é ainda mais relevante considerando que, nos últimos anos, houve uma transição no foco dos stakeholders: de declarações de metas para a entrega de resultados concretos. Qualquer dissonância entre o discurso e a prática pode levar a acusações de greenwashing. Diante disso, desafios econômicos, sistêmicos e geopolíticos têm levado muitas empresas a reduzir suas metas e adiar prazos.
Em entrevistas realizadas pela EY com a chamada tríade da sustentabilidade, formada por Chief Financial Officers (CFOs), Chief Sustainability Officers (CSOs) e integrantes de conselhos de administração, foram obtidas lições-chave para promover a colaboração entre esses profissionais para o alcance de resultados efetivos. Entre essas lições estão:
Cooperação:
Estratégias e métricas precisam ser cocriadas por todas as funções, unidades de negócio e geografias. A sustentabilidade deve estar presente em todos os comitês de governança, garantindo uma visão abrangente e integrada.
Empatia e escuta:
Os executivos devem compreender as perspectivas uns dos outros sobre sustentabilidade, criando uma linguagem comum e considerando diferentes visões para alcançar objetivos alinhados.
Narrativa autêntica:
Contar histórias autênticas, alinhadas ao propósito organizacional, é essencial para engajar stakeholders internos e externos. Uma narrativa bem elaborada conecta estratégia e ação, inspirando confiança e alinhamento.
Colaboração em rede:
Trabalhar de forma integrada com parceiros e outras organizações é mais eficaz do que esforços isolados, acelerando as mudanças necessárias.
A pesquisa conduziu entrevistas com 520 executivos de empresas que já atingiram nível básico de maturidade em sustentabilidade. Além disso, foram feitas entrevistas detalhadas com líderes de sustentabilidade em sete empresas de seis setores distintos, abrangendo diferentes tamanhos, geografias e mercados. Apesar de desafios como pressões econômicas e políticas, empresas que apostam em integração estratégica, liderança comprometida e uso de tecnologia avançada conseguem não apenas cumprir suas metas climáticas, mas também gerar valor sustentável e diferenciado para seus negócios.
Este conteúdo é baseado em artigo escrito por Amy Brachio, EY Global Vice Chair for Sustainability, e Sharon Sutherland, EY Global Center for Board Matters Leader, e está disponível no e-book “Um olhar para o futuro: Práticas ESG redefinem estratégias em um cenário de economia verde”, que inclui outros artigos. Acesse e leia.