Este “desalinhamento” interno sugere que a priorização de riscos varia hoje conforme o horizonte de tempo e a função do seu cargo.
“Os riscos devem ser incorporados nas conversas sobre estratégia no nível do Conselho e também nas atividades de cada função do negócio”, diz Nick Allen, conselheiro da Lenovo Group. “Não dá para isolar as discussões sobre risco.”
3. Há um foco maior em riscos emergentes, riscos atípicos e riscos externos
Cerca de 64% dos Conselhos afirmam que as suas organizações são capazes de administrar riscos tradicionais, tais como mudanças regulatórias, quedas na demanda e aumento do custo de crédito. Mas apenas 39% deles admitem que as suas organizações possam administrar riscos atípicos e emergentes de maneira eficaz, tais como aqueles associados a novas tecnologias ou ao impacto da emergência climática. Ao mesmo tempo, 61% dos conselheiros reconhecem as suas organizações como capazes de administrar riscos internos de maneira eficaz, mas apenas 47% dizem o mesmo sobre riscos externos.
Há uma clara diferença entre a capacidade de administrar riscos não tradicionais entre as líderes em gestão de riscos e as empresas com gestão de riscos em desenvolvimento: 71% das líderes são eficazes em administrar riscos atípicos e emergentes, em comparação com apenas 12% das gestoras em desenvolvimento. Além disso, 82% das líderes em gestão de riscos são eficazes em administrar riscos externos, em contraste com somente 20% das gestoras em desenvolvimento.
“É essencial dedicar tempo suficiente a riscos emergentes no nível do Conselho”, destaca Michael Lynch-Bell, conselheiro não executivo de diversas organizações, entre elas a Barloworld. “O nosso Conselho monitora os riscos tradicionais trimestralmente, mas, além disso, dedica uma boa parte do ‘dia da estratégia’, realizado todos os anos, para a discussão de riscos emergentes.”
Foco setorial e regional: divergência na priorização de riscos
A priorização de riscos por parte dos conselheiros e até onde eles pretendem aprimorar a gestão de riscos nas suas organizações variam conforme o setor e a localidade.
Diferenças setoriais
Consideremos, por exemplo, os riscos associados a mudanças climáticas e restrições de recursos naturais. Conselhos de todos os setores classificam tais riscos em nono lugar entre os mais relevantes para a sua organização nos próximos 12 meses. Porém, Conselhos de empresas no setor de energia e recursos naturais o colocam em primeiro lugar, empatado com o risco de mudanças no ambiente regulatório.
Ataques cibernéticos e violações de dados ocupam a quinta posição entre os riscos, de acordo com Conselhos de todos os setores, mas ocupam a primeira posição entre os Conselhos de companhias nas áreas de serviços financeiros e tecnologia, mídia e entretenimento, e telecomunicações (TMT).
Finalmente, eventos geopolíticos são classificados como o sexto maior risco pelos Conselhos de maneira geral, mas como o maior risco por aqueles que operam nos setores imobiliário, de hospedagem e de construção civil.