Sustentabilidade, na teoria e na prática, deve ser assunto transversal nas empresas

4 Minutos de leitura 6 dez 2023
Por Agência EY

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4 Minutos de leitura 6 dez 2023

COP28 demonstra que sustentabilidade não é área dissociada das outras nas organizações, mas central e transversal por gerar riscos e oportunidades para o negócio como um todo em um mundo que exige investimento crescente em adaptação climática

Os custos de adaptação aos efeitos das mudanças climáticas podem chegar a US$ 387 bilhões por ano nesta década, de acordo com relatório global do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA). Esse valor é 18 vezes maior do que o investimento atualmente destinado para essa finalidade. Os países pobres são aqueles que mais sofrem com os efeitos das mudanças do clima. Os fluxos multilaterais e bilaterais de financiamento para adaptação recuaram 15% em 2021, ano mais recente mensurado pela entidade, atingindo US$ 21 bilhões.

“No médio e longo prazo, existe risco de o custo de adaptação igualar ou ultrapassar o de mitigação, ou seja, a etapa anterior desse processo. Isso significa que o mundo não terá capital suficiente, especialmente os países pobres e em desenvolvimento, para suportar os gastos nessas duas frentes”, diz Ricardo Assumpção, CSO (Chief Sustainability Officer) da EY e líder de ESG e Sustentabilidade, que palestrou no painel “Perspectivas para a descarbonização”, realizado pela CNI (Confederação Nacional da Indústria) na COP28. “As empresas também precisam arcar com esses custos crescentes gerados pelas mudanças climáticas, adaptando suas operações a essa realidade, além do investimento para se enquadrarem nessa nova economia, com o propósito de descarbonizar suas atividades. Há, ainda, o custo cada vez mais alto das apólices de seguros para os eventos climáticos”.

Esse contexto demonstra a relevância de posicionar a sustentabilidade no centro das organizações, com o mapeamento dos seus riscos e oportunidades em todas as áreas do negócio. No entanto, de acordo com o “Sustainable Value Study”, divulgado pela EY no fim do mês passado, o progresso das empresas em sustentabilidade está diminuindo, mas aquelas que continuam avançando nessa agenda, enxergando a sustentabilidade como uma área transversal, têm percebido valor nesses investimentos. Foram entrevistados, entre agosto e outubro deste ano, 520 CSOs provenientes de dez indústrias em 23 países, incluindo o Brasil.

Na comparação com a edição anterior, a redução das emissões de gases de efeito estufa pelas empresas saiu de uma média de 30% para 20%. A expectativa média sobre o ano em que elas alcançarão suas ambições climáticas passou de 2036 para 2050. Já o número de ações voltadas para de alguma forma responder às mudanças climáticas, como adaptação aos seus efeitos, que as organizações apontaram como concluídas também caiu de uma média de dez em 2022 para apenas quatro neste ano – em um universo de 32 levantadas pela pesquisa. Os respondentes apontaram que pressões externas estão afetando a capacidade de suas empresas acelerarem os esforços de sustentabilidade, com apenas 34% planejando gastar mais para endereçar os efeitos das mudanças do clima – bem abaixo dos 61% em 2022.

Valor percebido pelos stakeholders

As organizações que estão avançando nos seus esforços de sustentabilidade afirmaram que o valor percebido pelos consumidores foi maior do que esperavam (89% das respostas), assim como da sociedade (87%), dos colaboradores (79%), no aspecto financeiro em relação ao crescimento da receita (79%) e em termos de redução das emissões de gases de efeito estufa (82%). “Essas são justamente as empresas que incorporam a sustentabilidade na sua estratégia corporativa, já que elas enxergam como resultado o ganho de valor junto a todos os stakeholders, além do aspecto financeiro e de contribuição com o futuro do planeta”, diz Assumpção. “Para que a sustentabilidade mostre resultados corporativos, ela precisa estar conectada com a estratégia do negócio. O CSO tem o papel de garantir essa governança em todas as áreas, mas, para isso, precisa desse reconhecimento por parte da organização”, completa o executivo.

Ainda segundo o estudo da EY, os chamados CSOs transformacionais, que são os mais bem-sucedidos nessa transversalidade da sustentabilidade no negócio, estão tendo o progresso mais significativo na descarbonização das organizações em que atuam, bem como criando mais valor de forma geral e mais satisfeitos com o trabalho desempenhado. Sete em cada dez estão capturando valor financeiro acima da sua expectativa. De forma geral, no entanto, os CSOs estão lutando para que haja essa integração das áreas com sustentabilidade, com a maioria demonstrando necessidade de mais engajamento da empresa com seu trabalho.

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