4 Minutos de leitura 24 abr 2018
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Quatro coisas para saber sobre a Quarta Revolução Industrial

Por EY Brasil

Ernst & Young Global Ltda.

4 Minutos de leitura 24 abr 2018

A Quarta Revolução Industrial tem recebido muita imprensa. O que significa realmente, e como é que nos vai afectar?

O que é a Quarta Revolução Industrial?Como as três que a precederam, a Quarta Revolução Industrial marcará uma mudança significativa na forma como trabalhamos. Possibilitada pela emergência de sistemas digitais, comunicações em rede, autoaprendizagem e análise de dados em grande escala, refere-se à crescente integração destas tecnologias nos processos empresariais e de produção, a fim de as tornar auto-sustentáveis e mais eficientes.

Ultrapassando a revolução dos anos 60 de automatização e informatização, esta última mudança verá sistemas que combinam conectividade web e controles digitais com ferramentas do mundo real. Os sensores incorporados que coletam e transmitem dados se tornarão onipresentes, em tudo, desde a fabricação de hardware até os wearables, permitindo ajustes "inteligentes" que melhoram o uso e impulsionam melhorias adicionais. Isto poderia aplicar-se a tudo, desde a produção industrial à gestão doméstica, aos cuidados de saúde.

A Quarta Revolução Industrial abrange a Internet das Coisas, mas vai além da simples conectividade de dispositivos para ser uma Internet de Tudo. Em seu núcleo está a combinação de big data, análise e tecnologia física. O objetivo é oferecer ofertas cada vez mais aprimoradas e personalizadas para ajudar a atender às necessidades de indivíduos e organizações que podem se adaptar e evoluir para situações e requisitos em constante mudança ao longo do tempo.

Qual poderá ser o impacto?

"Há uma grande promessa para o bem nesta quarta revolução industrial", diz Uschi Schreiber, presidente do Global Accounts Committee e vice-presidente global de mercados da EY. "O emocionante potencial para avanços nos cuidados de saúde, a capacidade de capacitar mais pessoas em todo o mundo para se tornarem empreendedores ou acessar a educação e a chance de impulsionar a inovação em muitos setores são algumas das perspectivas bem-vindas.

"Tudo isso está perturbando todas as indústrias; está remodelando a forma como trabalhamos, nos relacionamos, comunicamos e aprendemos; e reinventando instituições, da educação ao transporte", diz ela.

O grande volume de dados que os novos sistemas conectados à web terão disponíveis, combinado com sua capacidade de auto-aperfeiçoamento por meio de inteligência artificial cada vez mais sofisticada, poderia mudar fundamentalmente a forma como a sociedade opera, desenvolvendo respostas anteriormente impensáveis - às vezes a problemas que nem sequer sabíamos que existiam.

Como resultado, a revolução trará novas oportunidades para que pessoas e máquinas colaborem em todas as regiões geográficas para melhorar vidas, e até mesmo para ajudar a desfazer os danos ao mundo que resultaram das três revoluções industriais anteriores.

O que poderia impedir esta última revolução?

Com a inteligência artificial ainda em sua infância e a análise de dados ainda altamente dependente da supervisão humana, ainda estamos longe de sistemas verdadeiramente autônomos e auto-otimizadores. Além disso, esta é uma área em constante evolução, sem padrões acordados quando se trata de formatos de dados ou protocolos de codificação. Conseguir que sistemas diferentes se comuniquem de forma eficaz para gerar eficiências é um problema.

A segurança cibernética em uma rede altamente desenvolvida que mistura o mundo on-line e físico é uma preocupação significativa e representa um desafio difícil. Já vimos exemplos de danos no mundo real causados por ataques cibernéticos que têm como alvo sistemas conectados, e isso provavelmente se tornará um problema maior à medida que mais sistemas físicos se tornarem conectados em rede.

O desafio para o governo, as empresas e a sociedade é encontrar novas formas de pensar e agir, pois o nosso mundo é perturbado pela tecnologia e pela inovação.

Mas os desafios não são apenas tecnológicos. No coração desta revolução está o livre fluxo de dados. Isso leva a preocupações com a privacidade, o que exigirá recomendações regulatórias - para proteger a propriedade intelectual das empresas em um sistema conectado globalmente, para proteger as informações pessoais confidenciais dos clientes individuais e para confirmar que os sistemas de otimização automática não ficam fora de controle.

Os receios sobre a inteligência artificial também podem levar a novas leis que exijam supervisão humana para contrariar preocupações éticas sobre a tomada de decisões automatizada. Isto poderia levar a restrições legais à autonomia dos sistemas conectados para impedir que os computadores tomem decisões significativas. Isso, por sua vez, poderia diminuir o potencial da revolução para impulsionar mudanças significativas.

"O desafio para o governo, as empresas e a sociedade é encontrar novas formas de pensar e agir, pois nosso mundo é perturbado pela tecnologia e pela inovação", diz Schreiber. "As respostas não serão encontradas no passado, e num ambiente de movimento rápido será necessário correr riscos para gerir o desconhecido."

Como nos devemos preparar?

O passo fundamental é estar ciente de que esta revolução está chegando, e pode chegar mais rápido do que pensamos. As organizações devem procurar investir em seus recursos de análise de dados e infraestrutura técnica agora para estarem totalmente preparadas.

Se sua organização ainda não está se movendo para se tornar um negócio conectado inteligente, ela precisa - ou corre o risco de se tornar uma daquelas que são ultrapassadas pela ascensão da Quarta Revolução Industrial.

Resumo

A Quarta Revolução Industrial trará mudanças significativas à forma como vivemos, interagimos e fazemos negócios.

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