5 Minutos de leitura 15 abr 2020
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COVID-19| Insights essenciais para a gestão de crises: dez Better Questions para se fazer

Por Falco Weidemeyer

EY Global Turnaround and Restructuring Leader

Seasoned, internationally trained performance professional. CRO and turnaround manager. Experienced in consulting and industry functions. Passionate for outdoors.

5 Minutos de leitura 15 abr 2020

O surto da COVID-19 está forçando as empresas a explorar como elas podem sobreviver, enquanto lidam com crises de proporções gigantescas.

Com o surto da COVID-19 (coronavírus), os negócios globais foram atingidos por uma grande incerteza econômica. A análise 1 indica que o surto da COVID-19 vai diminuir o produto interno bruto (PIB) global de 2,5% previsto em janeiro de 2020 para 0%. Nesta situação de crise, as empresas estão lidando com a gestão do impacto do surto na sua capacidade de cumprir os objetivos estratégicos e as exigências dos clientes.

As repercussões do surto da COVID-19 nas empresas provavelmente virão através do aumento da regulamentação dos locais de trabalho e das restrições de viagem, da redução dos gastos dos clientes, do atraso nos investimentos, da disrupção das cadeias de suprimento e da incerteza nos mercados financeiros.

A seguir identificamos:

 

Perspectiva atual

79%

dos membros dos conselhos de administração, de acordo com o EY Global Risk Survey 2020, afirmam que as suas organizações não estão bem preparadas para lidar com um evento de crise.

 

Como as empresas podem entregar melhores resultados em tempos de crise?

No caso de uma crise, o que é fundamental para proteger os resultados a médio e longo prazo é uma ação imediata. Para poder fazer isso, as organizações devem ter um plano profissional de gestão de crises em vigor – um que trate do bem-estar dos funcionários, da reputação da marca, da gestão financeira, da cadeia de suprimentos e de questões legais que a crise possa desencadear.  

Aqui estão cinco passos essenciais que recomendamos às empresas no caso de uma crise empresarial.

1. Colocar o bem-estar dos empregados acima de tudo

Seus colaboradores são seu maior ativo. Em tempos de crise, as organizações têm a responsabilidade de agir no melhor interesse de suas pessoas — e dos seus clientes e stakeholders. Também é melhor para os negócios em tempos de crise, quando a aquisição, gestão e retenção de talentos fica mais difícil , enquanto o controle de custos se torna mais duro do que antes. Isto vai exigir que as empresas se adaptem a mudanças rápidas.

As empresas terão de identificar alternativas de trabalho e reimaginar os negócios como de costume, cumprindo ao mesmo tempo as leis trabalhistas locais de forma a colocar em primeiro lugar a saúde e a segurança dos empregados. Complementar esses esforços com comunicações relevantes e oportunas, e programas de apoio aos funcionários.

2. Comunicar – de forma rápida, clara e transparente

As melhores linhas de comunicação são as mais abertas. Comunicações claras, rápidas e transparentes são essenciais em todos os cenários empresariais. Em cenários de crise, isso é ainda mais verdadeiro, especialmente se você precisar garantir suporte contínuo de clientes, funcionários, fornecedores, investidores e autoridades reguladoras. As empresas vão querer manter os clientes informados sobre qualquer impacto na entrega de produtos ou serviços. Se as obrigações contratuais não puderem ser cumpridas como resultado de uma interrupção do fornecedor ou da produção, esteja pronto para negociar. A comunicação proativa e as ações rápidas ajudarão a mitigar os danos punitivos, as responsabilidades associadas à disrupção das obrigações do cliente e os danos à reputação da marca.

3. Mantenha as despesas sob controle e tenha backups para o caso de um déficit orçamentário.

Determinar como a crise afeta os orçamentos e os planos de negócios. Testar planos financeiros para múltiplos cenários, para compreender o impacto potencial no desempenho financeiro e avaliar por quanto tempo esse impacto pode continuar. Se o impacto for material e os pressupostos orçamentais e planos de negócio anteriores já não forem relevantes, mantenha-se ágil e reveja-os. Quando o negócio for significativamente impactado, considere os requisitos operacionais mínimos, incluindo as principais dependências de força de trabalho, fornecedores, localização e tecnologia.

Se necessário, considere a mobilização de capital a curto prazo, o refinanciamento da dívida ou apoio de crédito adicional de bancos ou investidores, ou o apoio político do governo. Ao mesmo tempo, reveja os custos operacionais globais e considere o corte ou a redução de todas as despesas não essenciais.

4. Identifique e conserte os links quebrados na cadeia de suprimento

É provável que a maioria das empresas sofra disrupções significativas nas suas operações e tenha um desempenho inferior durante toda a duração da crise da COVID-19. As empresas que operam ou estão expostas a países que estão sendo significativamente afetados pela COVID-19 sofrerão disrupções em sua cadeia de suprimentos e nas suas metas de produção.

Ao trabalhar com cadeias de suprimentos "quebradas", as empresas precisam manter contato regular com seus fornecedores, para se certificar quanto à sua capacidade de entregar bens e serviços, e elaborar planos de recuperação. Quando necessário, considere imediatamente opções alternativas para a composição da cadeia de suprimentos.

Reimaginar o modelo da cadeia de suprimentos, alavancar ecossistemas digitais e redes de mercado e permitir novas formas de colaboração para trabalhar em torno de cadeias de suprimimentos atingidas pela disrupção.

5. Se prepare para o inesperado

As organizações estão geralmente preparadas para bloqueios legais durante cenários de negócios habituais. Crises imprevistas podem, no entanto, apresentar desafios legais imprevistos. As empresas terão que conduzir uma avaliação de risco contratual e identificar ações preventivas, gerenciar disputas de contrato cliente-fornecedor devido a impactos econômicos ou disrupções no fornecimento, e até mesmo estar preparadas para invocar cláusulas de "força maior" quando necessário.

Ao se comunicar com stakeholders relevantes, consulte as equipas jurídicas para aconselhamento sobre potenciais responsabilidades. Consulte também as unidades de negócio sobre como gerenciar a comunicação em torno de violações em andamento e coleta de provas, se houver.

Dez perguntas para descartar a paralisia em uma crise

A melhor maneira de gerir uma crise é ficar à frente dela. As empresas precisam manter seus sistemas de gestão de crises saudáveis e preparadas para agir em pé de guerra quando necessário - mesmo quando não preveem que uma crise surja num futuro próximo.

Essas são dez perguntas que você pode fazer para avaliar se seu sistema de gestão de crises é adequado:

  1. Como sua organização vai garantir o bem-estar de suas pessoas e a segurança de seus ativos em caso de crise?

  2. Como você pode garantir financiamento sustentável e reservas de dinheiro estáveis?

  3. Existem sistemas e protocolos de comunicação bem coordenados e padronizados para garantir uma comunicação clara e transparente com todas os stakeholders?

  4. A sua organização tem equipes de gestão de crises para gerir os impactos da liquidez a curto prazo e iniciar as contramedidas apropriadas?

  5. Que modelo você possui para avaliar riscos potenciais e definir respostas no caso de uma crise?

  6. Você já considerou o impacto de uma crise nos processos de orçamento e planejamento de negócios e implementou mecanismos de alerta precoce?

  7. Quando uma crise tem um impacto financeiro significativo, como você pode adaptar seu modelo de negócio para reduzir custos, tanto a curto como a médio prazo?

  8. Como a disrupção na demanda vai nos afetar e como poderemos nos recuperar das consequências?

  9. Você já definiu os riscos da cadeia de suprimentos e de produção que as crises podem representar, e o que você pode fazer para mitigar esses riscos?

  10. O seu modelo de negócio é resistente o suficiente para se recuperar do impacto de uma crise e gerir potenciais crises no futuro?

A maior prioridade para as empresas e governos durante uma crise é o bem-estar das pessoas - os indivíduos. As empresas podem contribuir e complementar esses esforços, tendo um plano profissional de gestão de crises. Um forte plano de gestão de crise também pode ajudar as empresas a garantir o bem-estar de suas pessoas, a manter os seus recursos protegidos e a reforçar a sua capacidade de desempenho otimizado quando as probabilidades estão contra eles.

Resumo

Para que as empresas sobrevivam em caso de crise, elas devem ter um plano profissional de gestão de crises em vigor, um plano que trate do bem-estar dos funcionários, da reputação da marca, da gestão financeira, da cadeia de suprimentos e de questões legais que a crise possa desencadear. 

Sobre este artigo

Por Falco Weidemeyer

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