Governo tem índice mais baixo de confiança para gestão de IA

09 dez. 2025

Por outro lado, as companhias de tecnologia receberam a melhor avaliação dos respondentes da amostra brasileira de estudo da EY

Em termos de confiança de que a IA será gerida para o melhor interesse dos usuários, em uma escala de cem pontos negativos para total desconfiança e cem positivos para total confiança, o governo foi avaliado com sete pontos negativos pela amostra brasileira do AI Sentiment Index. Esse índice global foi criado pela EY para mensurar as impressões sobre inteligência artificial dos mais de 15 mil entrevistados de 15 países. A avaliação do governo é a mais baixa entre os setores pesquisados. A mais alta foi recebida pelas empresas de tecnologia, com uma nota de 32 pontos positivos – 17 acima da média global.

As companhias de transporte vêm na sequência com 25 pontos – dez pontos acima da média global. Na terceira posição, as companhias de saúde com 24 – 11 acima da média global. No quarto lugar, as companhias de produtos de consumo receberam uma avaliação dos brasileiros de 23 pontos – 12 acima da média global. A avaliação positiva mais baixa foi para empresas de serviços financeiros, com 14 pontos – oito acima da média global. 

"Essa avaliação está muito ligada aos incidentes de segurança sofridos pelas empresas e por sistemas do governo. O acesso indevido aos seus dados é uma das principais preocupações dos brasileiros, que fica ainda mais forte em caso de prejuízo financeiro", observa Márcia Bolesina, sócia-líder da área de cibersegurança da EY. A pesquisa da EY mostra que as instituições financeiras, embora ainda contem com avaliação positiva, aparecem com a menor nota. “O receio de cair em golpes financeiros influencia nessa avaliação, ainda que as instituições financeiras estejam entre os setores que mais investem em iniciativas de TI e cibersegurança”, completa a executiva.

No ano passado, o número de crimes digitais praticados no Brasil cresceu 45% na comparação com 2023, de acordo com a ADDP (Associação de Defesa de Dados Pessoais e do Consumidor). Um em cada quatro brasileiros sofreu tentativa de golpe, sendo que cerca de metade desses casos se concretizou, ainda segundo o levantamento da ADDP. As modalidades mais praticadas foram golpe bancário, phishing e golpe social, que se trata do uso da engenharia social para convencer a vítima a fazer algo que acaba por lhe causar prejuízo financeiro.

Falsa informação gerada por IA

Há ainda um temor mensurado pelo estudo de que a IA possa ser usada para mascarar a realidade em torno de objetivos de quem a controla. 

No Brasil, 80% disseram estar preocupados com a possibilidade de falsa informação gerada pela IA ser levada a sério – cinco pontos percentuais acima da média global. Já 56% disseram que, com a ascensão da IA generativa, estão preocupados com a impossibilidade de saber o que é real ou falso – 11 pontos percentuais abaixo da média global. Por fim, 48% dos respondentes brasileiros disseram que estão preocupados com a IA ser usada pelas companhias para manipular a forma que eles pensam e sentem – sete pontos percentuais abaixo da média global.

"Apesar disso, a maioria dos brasileiros (55%), ainda segundo o estudo, considera que os benefícios de IA superam potenciais implicações negativas. São sete pontos percentuais acima do índice global", diz Andrei Graça, sócio-líder de inteligência artificial e dados da EY Brasil. "Todos esses riscos que podem gerar efeitos negativos devem ser mitigados por meio de uma regulação eficiente, que considere o risco de cada sistema de IA, e de uma governança que envolva todos os níveis das organizações", finaliza.

A inteligência artificial tem sido cada vez mais utilizada pelas empresas para inovar e tornar mais produtivo o dia a dia dos seus negócios. Há, no entanto, diversas dúvidas sobre como desenvolver e operacionalizar esses sistemas evitando os riscos que podem comprometer os resultados financeiros e a reputação das organizações. Nesse contexto, a EY lançou a série “IA aplicada aos negócios: Como utilizar essa tecnologia com segurança e governança para gerar inovação”, que, além desta reportagem, já publicou as seguintes:

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