EY debate, na COP28, criação de valor a partir de biomas como a Amazônia

4 Minutos de leitura 9 dez 2023
Por Agência EY

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EY debate, na COP28, criação de valor a partir de biomas como a Amazônia

Lançamento do EY Nature Hub na COP28.

Especialistas abordaram no painel, que marcou o lançamento do EY Nature Hub, como governo, ciência e iniciativa privada podem cooperar para construir negócios positivos para a natureza, transformando-a em uma aliada, além de proporcionar escala em soluções de ciência e inovação

Uma mobilização envolvendo empresas, governos e ciência para desenvolver soluções que criem valor com a natureza. Essa é a proposta do Nature Hub, lançado hoje pela EY na COP28, que ocorre em Dubai até o dia 12 de dezembro. Estiveram presentes no painel "The Amazon Ecosystem: Reshaping opportunities for the future”, que marcou o lançamento dessa iniciativa, especialistas de diferentes áreas que destacaram o quanto essa dinâmica pode ser positiva para o futuro do planeta, considerando principalmente a manutenção dos biomas. “A Amazônia é importante não apenas para o Brasil como para o mundo inteiro. Esse é um ecossistema relevante para promover a chuva em todo o planeta, além de controlar os efeitos do aquecimento global. Quanto maior o desmatamento, maior a emissão de gases de efeito estufa”, disse, no painel, David Cooper, secretário-executivo interino do CBD (Convention on Biological Diversity), tratado da ONU (Organização das Nações Unidas) considerado um dos mais importantes instrumentos internacionais relacionados ao meio ambiente.

A bioeconomia propõe um modelo com foco em sistemas, produtos e serviços sustentáveis – menos dependentes, portanto, da exploração de recursos naturais e dos combustíveis fósseis como fonte de energia. O professor Carlos Nobre, que também palestrou no painel realizado pela EY, costuma utilizar o termo "bioeconomia da floresta em pé" para enfatizar a centralidade das florestas no sistema econômico. "As soluções para manutenção das florestas passam pelo investimento por parte das empresas em ciência, por meio de parcerias com universidades, gerando assim conhecimento. Hubs de inovação, como o recém-criado pela EY, são absolutamente necessários para a preservação da Amazônia. Olhando para os países desenvolvidos, percebemos que mais de 80% das pesquisas aprovadas são feitas pela iniciativa privada", disse Nobre. 

Para que todo esse potencial da natureza possa ser utilizado de forma sustentável pelas empresas e pelos governos, é preciso primeiro assegurar sua proteção, o que inclui o reflorestamento de áreas prejudicadas. O estudo "New Economy for the Brazilian Amazon", produzido pelo WRI (World Resources Institute) e pela The New Climate Economy em parceria com outras instituições, mostrou que a manutenção da Amazônia pode gerar até 312 mil empregos adicionais na região, além de 365 mil empregos no Brasil de forma geral em bioeconomia e outros 468 mil em restauração florestal. Essas oportunidades beneficiariam principalmente as comunidades negras e indígenas.

"Há necessidade de erradicar a pobreza das comunidades que vivem em biomas como a Amazônia, oferecendo oportunidades para as pessoas. A gestão sustentável das florestas, com a participação do setor privado, tem se tornado fundamental para mantê-las preservadas. Queremos fazer parte do EY Nature Hub", disse Sheam Satkuru, diretora-executiva da ITTO (International Tropical Timber Organization), organização intergovernamental que promove a gestão sustentável e a conservação de florestas tropicais. São mais de 50 projetos, segundo Satkuru, na região da Amazônia.

O objetivo dessas iniciativas deve ser promover o crescimento econômico dessas regiões, por meio do acesso inclusive a serviços financeiros. “O combate à devastação exige investimento nas cidades inseridas nos biomas para criar empregos nesses lugares, dando a oportunidade de o jovem ter uma fonte consistente de renda, sem ter que recorrer a atividades ilegais como devastação da floresta”, observou o embaixador André Aranha Corrêa do Lago, secretário de Clima, Energia e Meio Ambiente do Brasil, que também palestrou no painel. “Esse esforço, ainda que tenhamos 60% da floresta amazônica, precisa ser conjunto de todos os oito países que compartilham o bioma. Não adianta combater a devastação em um país se, em outro, ela está ocorrendo. A Amazônia precisa ser uma solução para as mudanças climáticas, e não um problema, o que só ocorrerá se ela for mantida em pé”, completou.

As iniciativas de Vale, Bradesco e Votorantim também foram apresentadas, por meio da participação respectivamente de Malú Paiva, Marcelo Pasquini e David Canassa no encontro, demonstrando que as empresas estão cada vez mais dedicadas a colocar a sustentabilidade no centro dos seus negócios. Abrão Árabe, da Amcham, também destacou essa evolução da sustentabilidade nas empresas ao longo dos últimos anos.

“O EY Nature Hub reúne todos os stakeholders ligados à sustentabilidade para criar modelos de negócios plenamente integrados com a natureza. Não pode haver plano de negócios e plano de sustentabilidade feitos de forma separada. As empresas precisam elaborar planos de negócios sustentáveis. No fim do dia, essa agenda é sobre pessoas, mantendo o planeta habitável para a próxima geração”, afirmou Ricardo Assumpção, CSO (Chief Sustainability Officer) da EY e líder de ESG e Sustentabilidade. Ainda segundo o executivo, o EY Nature Hub está trabalhando com o professor Carlos Nobre para criar inovação na floresta amazônica. “Mostraremos que o global sul é parte das soluções de sustentabilidade. A COP30 será uma grande oportunidade de mostrar que podemos impactar o mundo com nossas soluções baseadas na natureza”.

Por fim, o executivo destacou que a missão do EY Nature Hub é encontrar soluções que não estão sendo consideradas nos frameworks de sustentabilidade, que costumam refletir realidades que não são a brasileira, como a dos países dependentes de combustíveis fósseis. Nessa área, o Brasil está bem avançado, com o predomínio de fontes limpas na matriz energética. O propósito é atuar nas deficiências de um mercado que se desenvolveu ao longo dos anos sem considerar a natureza como aliada. “Nossa expectativa é que o EY Nature Hub forneça essas soluções que serão pensadas a partir da nossa realidade não apenas para outros países da América Latina, mas para o global norte, que tem muito a aprender conosco”, finalizou.

Saiba mais sobre o EY Nature Hub

As empresas e os governos têm uma série de desafios para desenvolver soluções voltadas para a criação de valor com a natureza. O objetivo deve ser buscar desenvolvimento sustentável e impacto social positivo em direção à transição para uma economia de baixo carbono. O EY Nature Hub é um projeto pioneiro que auxilia as empresas a criar essas soluções com foco em setores de difícil descarbonização, sistemas alimentares, biocombustíveis, infraestrutura, recursos naturais e sistemas de energia. Além de projetos focados em mitigação, a iniciativa atua também para desenvolver soluções de adaptação climática, um custo crescente e que vai impactar empresas nos próximos anos, bem como solucionar as principais dores de mercado, como riscos de cadeia de suprimentos, regulação, criação de valor com biomas e biodiversidade, combate ao desmatamento e instrumentos financeiros que possibilitem o desenvolvimento com a floresta em pé.

Os profissionais envolvidos possuem conhecimento específico de diferentes mercados e setores da economia, como indústria de alimentos e bebidas; instituição financeira; indústrias de bens de consumo; mineração; agronegócio; entre outros. As soluções propostas pelo EY Nature Hub consideram dois aspectos: criação de valor e redução de riscos. Podem ser destacados pontos como destravamento do valor premium para produtos sustentáveis; redução dos custos de cadeias por meio da captura do prêmio verde; e desenvolvimento de negócios sustentáveis. Dados de mercado indicam um potencial ainda não explorado em mercados de energia renovável, como hidrogênio, e um risco considerável de choque na cadeia de suprimentos e volatilidade de preços se os investimentos corretos não forem realizados.

As organizações dependem de capital natural, responsável diretamente por 60% do PIB do Brasil, já que a sociedade faz parte do ecossistema da natureza. No entanto, a natureza não está sendo contabilizada nas organizações, nem nas entradas (matérias-primas, clima e regeneração) nem nas externalidades negativas (contaminações, impactos sociais e emissões). O EY Nature Hub terá sua gestão centralizada em São Paulo, com um espaço físico em Belém, no Pará, estado que receberá a COP30 em 2025, contando, ainda, com um escritório de captação nos Estados Unidos.

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