Empresas relatam dificuldade para reduzir emissões do Escopo 3, aponta estudo da EY

4 Minutos de leitura 6 dez 2023
Por Agência EY

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4 Minutos de leitura 6 dez 2023

Para manter o avanço da temperatura em 1,5ºC até o fim deste século, conforme definido pelo Acordo de Paris, as emissões globais líquidas de dióxido de carbono, um dos gases de efeito estufa, precisam ser zeradas até 2034

As empresas estão enfrentando dificuldades para reduzir suas emissões de gases de efeito estufa, como o dióxido de carbono, do Escopo 3, que são todas aquelas que dependem da mobilização da cadeia de suprimentos, revela o estudo “Sustainable Value Study”, produzido pela EY. Essa percepção, obtida com base nas respostas de 520 CSOs (Chief Sustainability Officers) provenientes de dez indústrias em 23 países, entrevistados entre agosto e outubro deste ano, está em linha com a observada nas discussões da COP28, que ocorre em Dubai até o dia 12 de dezembro. As emissões do Escopo 3 estão ligadas às operações das empresas, como matéria-prima adquirida, descarte de resíduos, transporte e distribuição. As empresas que já publicaram análises do Escopo 3 afirmaram que essas emissões podem representar em média 75% do total gerado por suas operações, segundo relatório do CDP (Carbon Disclosure Project).

“Essas emissões são de fato as mais difíceis de serem evitadas porque são geradas fora das organizações. O desenvolvimento de uma estratégia para reduzir o impacto das emissões do Escopo 3 pode envolver a substituição do fornecedor que não se enquadrar nessa realidade, embora a colaboração nessa agenda ainda seja o caminho mais adequado”, diz Ricardo Assumpção, CSO da EY e líder de ESG e Sustentabilidade, que palestrou no painel “Perspectivas para a descarbonização” realizado pela CNI (Confederação Nacional da Indústria) na COP28. “A boa notícia é que o Brasil tem um custo de descarbonização muito menor do que outros países por causa da nossa matriz energética concentrada em fontes limpas ou renováveis. O alumínio brasileiro, por exemplo, emite 12 vezes menos do que a média mundial, enquanto o aço três vezes menos”, completa.

Colaboração com os fornecedores

Os CSOs entrevistados pela pesquisa disseram que trocaram ou estão em um estágio avançado para trocar seus fornecedores para aqueles que emitem pouco ou não emitem dióxido de carbono. Já 33% disseram que estão exigindo que seus fornecedores reduzam suas emissões. Três em cada dez responderam que estão criando ofertas (produtos e serviços) que resultem em pouca ou nenhuma emissão.

Porcentagem semelhante (33%) disse que está redesenhando (do ponto de vista do desenvolvimento do produto ou serviço) suas ofertas atuais para reduzir emissões. Já 28% afirmaram que estão implementando princípios de economia circular na cadeia de produção. Quase três em cada dez (27%) estão dando assistência financeira ou técnica para os fornecedores, a fim de reduzir as emissões. Por fim, 25% afirmaram que estão redesenhando a cadeia de suprimentos para diminuir suas emissões. Os entrevistados podiam, portanto, escolher mais de uma resposta, o que indica que essas ações estão sendo tomadas em conjunto.

Ainda segundo o estudo, as organizações mais bem-sucedidas nesse trabalho estão apostando na colaboração com seus fornecedores. Os dados também têm sido relevantes para gerar a inteligência necessária que permite avaliar a cadeia de suprimentos como um todo, incluindo a participação de cada fornecedor na emissão de gases de efeito estufa. O que também tem feito a diferença é considerar a sustentabilidade como uma área transversal, que está interligada com todas as outras, permitindo que o CSO esteja plenamente integrado ao negócio.

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