Geração Z considera que uso da IA generativa seria desestimulado pelos professores

23 jun 2025

Por outro lado, a minoria avalia que seus empregadores fariam a mesma coisa, revela estudo global da EY, que entrevistou mais de cinco mil jovens, inclusive brasileiros

Mais de quatro a cada dez jovens (42%) da Geração Z consideram que seus professores desestimulariam o uso da IA generativa para completar certas tarefas, enquanto apenas 15% avaliam que seus empregadores fariam a mesma coisa. Essa constatação faz parte do estudo “How can we upskill Gen Z as fast as we train AI?”, elaborado pela EY em parceria com a Microsoft, demonstrando que há uma desconexão entre a percepção do uso da IA no ambiente educacional e no dia a dia das empresas. Isso é um problema, na avaliação da pesquisa, porque a Geração Z está aprendendo ou assimilando de uma forma nas instituições de ensino, mas com a realidade – ou pelo menos a expectativa da realidade – de que serão cobrados para fazer diferente no mercado de trabalho. 

A amostra global do estudo é formada por 5.218 entrevistados – 10% deles provenientes do Brasil. Sobre a situação econômica, 59% disseram que têm a mesma de outras pessoas de sua idade residentes no país. Em relação à idade, a amostra vai dos 17 aos 27 anos. A Geração Z – nascida entre 1997 e 2007 – está agora em grande número entrando na universidade e na força de trabalho. A projeção é que, até 2030, chegue a 30% da força de trabalho, trazendo transformações na dinâmica corporativa.

Ainda sobre a pergunta de como o professor e empregador reagiriam se soubessem que estavam usando IA generativa para completar certas tarefas, 38% dos entrevistados indicaram que os empregadores os estimulariam a fazer isso – contra apenas 25% em relação aos professores. Outros 36% afirmaram que os empregadores não ligariam ou teriam interesse em saber disso – contra 23% em relação aos professores.

Falta de clareza sobre como usar IA nas instituições de ensino

Na visão de um dos especialistas ouvidos pelo estudo, há uma preocupação nas universidades sobre o uso da IA para fazer os trabalhos de forma autônoma – sem participação do aluno. Isso porque o aprendizado só ocorre realmente se os próprios alunos, e não a tecnologia, fizerem seus trabalhos. 

Já em relação aos estudantes interessados em utilizar a IA como uma ferramenta de aprendizado, a principal preocupação é como usá-la de forma produtiva como um assistente, sem que isso configure uso indevido na visão dos professores. Há uma falta de clareza sobre o que é aceitável ou não no uso da IA. Os alunos, ainda segundo essa especialista mencionada pela pesquisa da EY e da Microsoft, estão buscando uma orientação para descobrir como utilizar corretamente essa ferramenta. Esse tipo de incerteza é normal em um momento de ascensão recente da IA generativa, já que toda tecnologia nova desperta questionamento e exige uma governança para que seja adotada da melhor forma.

A inteligência artificial tem sido cada vez mais utilizada pelas empresas para inovar e tornar mais produtivo o dia a dia dos seus negócios. Há, no entanto, diversas dúvidas sobre como desenvolver e operacionalizar esses sistemas evitando os riscos que podem comprometer os resultados financeiros e a reputação das organizações. Nesse contexto, a EY lançou a série “IA aplicada aos negócios: Como utilizar essa tecnologia com segurança e governança para gerar inovação”, que, além desta reportagem, já publicou as seguintes:

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Empresas adotam IA generativa na gestão do contencioso tributário

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Estudo da EY aponta cinco tendências globais para regulamentação de IA

Monitoramento por IA das emissões de metano já é realidade na indústria de gás e petróleo

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