Reunião ao ar livre de jovens adultos desfrutando da companhia uns dos outros em um dia quente de verão

Como a primeira geração global está redefinindo a vida adulta

A primeira geração global está reimaginando a vida adulta - e forçando as empresas a se reinventarem no processo.


Em resumo

  • O acesso à tecnologia impulsionou a convergência de experiências globais compartilhadas para a geração mais informada e interconectada da história.
  • Uma revolução na área da saúde surgiu à medida que os jovens adultos priorizam o bem-estar em detrimento da riqueza e dos avanços na carreira.
  • A segurança financeira é um meio e não o objetivo em si. No entanto, as realidades econômicas dificultam cada vez mais alcançar a independência financeira. 

Em um mundo em que o ritmo das mudanças não é mais incremental, raramente demonstrando-se linear, os jovens adultos de hoje - a primeira geração global - não estão apenas se adaptando; eles estão reimaginando ativamente o que significa ser um adulto.

Em um novo estudo global da EY que mapeia as atitudes, os valores e as esperanças de jovens de 18 a 34 anos em 10 países, descobrimos que esses jovens adultos estão priorizando a independência financeira, mas em seus próprios termos. Eles estão assumindo a responsabilidade, mas sem se adequar a padrões que não são mais relevantes. Estão redefinindo o sucesso - não como uma meta fixa, mas como uma busca holística e em evolução que vai além da conta bancária.

Em resposta, os executivos da diretoria estão tendo que questionar suposições antigas sobre todos os aspectos de sua organização. Aqui estão cinco insights de nossa pesquisa para as organizações considerarem ao se prepararem para a próxima geração de consumidores, colaboradores e cidadãos.

1. Esta é a primeira geração verdadeiramente global: conectada, informada e culturalmente fluida

Diferentemente das gerações anteriores, os jovens de hoje cresceram com exposição em tempo real à cultura e às crises globais, criando uma interconexão sem precedentes ao lado de distinções regionais exclusivas. Embora nem todos estejam assistindo aos mesmos vídeos ou mergulhando nos mesmos tópicos, o impulso de procurar respostas nas mesmas plataformas sociais comuns é global.

A tecnologia serve como base para essas experiências globais compartilhadas. Ela proporcionou aos jovens de todo o mundo um vocabulário e uma experiência digital comuns, unindo idiomas e aproximando culturas. A natureza quase onipresente das mídias sociais entre os jovens intensificou esse efeito, com 94% dos participantes se envolvendo com essas plataformas diariamente. Entretanto, crescer nesse ambiente não os isenta de consequências. Em nosso estudo, 44% dos entrevistados em todo o mundo afirmaram que prefeririam passar menos tempo nas mídias sociais, sendo que os entrevistados no Brasil, na Alemanha e na Suécia são os mais propensos a dizer isso. 

A tecnologia constitui a base das experiências globais compartilhadas ...
dos jovens adultos passam tempo usando a mídia social em um dia normal.
... mas a tecnologia tem suas consequências
dos jovens adultos em todo o mundo prefeririam passar menos tempo nas mídias sociais.

Entender como a tecnologia molda a visão de mundo dos jovens de hoje é fundamental para os líderes empresariais que planejam o futuro de amanhã. A tecnologia trará informações acerca de como as organizações desenvolvem suas estratégias de produtos e serviços para agradar tanto aos gostos globais quanto às preferências locais.

 

 2. Os"pontos de controle" do passado são irrelevantes em uma era de mudanças rápidas

 

Em 1935, quando a Lei da Previdência Social foi aprovada nos EUA, a idade oficial de aposentadoria era 65 anos e a expectativa de vida média nos EUA era de 60,7 anos. Hoje, ela está em torno de 80.1 A Lei da Previdência Social foi literalmente projetada para apoiar um grupo de pessoas que, em grande parte, deveriam morrer antes de precisar dela. Enquanto isso, na China, a expectativa de vida aumentou de 33 anos em 1960 para 79 anos atualmente.2  Os cronogramas do passado - quanto tempo vivemos, quando devemos parar de trabalhar e como devemos abordar a aposentadoria - mudaram em relação às décadas passadas, juntamente com a duração prolongada de nossas vidas.
 

Da mesma forma, estamos observando uma mudança profunda na forma como os jovens adultos abordam os marcos tradicionais da vida. Eles são a "Geração Pragmática", que aborda os marcos da vida não com rebeldia, mas com ceticismo racional e uma perspectiva global. Por exemplo, em vez de ingressar em uma empresa com o objetivo de permanecer nela por toda a vida, nossa pesquisa mostra que 59% dos jovens adultos em todo o mundo acreditam que devem trabalhar para duas a cinco organizações ao longo de sua vida, enquanto 19% acreditam que devem trabalhar em seis ou mais. Em muitos países, a mudança de emprego não é mais vista como algo negativo, mas como uma etapa essencial para abrir portas e aumentar as oportunidades.


Isso representa mais do que apenas outra mudança geracional - está mudando os fundamentos da vida humana. No mundo de amanhã, a indefinição de fronteiras se fundirá em um cronograma ilimitado e maleável. As organizações terão que encontrar maneiras de adaptar produtos, serviços e propostas de valor para os colaboradores para atender aos consumidores onde eles estão.  

3. Os jovens adultos estão priorizando a saúde física e mental em detrimento da riqueza e do avanço na carreira

Os jovens adultos estão priorizando sua saúde física e mental e os relacionamentos com a família em detrimento da riqueza e do avanço na carreira. Um número impressionante de 51% de jovens em todo o mundo classificam sua saúde mental e física como a principal medida de sucesso futuro, a métrica número 1 em todo o mundo. Os relacionamentos familiares vêm logo em seguida, com 45%, superando a riqueza (42%) e a ocupação (41%). Esse é um alerta para as sociedades que há muito tempo equiparam o sucesso a ganhos financeiros, bens materiais e sacrifício pessoal.


Isso não quer dizer que os jovens de hoje não estejam profundamente preocupados com as finanças - eles estão. No entanto, eles buscam mais que um simples salário. Querem empregadores que estejam alinhados com seus valores (69%) e buscam os que respeitem seu tempo pessoal (61%). É importante ressaltar que isso vai além da busca pelo "equilíbrio entre vida pessoal e trabalho". Os jovens adultos buscam carreiras e empregos que sustentem vidas estáveis, em vez de vidas que girem em torno de suas carreiras.

À medida que as prioridades mudam na forma como os jovens adultos medem o sucesso, as organizações vão querer evoluir suas propostas de valor para o consumidor e o empregador para refletir o significado mais profundo que eles estão buscando na vida.

4. O dinheiro é um meio, não um fim

Em tempos de incerteza econômica, a busca por riqueza está mudando. Para as gerações mais jovens, a segurança financeira serve como base para uma vida plena, e não como objetivo final. Esse momento de convergência global em torno da segurança financeira é impressionante - 87% dos jovens adultos em todo o mundo consideram a independência financeira muito ou extremamente importante. Mais da metade dos países pesquisados (Brasil, Arábia Saudita, África do Sul, Índia e China) classificou essa importância acima de 90%. A Suécia foi a exceção, com 58%, possivelmente devido a seus sólidos sistemas de educação, bem-estar e social.

A segurança financeira é a base para uma vida plena
dos jovens adultos em todo o mundo consideram a independência financeira muito ou extremamente importante.

No entanto, os jovens de muitos países enfrentam a lacuna entre seus desejos de independência financeira e as realidades econômicas que tornam cada vez mais difícil alcançá-la. Isso reflete tendências mais amplas de instabilidade econômica e aumento da ansiedade financeira. Os jovens adultos nos EUA são inundados pelo que alguns chamam de "complexo de inatingibilidade". Da mesma forma, na China, na Coreia do Sul e no Japão, muitos jovens adultos veem a casa própria em cidades "desejáveis" como um sonho distante, a menos que herdem a propriedade de seus pais.

 

Se o objetivo corresponde a atrair e reter clientes e colaboradores, faz-se necessário considerar como comunicar o valor de seus produtos e serviços ou a proposta de valor para o colaborador em termos que vão além dos benefícios monetários.

 

5. Os jovens adultos buscam o equilíbrio certo entre segurança, ansiedade e otimismo

 

Em um mundo marcado por desafios econômicos, tensões geopolíticas e rápidas mudanças tecnológicas, surgiu uma complexa tessitura modulada entre otimismo e pessimismo que transcende as fronteiras. No entanto, nossa pesquisa revela uma dicotomia impressionante. Enquanto 31% dos jovens adultos em todo o mundo estão muito ou extremamente entusiasmados com sua vida futura aos 50 anos, uma parcela um pouco maior - 34% - temem profundamente o futuro.

 

Nossa pesquisa sugere que o otimismo está intimamente ligado à oportunidade e ao desejo de tornar o mundo um lugar melhor, enquanto o pessimismo está correlacionado à desconfiança, à apatia e à aversão ao risco. À medida que navegamos por esse cenário complexo, o futuro se tornou mais do que um destino; ele reflete nossas crenças coletivas, moldadas pela interação de oportunidades, culturas e geografias.

 

As organizações devem considerar como seus produtos criam oportunidades, otimismo e estabilidade em tempos de incerteza.

 

Em uma era de mudanças constantes, para traçar o futuro de sua organização, faz-se necessário compreender as pessoas que a conduzem. À medida que navegamos pelo período mais transformador da história humana, as perspectivas das gerações mais jovens oferecem percepções valiosas sobre as mudanças que estão ocorrendo em nossa sociedade global.

 

As organizações que tiverem a coragem de pensar de forma diferente e abraçar o desconhecido farão mais do que enfrentar o futuro - elas o criarão.


Sumário

Um novo estudo global da EY revela como os jovens adultos - a geração mais conectada da história - estão redefinindo a vida adulta. Priorizando o bem-estar em vez da riqueza, eles veem a independência financeira como um meio, não como um fim. Seus valores mutáveis desafiam as organizações a repensar estratégias, desde o desenvolvimento de produtos até o engajamento de talentos, em um mundo em rápida evolução.

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Liz Fealy + 3

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