O que é a Quarta Revolução Industrial?Como as três que a precederam, a Quarta Revolução Industrial marcará uma mudança significativa na forma como trabalhamos. Possibilitada pela emergência de sistemas digitais, comunicações em rede, autoaprendizagem e análise de dados em grande escala, refere-se à crescente integração destas tecnologias nos processos empresariais e de produção, a fim de as tornar auto-sustentáveis e mais eficientes.
Ultrapassando a revolução dos anos 60 de automatização e informatização, esta última mudança verá sistemas que combinam conectividade web e controles digitais com ferramentas do mundo real. Os sensores incorporados que coletam e transmitem dados se tornarão onipresentes, em tudo, desde a fabricação de hardware até os wearables, permitindo ajustes "inteligentes" que melhoram o uso e impulsionam melhorias adicionais. Isto poderia aplicar-se a tudo, desde a produção industrial à gestão doméstica, aos cuidados de saúde.
A Quarta Revolução Industrial abrange a Internet das Coisas, mas vai além da simples conectividade de dispositivos para ser uma Internet de Tudo. Em seu núcleo está a combinação de big data, análise e tecnologia física. O objetivo é oferecer ofertas cada vez mais aprimoradas e personalizadas para ajudar a atender às necessidades de indivíduos e organizações que podem se adaptar e evoluir para situações e requisitos em constante mudança ao longo do tempo.
Qual poderá ser o impacto?
"Há uma grande promessa para o bem nesta quarta revolução industrial", diz Uschi Schreiber, presidente do Global Accounts Committee e vice-presidente global de mercados da EY. "O emocionante potencial para avanços nos cuidados de saúde, a capacidade de capacitar mais pessoas em todo o mundo para se tornarem empreendedores ou acessar a educação e a chance de impulsionar a inovação em muitos setores são algumas das perspectivas bem-vindas.
"Tudo isso está perturbando todas as indústrias; está remodelando a forma como trabalhamos, nos relacionamos, comunicamos e aprendemos; e reinventando instituições, da educação ao transporte", diz ela.
O grande volume de dados que os novos sistemas conectados à web terão disponíveis, combinado com sua capacidade de auto-aperfeiçoamento por meio de inteligência artificial cada vez mais sofisticada, poderia mudar fundamentalmente a forma como a sociedade opera, desenvolvendo respostas anteriormente impensáveis - às vezes a problemas que nem sequer sabíamos que existiam.
Como resultado, a revolução trará novas oportunidades para que pessoas e máquinas colaborem em todas as regiões geográficas para melhorar vidas, e até mesmo para ajudar a desfazer os danos ao mundo que resultaram das três revoluções industriais anteriores.
O que poderia impedir esta última revolução?
Com a inteligência artificial ainda em sua infância e a análise de dados ainda altamente dependente da supervisão humana, ainda estamos longe de sistemas verdadeiramente autônomos e auto-otimizadores. Além disso, esta é uma área em constante evolução, sem padrões acordados quando se trata de formatos de dados ou protocolos de codificação. Conseguir que sistemas diferentes se comuniquem de forma eficaz para gerar eficiências é um problema.
A segurança cibernética em uma rede altamente desenvolvida que mistura o mundo on-line e físico é uma preocupação significativa e representa um desafio difícil. Já vimos exemplos de danos no mundo real causados por ataques cibernéticos que têm como alvo sistemas conectados, e isso provavelmente se tornará um problema maior à medida que mais sistemas físicos se tornarem conectados em rede.