Geração Z sabe onde usar IA generativa, mas tem dificuldades de tirar o melhor dela

24 jun 2025

Estudo da EY revela que, embora esses jovens compreendam as tarefas em que a inteligência artificial pode ser aplicada, eles ainda têm dificuldades de criar o prompt correto ou mais adequado para atender às suas necessidades

A Geração Z tem um bom entendimento sobre a aplicação da inteligência artificial, de acordo com o estudo “How can we upskill Gen Z as fast as we train AI?”, elaborado pela EY em parceria com a Microsoft. Os entrevistados foram apresentados a uma lista de possíveis aplicações dessa tecnologia, cujas respostas foram depois analisadas por um painel de especialistas em IA. A constatação da pesquisa é que essas respostas estão muito alinhadas com a opinião desses especialistas, com a identificação correta das tarefas muito beneficiadas por essa tecnologia.

As quatro tarefas nas quais a IA pode ser “muito útil” foram as seguintes: tradução de idiomas em tempo real, com 71%; identificação de padrões em volumes expressivos de dados, com 60%; edição de fotos para ter um determinado estilo, com 49%; e fazer um resumo do trabalho de um pensador ou de uma organização em específico, também com 49%. Esse resultado, na avaliação do estudo, sugere que os educadores e as empresas estão fazendo um trabalho razoável em demonstrar as aplicações mais comuns de IA aos estudantes e consumidores. No entanto, esse é um trabalho contínuo, já que precisa ser revisitado à medida que a IA apresente avanços em outras atividades. O fornecimento de orientação legal ou jurídica, por exemplo, obteve a menor porcentagem de “muito útil”, com apenas 26% por parte dos respondentes – em linha com a avaliação dos especialistas. 

Embora exista o entendimento de quais tarefas aplicar a IA, há dificuldade de criar o prompt correto ou mais adequado para atender às suas necessidades, o que permitiria obter as melhores respostas para as perguntas realizadas. A habilidade de fornecer os comandos precisos é crucial para o sucesso da IA generativa. Faz parte desse processo saber fazer perguntas, e essa, na visão da pesquisa, pode ser, na realidade, a dificuldade por trás dessa questão de elaborar prompts melhores. 

Nesse aspecto, as escolas precisam preparar os estudantes para fazer boas perguntas, estimulando nesse processo a curiosidade e o pensamento crítico. Como habilidades mais importantes para utilizar a IA da melhor forma, os entrevistados apontaram criatividade e curiosidade; pensamento crítico; programação; e escrita/redação.

A amostra global do estudo é formada por 5.218 entrevistados – 10% deles provenientes do Brasil. Sobre a situação econômica, 59% disseram que têm a mesma de outras pessoas de sua idade residentes no país. Em relação à idade, a amostra vai dos 17 aos 27 anos. A Geração Z – nascida entre 1997 e 2007 – está agora em grande número entrando na universidade e na força de trabalho. A projeção é que, até 2030, chegue a 30% da força de trabalho, trazendo transformações na dinâmica corporativa.

Identificação dos riscos da IA

Os respondentes não se saíram bem na avaliação das ferramentas de inteligência artificial, principalmente em relação a como são construídas e às regras a que estão submetidas ou deveriam estar em questões como acesso aos dados de pessoas e organizações. Quando perguntados, podendo responder “verdadeiro” ou “falso”, sobre se os sistemas de IA generativa treinados em dados em tempo real podem inventar fatos às vezes, apenas 36% indicaram verdadeiro – resposta essa tida como correta. Para a pergunta sobre se os desenvolvedores de IA precisam de permissão explícita para usar os dados de pessoas e organizações para treinar um sistema de IA, 53% escolheram falso, que corresponde à resposta incorreta.

Na avaliação do estudo, o otimismo da Geração Z em relação ao uso da IA pode estar prejudicando sua visão crítica sobre essa tecnologia. Outra possibilidade é que haja uma falta de compreensão sobre os limites que precisam ser impostos a essa tecnologia por meio de uma governança ancorada nas melhores práticas de adoção da IA.

Essa visão crítica sobre a IA foi também mensurada por meio de perguntas sobre o grau de confiança da Geração Z em algumas aplicações de inteligência artificial. Para o uso de chatbots para dar suporte e responder às demandas dos consumidores, 47% disseram ser confiáveis. Para encontrar uma citação específica dada por um líder político em um discurso, 40% tiveram a mesma percepção. 

Em relação ao uso de monitoramento de vídeo para identificar comportamento criminoso em espaços públicos, 34% avaliaram como confiável, índice considerado alto. No entanto, diferentemente das duas anteriores, prevaleceu a opção “proceder com cautela”, com 43% das respostas.

A inteligência artificial tem sido cada vez mais utilizada pelas empresas para inovar e tornar mais produtivo o dia a dia dos seus negócios. Há, no entanto, diversas dúvidas sobre como desenvolver e operacionalizar esses sistemas evitando os riscos que podem comprometer os resultados financeiros e a reputação das organizações. Nesse contexto, a EY lançou a série “IA aplicada aos negócios: Como utilizar essa tecnologia com segurança e governança para gerar inovação”. Leia abaixo as reportagens mais recentes publicadas.

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