Essa resiliência se reflete entre os varejistas de hoje. Apesar da incerteza econômica, as expectativas de recessão não se concretizaram. Embora os preços continuem altos, tanto a inflação quanto as taxas de juros estão caindo. As previsões de crescimento econômico podem ser modestas, mas se estabilizaram. A geopolítica continua sendo uma preocupação, porém, trata-se de algo com o que os varejistas estão se acostumando a conviver. Os avanços em 2025 podem estabelecer uma base sólida para construir o futuro de forma mais significativa.
Essa visão de futuro é refletida pelos líderes de varejo, 37% dos quais veem um valor significativo em reformular seu portfólio de modo a refletir uma compreensão mais profunda das tendências de longo prazo (em comparação com 35% de seus pares em todos os setores). Na verdade, 28% dos líderes de varejo acreditam que as avaliações de portfólio não são suficientemente agressivas devido à complacência com o futuro, uma visão que apenas 24% dos CEOs de outras áreas compartilham. O varejo está emergindo de um período em que o ambiente operacional foi dominado pelo corte de custos, pela sensibilidade aos preços e pelo gerenciamento de métricas de desempenho trimestralmente. Antecipar-se ao próximo ano e superar essas pressões pode facilitar a descoberta de novas formas de criar valor.
3. Razões para sorrir
O otimismo que os líderes do setor de varejo sentem no tocante ao amanhã, ironicamente, pode não estar na forma como eles fizeram negócios durante grande parte do século passado. Embora as perspectivas para o varejo sejam menos voláteis do que nos últimos quatro anos, as vendas continuarão refletindo as tendências de canais, categorias e cadeias de suprimentos que estão em vigor há décadas. Normalmente, isso significa um crescimento geral lento, mas estável, com uma mudança subjacente para o digital e uma revisão contínua do sortimento e das operações. Para viabilizar valor futuro, os varejistas estão ampliando outras oportunidades.
Três coisas que os varejistas podem esperar para obter sucesso futuro:
1. Desenvolvimento de novas capacidades de crescimento a partir dos ativos existentes
Os líderes do varejo passaram grande parte dos últimos anos "desconstruindo" seus negócios para economizar custos e obter ganhos de eficiência. Contudo, também tiveram tempo para refletir sobre novas formas de criar valor.
Os dados dos cartões de fidelidade geraram uma nova onda de entusiasmo e investimentos em recursos de mídia de varejo, mas isso se trata apenas do começo para um setor com presença geográfica e digital com tanta magnitude. Espaços físicos de lojas, plataformas on-line e redes de distribuição estabelecidas representam ativos que os varejistas podem utilizar para novos propósitos. Isso está impulsionando o crescimento de outras oportunidades B2B em áreas como logística, mercados e pop-ups de marca.
As estratégias nesse espaço exigem um ecossistema de parceiros para implementá-las. Isso significa que, embora 51% dos líderes no segmento de varejo estejam planejando alienações de investimentos no próximo ano, 77% se consideram já proficientes na construção de ecossistemas digitais que mudarão seus modelos de negócios da “concorrência” para a chamada “coopetição”, ou concorrência colaborativa. Ao adotar uma abordagem colaborativa e gerar novos fluxos de receita de uma variedade de serviços, os varejistas poderão ver até metade de seus lucros virem de fontes alternativas de receita, como publicidade, nos próximos anos.
2. Expansão do escopo e a escala da marca própria
A mudança para a marca própria está passando de algo que os consumidores faziam por necessidade para algo que eles estão escolhendo de forma ativa, e os varejistas estão tirando proveito disso, com rapidez. Pesquisa recente da Nielsen IQ constatou que 54% dos varejistas esperam que a marca própria seja seu principal promotor de crescimento em 2024 e é provável que isso persista em 2025. Dados do Future Consumer Index revelam que 48% dos consumidores não veem mais as marcas como importantes para definir suas decisões de compra e 66% acreditam que a marca própria atende às suas necessidades tão bem quanto as marcas de renome. Isso está dando aos varejistas mais permissão para expandir as linhas de marcas próprias para acomodar mais categorias premium e, mais importante ainda, desenvolver produtos de marca própria que possam definir sortimentos de itens que apresentem mais agilidade.
Enquanto o índice de confiança dos CEOs apontou que 45% dos líderes do segmento de bens de consumo avaliam seu portfólio trimestral ou mensalmente, esse número sobe para 66% entre os líderes do segmento de varejo. Essa agilidade em revisitar e remodelar os sortimentos por meio de fornecedores de marcas próprias mais ágeis pode dar aos líderes de varejo uma vantagem no desenvolvimento e lançamento de novos produtos que possam competir em preço, inovação, sustentabilidade e qualidade.